Investigação do vírus da hepatite E em casos de desordens neurológicas de etiologia desconhecida em crianças de 0 a 5 anos no Brasil
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2015 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) |
Texto Completo: | https://app.uff.br/riuff/handle/1/6286 |
Resumo: | A hepatite E é endêmica na Ásia, da África, e no Oriente Médio. Ela apresenta baixa endemicidade em vários países desenvolvidos e em desenvolvimento, incluindo o Brasil. Nestes países, é possível que esta infecção possa estar sendo subdiagnosticada. A ocorrência de casos esporádicos autóctones nestas regiões indica a necessidade de implementação de um sistema de vigilância epidemiológica desta virose, que apresenta um potencial significativo de morbidade e mortalidade. A circulação do HEV no Brasil já foi demonstrada em estudos soroepidemiológicos e pela caracterização da infecção zoonótica em suínos com o genótipo 3 do vírus; um caso agudo também associado ao genótipo 3 do HEV foi reportado no Brasil na literatura. Nos últimos 12 anos vêm sendo descritos na literatura internacional um número crescente de casos e pequenas séries de casos de danos neurológicos associados a infecção pelo genótipo 3 do HEV. Não existem até o momento relatos publicados no Brasil, nem mesmo na América Latina, sobre a investigação do HEV como possível agente etiológico de desordens neurológicas. O Laboratório de Referência Nacional para Enteroviroses (LEV) do Instituto Oswaldo Cruz recebe, a cada ano, em torno de 500 amostras fecais, em sua maioria de crianças de 0-5 anos, com quadros de paralisia flácida aguda (PFA) ou síndrome de Guillain-Barré (SGB) de diferentes regiões do país. Os dados do LEV mostram que uma grande parte (mais de 80%) destes casos permanece com etiologia indeterminada. Neste estudo, o genoma do HEV foi investigado em 325 amostras fecais de crianças de 0-5 anos encaminhadas para diagnóstico no LEV no período de 2010-2012. O cálculo amostral se baseou em uma prevalência de anti-HEV de 6%, taxa de precisão de 5% e nível de confiança de 95%. Foram também investigadas 30 amostras de líquor encaminhadas no período de 2000 a 2015. A pesquisa do genoma do HEV foi realizada pela PCR em tempo real One-Step usando TaqMan®. A curva padrão foi gerada com um plasmídeo construído a partir de uma amostra de HEV suíno Brasileira genótipo 3 (106 a 100). O genoma do HEV não foi amplificado em nenhuma das 355 amostras testadas dentro do limite de detecção do método (4 de cópias equivalentes de genoma do HEV). Os resultados sugerem que o HEV não parece estar associado aos casos de PFA e SGB ocorridos no Brasil durante o período investigado. O genoma do grupo de enterovírus foi investigado nas amostras fecais de 65 crianças do grupo controle. O genoma foi detectado em 3 (4,6%) amostras. A presença de enterovírus nas fezes das crianças com quadro assintomático pode ser considerado um resultado esperado. |
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Investigação do vírus da hepatite E em casos de desordens neurológicas de etiologia desconhecida em crianças de 0 a 5 anos no BrasilVírus da hepatite EDesordens neurológicasParalisia flácida agudaSíndrome de Guillain-BarréHepatite ESíndrome de Guillain-BarréCriançaHepatitis E virusNeurological diseasesAcute Acute flaccid paralysisGuillain-Barré syndromeA hepatite E é endêmica na Ásia, da África, e no Oriente Médio. Ela apresenta baixa endemicidade em vários países desenvolvidos e em desenvolvimento, incluindo o Brasil. Nestes países, é possível que esta infecção possa estar sendo subdiagnosticada. A ocorrência de casos esporádicos autóctones nestas regiões indica a necessidade de implementação de um sistema de vigilância epidemiológica desta virose, que apresenta um potencial significativo de morbidade e mortalidade. A circulação do HEV no Brasil já foi demonstrada em estudos soroepidemiológicos e pela caracterização da infecção zoonótica em suínos com o genótipo 3 do vírus; um caso agudo também associado ao genótipo 3 do HEV foi