Avaliação clínica dos fatores de risco associados às doenças peri-implantares
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) |
Texto Completo: | http://app.uff.br/riuff/handle/1/27106 |
Resumo: | A doença peri-implantar é uma doença de origem multifatorial, com crescente prevalência na população reabilitada com implantes endósseos, e associada à inúmeros fatores de risco extrínsecos e intrínsecos. Sendo assim, o objetivo deste estudo foi identificar os fatores de risco, clinicamente, associados à presença de doença peri- implantar. Foram incluídos neste estudo 51 participantes, submetidos à reabilitação com implantes endósseos e que receberam próteses sobre implantes, mandibulares ou maxilares, há no mínimo 6 meses, e que, compareceram para a terapia de suporte peri- implantar. Os fatores de risco foram avaliados através de anamnese criteriosa, considerando o hábito tabagista, doenças sistêmicas, histórico de periodontite, uso de medicamentos. Os principais parâmetros clínicos utilizados para avaliar os tecidos peri- implantares foram: profundidade clínica de sondagem; sangramento à sondagem e/ou supuração; sangramento espontâneo; presença de mobilidade; presença de placa; presença de tecido queratinizado; biotipo peri-implantar; exposição de roscas do implante; sensibilidade à percussão; tempo de função dos implantes. Todas as regiões peri-implantares foram submetidas à análise radiográfica, de forma a verificar a presença de perda óssea patológica. Os participantes da pesquisa foram divididos em dois grupos. Grupo saúde (GS): presença de saúde peri-implantar, sem sinais clínicos de inflamação e radiográficos de perda óssea peri-implantar. Grupo doença peri-implantar (DPI): presença de doença peri-implantar, sendo subdividido em mucosite (sinais clínicos de inflamação peri-implantar e ausência de perda óssea radiográfica) e peri-implantite (perda óssea patológica peri-implantar). Os resultados evidenciaram que a idade média dos participantes foi de 65±12, sendo 39 (76.4%) mulheres e 12 (23.6%) homens, com média da prótese sobre implante em função de 4.6±3.6 anos. Deste total, 31 (60%) tinham realizado a terapia de suporte peri-implantar, com média de 2 visitas após a instalação da prótese. O grupo com DPI mostrou alta incidência de fumantes (p=0.02), maior número de reabilitação com prótese unitária (p<0.006) e maior acúmulo de biofilme nas próteses implantossuportadas (p=0.04), comparado ao grupo saúde peri-implantar. Todos os participantes diagnosticados com saúde peri-implantar eram não-fumantes. Participantes com diabetes apresentaram cerca de 8 vezes mais chance de perder o implante do que os não diabéticos. Fumantes apresentaram alta associação com perda do implante. Houve ainda 9 vezes mais chances de se perder o implante, até 4 anos após a função, do que acima deste período, representando o período de maior risco para a perda do contato osso: implante clínico-radiograficamente. Concluímos assim que, os seguintes fatores de risco estão associados à doença peri-implantar: prótese unitária, hábito tabagista e acúmulo de biofilme na prótese. Além disso, a diabete mellitus foi altamente associada à perda do implante. O hábito tabagista tem correlação não somente com a DPI, mas também com a perda do implante. A perda do implante é altamente incidente dentro dos primeiros 4 anos após a instalação da prótese. |
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Avaliação clínica dos fatores de risco associados às doenças peri-implantaresClinical evaluation of the risk indicators associated with peri-implant diseasefatores de riscodoença peri-implantarmucositeperi-implantiteDoenças periodontaisImplante dentário endoósseoFator de riscoPrótese dentária fixada por implanteEstomatiteperi-implant diseaserisk indicatorssmokingperiodontitisdiabetesA doença peri-implantar é uma doença de origem multifatorial, com crescente prevalência na população reabilitada com implantes endósseos, e associada à inúmeros fatores de risco extrínsecos e intrínsecos. Sendo assim, o objetivo deste estudo foi identificar os fatores de risco, clinicamente, associados à presença de doença peri- implantar. Foram incluídos neste estudo 51 participantes, submetidos à reabilitação com implantes endósseos e que receberam próteses sobre implantes, mandibulares ou maxilares, há no mínimo 6 meses, e que, compareceram para a terapia de suporte peri- implantar. Os fatores de risco foram avaliados através de anamnese criteriosa, considerando o hábito tabagista, doenças sistêmicas, histórico de periodontite, uso de medicamentos. Os principais parâmetros clínicos utilizados para avaliar os tecidos peri- implantares foram: profundidade clínica de sondagem; sangramento à sondagem e/ou supuração; sangramento espontâneo; presença de mobilidade; presença de placa; presença de tecido queratinizado; biotipo peri-implantar; exposição de roscas do implante; sensibilidade à percussão; tempo de função dos implantes. Todas as regiões peri-implantares foram