O deplorável estado da Igreja neste século corrupto e rebaixado: repercussões de um sermão de São Pedro e das políticas regalistas pombalinas
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2014 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) |
Texto Completo: | https://app.uff.br/riuff/handle/1/14640 |
Resumo: | No dia nove de setembro de 1770, o padre Manoel Furtado de Mendonça lamentou, durante um sermão pregado na vila de São Salvador dos Campos dos Goytacazes, na América portuguesa, que “a Igreja está hoje em uma espécie de servidão e [...] o poder secular não permite fazer coisa alguma à jurisdição espiritual”; disse, ainda, que “os prelados eclesiásticos já não têm direito incontestável, porque querendo castigar um pecador obstinado, lá vem uma justiça estranha tirar-lhes das mãos as armas que Jesus Cristo lhes há dado”. Passados cerca de 40 dias, o padre foi preso e, algum tempo depois, suas palavras, então consideradas “temerárias”, foram devassadas por representantes das justiças eclesiástica e régia, repercutindo pela região e chegando, por vias da correspondência oficial, a Lisboa. Neste trabalho, que se propõe um estudo delineado a partir do episódio descrito, consideram-se os referidos autos de devassa (que incluem, anexada, a ementa do sermão de São Pedro) um corpus de grande interesse para se perceberem a articulação de ideias, alguns aspectos de sua percepção e também os efeitos característicos de seu contínuo recontar. Ademais, entende-se que as relações então estabelecidas entre as críticas pronunciadas pelo padre e outros documentos coetâneos possibilitam refletir sobre aspectos das políticas reformistas havidas no reinado de D. José (1750-1777). Trata-se, afinal, de indícios sobre como as diretrizes regalistas pombalinas, que de Lisboa se espalharam pelo império ultramarino português, repercutiram na vila de São Salvador dos Campos, influenciando a composição, a recepção e a condenação das palavras do referido sermão |
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O deplorável estado da Igreja neste século corrupto e rebaixado: repercussões de um sermão de São Pedro e das políticas regalistas pombalinasRetóricaParenéticaPombalismoRegalismoHistória do BrasilCampos dos Goytacazes (RJ)Pombal, Sebastião José de Carvalho e Melo, Marquês de, 1699-1782No dia nove de setembro de 1770, o padre Manoel Furtado de Mendonça lamentou, durante um sermão pregado na vila de São Salvador dos Campos dos Goytacazes, na América portuguesa, que “a Igreja está hoje em uma espécie de servidão e [...] o poder secular não permite fazer coisa alguma à jurisdição espiritual”; disse, ainda, que “os prelados eclesiásticos já não têm direito incontestável, porque querendo castigar um pecador obstinado, lá vem uma justiça estranha tirar-lhes das mãos as armas que Jesus Cristo lhes há dado”. Passados cerca de 40 dias, o padre foi preso e, algum tempo depois, suas palavras, então consideradas “temerárias”, foram devassadas por representantes das justiças eclesiástica e régia, repercutindo pela região e chegando, por vias da correspondência oficial, a Lisboa. Neste trabalho, que se propõe um estudo delineado a partir do episódio descrito, consideram-se os referidos autos de devassa (que incluem, anexada, a ementa do sermão de São Pedro) um corpus de grande interesse para se perceberem a articulação de ideias, alguns aspectos de sua percepção e também os efeitos característicos de seu contínuo recontar. Ademais, entende-se que as relações então estabelecidas entre as críticas pronunciadas pelo padre e outros documentos coetâneos possibilitam refletir sobre aspectos das políticas reformistas havidas no reinado de D. José (1750-1777). Trata-se, afinal, de indícios sobre como as diretrizes regalistas pombalinas, que de Lisboa se espalharam pelo império ultramarino português, repercutiram na vila de São Salvador dos Campos, influenciando a composição, a recepção e a condenação das palavras do referido sermão373 f.NiteróiNeves, Guilherme Paulo Castagnoli Pereira dasSilva, Gustavo Pereira da2020-08-17T16:46:49Z2020-08-17T16:46:49Z2014info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://app.uff.br/riuff/handle/1/14640Aluno de MestradoopenAccesshttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/CC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2022-04-27T23:14:40Zoai:app.uff.br:1/14640Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202024-08-19T11:08:54.395108Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false |
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No dia nove de setembro de 1770, o padre Manoel Furtado de Mendonça lamentou, durante um sermão pregado na vila de São Salvador dos Campos dos Goytacazes, na América portuguesa, que “a Igreja está hoje em uma espécie de servidão e [...] o poder secular não permite fazer coisa alguma à jurisdição espiritual”; disse, ainda, que “os prelados eclesiásticos já não têm direito incontestável, porque querendo castigar um pecador obstinado, lá vem uma justiça estranha tirar-lhes das mãos as armas que Jesus Cristo lhes há dado”. Passados cerca de 40 dias, o padre foi preso e, algum tempo depois, suas palavras, então consideradas “temerárias”, foram devassadas por representantes das justiças eclesiástica e régia, repercutindo pela região e chegando, por vias da correspondência oficial, a Lisboa. Neste trabalho, que se propõe um estudo delineado a partir do episódio descrito, consideram-se os referidos autos de devassa (que incluem, anexada, a ementa do sermão de São Pedro) um corpus de grande interesse para se perceberem a articulação de ideias, alguns aspectos de sua percepção e também os efeitos característicos de seu contínuo recontar. Ademais, entende-se que as relações então estabelecidas entre as críticas pronunciadas pelo padre e outros documentos coetâneos possibilitam refletir sobre aspectos das políticas reformistas havidas no reinado de D. José (1750-1777). Trata-se, afinal, de indícios sobre como as diretrizes regalistas pombalinas, que de Lisboa se espalharam pelo império ultramarino português, repercutiram na vila de São Salvador dos Campos, influenciando a composição, a recepção e a condenação das palavras do referido sermão |
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