reportado no Brasil na literatura. Nos últimos 12 anos vêm sendo descritos na literatura internacional um número crescente de casos e pequenas séries de casos de danos neurológicos associados a infecção pelo genótipo 3 do HEV. Não existem até o momento relatos publicados no Brasil, nem mesmo na América Latina, sobre a investigação do HEV como possível agente etiológico de desordens neurológicas. O Laboratório de Referência Nacional para Enteroviroses (LEV) do Instituto Oswaldo Cruz recebe, a cada ano, em torno de 500 amostras fecais, em sua maioria de crianças de 0-5 anos, com quadros de paralisia flácida aguda (PFA) ou síndrome de Guillain-Barré (SGB) de diferentes regiões do país. Os dados do LEV mostram que uma grande parte (mais de 80%) destes casos permanece com etiologia indeterminada. Neste estudo, o genoma do HEV foi investigado em 325 amostras fecais de crianças de 0-5 anos encaminhadas para diagnóstico no LEV no período de 2010-2012. O cálculo amostral se baseou em uma prevalência de anti-HEV de 6%, taxa de precisão de 5% e nível de confiança de 95%. Foram também investigadas 30 amostras de líquor encaminhadas no período de 2000 a 2015. A pesquisa do genoma do HEV foi realizada pela PCR em tempo real One-Step usando TaqMan®. A curva padrão foi gerada com um plasmídeo construído a partir de uma amostra de HEV suíno Brasileira genótipo 3 (106 a 100). O genoma do HEV não foi amplificado em nenhuma das 355 amostras testadas dentro do limite de detecção do método (4 de cópias equivalentes de genoma do HEV). Os resultados sugerem que o HEV não parece estar associado aos casos de PFA e SGB ocorridos no Brasil durante o período investigado. O genoma do grupo de enterovírus foi investigado nas amostras fecais de 65 crianças do grupo controle. O genoma foi detectado em 3 (4,6%) amostras. A presença de enterovírus nas fezes das crianças com quadro assintomático pode ser considerado um resultado esperado.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorHepatitis E is endemic in Asia, Africa, and on the Middle East. It has low endemicity in several developed and developing countries, including Brazil. On those countries it‟s possible that this infection is being underdiagnosed. The occurrence of autochthonous sporadic cases in these areas indicates the need to implement an epidemiological surveillance system for this virus, which has significant potential for morbidity and mortality. The circulation of HEV in Brazil has been demonstrated in seroepidemiological studies and through the characterization of zoonotic infection in pigs with genotype 3 virus; an acute case also associated with genotype 3 from HEV was reported in Brazil in the literature. Over the past 12 years it has been described in the literature an increasing number of cases and some small series of cases of neurological damage associated with the infection by genotype 3 from HEV. There are no reports published in Brazil up to date, even in Latin America, about the investigation of the HEV as possible etiologic agent of neurological disorders. The National Reference Laboratory for Enterovirus (LEV) of the Instituto Oswaldo Cruz receives every year around of 500 fecal samples in general from children from the age group of 0 to 5 years, with clinical cases of acute flaccid paralysis (AFP) or Guillain-Barré syndrome (GBS) from different regions of the country. The LEV data shows that a large proportion (more than 80%) of these cases remains with unknown etiology. In this study, the HEV genome was investigated in 325 fecal specimens from children from the age group of 0 to 5 years lead to the LEV for diagnosis in the period of 2010 to 2012. The sample size calculation was based on a prevalence of anti-HEV of 6%, with accuracy rate of 5% and a confidence level of 95%. It was also investigated 30 samples from the cerebrospinal fluid lead to LEV from 2000 to 2015. HEV genome search was carried out by One-Step real time PCR using TaqMan®. The standard curve was generated using a plasmid constructed from a sample of a