Especiação do mercúrio na cadeia trófica pelágica de uma costa sujeita a ressurgência. Cabo Frio-RJ.
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2006 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) |
Texto Completo: | https://app.uff.br/riuff/handle/1/7901 |
Resumo: | As áreas de ressurgência juntamente com as costeiras marinhas apresentam um papel econômico importante com 98% da produção pesqueira mundial. Além do aporte de nutrientes inorgânicos das águas de ressurgência que provocam a eutroficação das águas superficiais aumentando a produção biológica local, vários metais podem ser remoblizados dos sedimentos e serem disponibilizados nas águas superficiais. Nas áreas de ressurgência, as formas orgânicas de mercúrio produzidas nas águas profundas de mínimo conteúdo de oxigênio abaixo da termoclina podem atingir a superfície. Nesse cenário, o mercúrio pode ser incorporado pelos produtores primários por difusão e progressivamente acumular nos elos seguintes da cadeia trófica. O consumo de pescado com altos níveis de mercúrio tem causado muita preocupação devido aos graves problemas de toxidade deste metal em seres humanos. Estudos mostram que é importante conhecer as formas que o mercúrio aparece no ambiente juntamente com a determinação de suas concentrações. Assim, o objetivo desse trabalho foi realizar a especiação do mercúrio nos primeiros elos da cadeia alimentar, o fitoplâncton e o zooplâncton, bem como quantificar o conteúdo de mercúrio num grupo de peixes planctófagos e carnívoros de níveis tróficos diferentes e pertencentes à cadeia trófica pelágica. A especiação do mercúrio no plâncton marinho da baía de Arraial do Cabo na área da ressurgência de Cabo Frio demonstrou que a forma inorgânica Hg2+ foi predominante no fitoplâncton e zooplâncton apresentando porcentagens acima de 70% em relação ao mercúrio total nos períodos com ou sem influência da ressurgência. No plâncton coletado com influência da ressurgência foi registrado um aumento na concentração do Hg2+ no fito e no zooplâncton de 299,8% e 87,2%, respectivamente. Estes resultados comprovaram que as águas da ressurgência atuaram como um bioreator do processo de bioacumulação do Hg2+ pelo plâncton da região costeira de Cabo Frio, aumentando sua biodisponibilidade e proporcionando provavelmente um transporte mais facilitado durante a incorporação celular do mercúrio inorgânico em águas superficiais eutrofizadas da ressurgência. Na especiação do Hg nos peixes, a maior porcentagem de metilmercúrio em relação ao mercúrio total foi observada no tecido muscular do bonito e a menor percentagem na sardinha Esses resultados comprovam que os menores níveis de metilmercúrio são observados nos peixes planctófagos na base da cadeia alimentar e aumentam em direção aos peixes carnívoros de níveis tróficos mais elevados. O metilmercúrio foi a espécie que demonstrou biomagnificação ao longo de toda a cadeia trófica pelágica analisada neste estudo e o mercúrio inorgânico apresentou bioconcentração na base da cadeia trófica. |
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Nesse cenário, o mercúrio pode ser incorporado pelos produtores primários por difusão e progressivamente acumular nos elos seguintes da cadeia trófica. O consumo de pescado com altos níveis de mercúrio tem causado muita preocupação devido aos graves problemas de toxidade deste metal em seres humanos. Estudos mostram que é importante conhecer as formas que o mercúrio aparece no ambiente juntamente com a determinação de suas concentrações. Assim, o objetivo desse trabalho foi realizar a especiação do mercúrio nos primeiros elos da cadeia alimentar, o fitoplâncton e o zooplâncton, bem como quantificar o conteúdo de mercúrio num grupo de peixes planctófagos e carnívoros de níveis tróficos diferentes e pertencentes à cadeia trófica pelágica. A especiação do mercúrio no plâncton marinho da baía de Arraial do Cabo na área da ressurgência de Cabo Frio demonstrou que a forma inorgânica Hg2+ foi predominante no fitoplâncton e zooplâncton apresentando porcentagens acima de 70% em relação ao mercúrio total nos períodos com ou sem influência da ressurgência. No plâncton coletado com influência da ressurgência foi registrado um aumento na concentração do Hg2+ no fito e no zooplâncton de 299,8% e 