Brazilian swine genotype 3 from HEV (106 to 100). HEV genome was not amplified in any of the 355 samples tested within the method's limit of detection (four genome equivalent copies). The results suggest that HEV does not seem to be associated with the cases of AFP and GBS occurred in Brazil during the period investigated. The genome of the enterovirus group was also investigated in stool samples from 65 children from the control group. The genome of enteroviruses was detected in 3 samples (4.6%). The presence of enterovirus on the stool of asymptomatic children can be considered an expected result .Universidade Federal FluminenseNiteróiVitral, Claudia LamarcaGarcia, Rita de Cassia Nasser CubelSantos, Gina Peres Lima dosVolotão, Eduardo de MeloSilva, Edson Elias daMorgado, Lucas Nóbrega2018-04-17T17:25:55Z2018-04-17T17:25:55Z2015info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://app.uff.br/riuff/handle/1/6286Aluno de MestradoAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 BrazilopenAccesshttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/CC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2021-07-13T03:08:24Zoai:app.uff.br:1/6286Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202024-08-19T11:18:35.430350Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false |
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A hepatite E é endêmica na Ásia, da África, e no Oriente Médio. Ela apresenta baixa endemicidade em vários países desenvolvidos e em desenvolvimento, incluindo o Brasil. Nestes países, é possível que esta infecção possa estar sendo subdiagnosticada. A ocorrência de casos esporádicos autóctones nestas regiões indica a necessidade de implementação de um sistema de vigilância epidemiológica desta virose, que apresenta um potencial significativo de morbidade e mortalidade. A circulação do HEV no Brasil já foi demonstrada em estudos soroepidemiológicos e pela caracterização da infecção zoonótica em suínos com o genótipo 3 do vírus; um caso agudo também associado ao genótipo 3 do HEV foi reportado no Brasil na literatura. Nos últimos 12 anos vêm sendo descritos na literatura internacional um número crescente de casos e pequenas séries de casos de danos neurológicos associados a infecção pelo genótipo 3 do HEV. Não existem até o momento relatos publicados no Brasil, nem mesmo na América Latina, sobre a investigação do HEV como possível agente etiológico de desordens neurológicas. O Laboratório de Referência Nacional para Enteroviroses (LEV) do Instituto Oswaldo Cruz recebe, a cada ano, em torno de 500 amostras fecais, em sua maioria de crianças de 0-5 anos, com quadros de paralisia flácida aguda (PFA) ou síndrome de Guillain-Barré (SGB) de diferentes regiões do país. Os dados do LEV mostram que uma grande parte (mais de 80%) destes casos permanece com etiologia indeterminada. Neste estudo, o genoma do HEV foi investigado em 325 amostras fecais de crianças de 0-5 anos encaminhadas para diagnóstico no LEV no período de 2010-2012. O cálculo amostral se baseou em uma prevalência de anti-HEV de 6%, taxa de precisão de 5% e nível de confiança de 95%. Foram também investigadas 30 amostras de líquor encaminhadas no período de 2000 a 2015. A pesquisa do genoma do HEV foi realizada pela PCR em tempo real One-Step usando TaqMan®. A curva padrão foi gerada com um plasmídeo construído a partir de uma amostra de HEV suíno Brasileira genótipo 3 (106 a 100). O genoma do HEV não foi amplificado em nenhuma das 355 amostras testadas dentro do limite de detecção do método (4 de cópias equivalentes de genoma do HEV). Os resultados sugerem que o HEV não parece estar associado aos casos de PFA e SGB ocorridos no Brasil durante o período investigado. O genoma do grupo de enterovírus foi investigado nas amostras fecais de 65 crianças do grupo controle. O genoma foi detectado em 3 (4,6%) amostras. A presença de enterovírus nas fezes das crianças com quadro assintomático pode ser considerado um resultado esperado. |
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