87,2%, respectivamente. Estes resultados comprovaram que as águas da ressurgência atuaram como um bioreator do processo de bioacumulação do Hg2+ pelo plâncton da região costeira de Cabo Frio, aumentando sua biodisponibilidade e proporcionando provavelmente um transporte mais facilitado durante a incorporação celular do mercúrio inorgânico em águas superficiais eutrofizadas da ressurgência. Na especiação do Hg nos peixes, a maior porcentagem de metilmercúrio em relação ao mercúrio total foi observada no tecido muscular do bonito e a menor percentagem na sardinha Esses resultados comprovam que os menores níveis de metilmercúrio são observados nos peixes planctófagos na base da cadeia alimentar e aumentam em direção aos peixes carnívoros de níveis tróficos mais elevados. O metilmercúrio foi a espécie que demonstrou biomagnificação ao longo de toda a cadeia trófica pelágica analisada neste estudo e o mercúrio inorgânico apresentou bioconcentração na base da cadeia trófica.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorUpwelling areas, together with its coastal environments present a significant economical role, contributing with 98% of the world fishing production. Besides the contribution of inorganic nutrients from upwelling waters that increase the trophic state of the superficial waters, several biological metals are remobilized from the sediments and assimilated by organisms in the surface waters. In the upwelling areas, the organic forms of mercury produced in the deep waters of minimum oxygen can reach the surface. In that scenery, the mercury can be incorporated by the primary producers for diffusion and progressively accumulate in the higher levels of the food chain. The fish consumption with high mercury levels has been causing a lot of concern due to the serious problems of toxicity of this metal in human beings. Studies show that it is important to know the forms that the mercury appears in the environment together with the determination of its total concentrations. Therefore, the objective of this work was to determine the speciation of the mercury in the first steps of the food chain, the phytoplankton and the zooplankton, as well as to quantify the mercury content in a group of planktivorous and carnivorous fishes from different trophic levels and belonging to the pelagic food chain. The speciation of the mercury in the bay of Arraial do Cabo (Cabo Frio upwelling) demonstrated that the inorganic form Hg2+ was predominant in the phytoplankton and zooplankton, presenting percentages above 70% in relation to the total mercury in periods with or without influence of the upwelling. In the plankton collected with the influence of the upwelling an increase in the concentration of Hg2+ was registered in the phytoplankton and in the zooplankton of 299,8% and 87,2%, respectively. These results showed that the waters of the upwelling acted as a bioreactor of the process of bioaccumulation of Hg2+ for the plankton, increasing its bioavailability. The speciation of Hg in the fish showed that the largest methylmercury percentages in relation to the total mercury among the studied species were observed in the muscle tissue of the tuna fish and the smallest percentage in the sardine. These results showed that the smallest methylmercury levels are observed in the planktivorous fish in the base of the trophic chain and they increase in the fishes of higher trophic levels. The methylmercury demonstrated biomagnification along the whole pelagic food chain and the inorganic mercury presented bioconcentration in the base of the food chain.NiteróiSilva Filho, Emmanoel Vieira daAlbuquerque, Ana Luíza SpadanoBidone, Edison DausackerCastilhos, Zuleica CarmemRodriguez, Eliane GonzalezWasserman, Julio César de Faria AlvimSilva, Carlos Alberto da2018-11-21T15:21:21Z2018-11-21T15:21:21Z2006info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://app.uff.br/riuff/handle/1/7901Aluno de DoutoradoopenAccesshttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/CC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2022-06-15T14:24:55Zoai:app.uff.br:1/7901Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202022-06-15T14:24:55Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false |
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