submetidas à análise radiográfica, de forma a verificar a presença de perda óssea patológica. Os participantes da pesquisa foram divididos em dois grupos. Grupo saúde (GS): presença de saúde peri-implantar, sem sinais clínicos de inflamação e radiográficos de perda óssea peri-implantar. Grupo doença peri-implantar (DPI): presença de doença peri-implantar, sendo subdividido em mucosite (sinais clínicos de inflamação peri-implantar e ausência de perda óssea radiográfica) e peri-implantite (perda óssea patológica peri-implantar). Os resultados evidenciaram que a idade média dos participantes foi de 65±12, sendo 39 (76.4%) mulheres e 12 (23.6%) homens, com média da prótese sobre implante em função de 4.6±3.6 anos. Deste total, 31 (60%) tinham realizado a terapia de suporte peri-implantar, com média de 2 visitas após a instalação da prótese. O grupo com DPI mostrou alta incidência de fumantes (p=0.02), maior número de reabilitação com prótese unitária (p<0.006) e maior acúmulo de biofilme nas próteses implantossuportadas (p=0.04), comparado ao grupo saúde peri-implantar. Todos os participantes diagnosticados com saúde peri-implantar eram não-fumantes. Participantes com diabetes apresentaram cerca de 8 vezes mais chance de perder o implante do que os não diabéticos. Fumantes apresentaram alta associação com perda do implante. Houve ainda 9 vezes mais chances de se perder o implante, até 4 anos após a função, do que acima deste período, representando o período de maior risco para a perda do contato osso: implante clínico-radiograficamente. Concluímos assim que, os seguintes fatores de risco estão associados à doença peri-implantar: prótese unitária, hábito tabagista e acúmulo de biofilme na prótese. Além disso, a diabete mellitus foi altamente associada à perda do implante. O hábito tabagista tem correlação não somente com a DPI, mas também com a perda do implante. A perda do implante é altamente incidente dentro dos primeiros 4 anos após a instalação da prótese.Peri-implant disease is a multifactorial disease, with increasing prevalence in the population rehabilitated with endosseous implants and associated with numerous extrinsic and intrinsic risk factors. Thus, the objective of this study was to identify clinically associated risk factors for the presence of peri-implant disease. Fifty-one participants, who underwent rehabilitation with endosseous implants and who received mandibular or maxillary implants, for at least 6 months, and who attended the peri-implant supportive therapy, were included in this study. Risk factors were assessed through careful history taking into account smoking habit, systemic diseases, history of periodontitis, and medication use. The main clinical parameters used to evaluate the peri-implant tissues were: clinical probing depth; bleeding on probing and/or suppuration; spontaneous bleeding; presence of mobility; presence of plaque; presence of keratinized tissue; periimplant biotype; exposure of implant threads; percussion sensitivity; implant function time. All peri-implant regions were submitted to radiographic analysis to verify the presence of pathological bone loss. Survey participants were divided into two groups. Health group (HG): presence of peri-implant health, with no clinical signs of inflammation and radiographs of peri-implant bone loss. Peri-implant disease (PID) group: presence of periimplant disease, subdivided into mucositis (clinical signs of peri-implant inflammation and absence of radiographic bone loss) and peri-implantitis (peri-implant pathological bone loss). The results showed that the average age of the participants was 65 ± 12, being 39 (76.4%) women and 12 (23.6%) men, with a implant prosthesis loaded of 4.6 ± 3.6 years. Of this total, 31 (60%) had undergone peri-implant supportive therapy, with an average of 2 visits after prosthesis installation. The PID group showed a high incidence of smokers (p = 0.02), a higher number of rehabilitations with single prosthesis (p <0.006) and a higher biofilm accumulation in implant-supported prostheses (p = 0.04) compared to the peri-implant health group. All participants diagnosed with peri-implant health were nonsmokers. Participants with diabetes are about 8 times more likely to lose the implant than non-diabetics. Smokers were highly associated with implant loss. There was even 9 times more chance of losing the implant, up to 4 years after the function, than above this period, which represents the period of greatest risk for bone contact loss.. We conclude that the following risk factors are associated with peri-implant disease: unitary prosthesis, smoking habit and biofilm accumulation in the prosthesis. In addition, diabetes mellitus was highly associated with implant loss. Smoking has a correlation not only with PID but also with implant loss. Implant loss is highly incident within the first 4 years after prosthesis installation.72 f.Casado, Priscila Ladeirahttp://lattes.cnpq.br/5162476793291873Aguiar, Telma Regina da Silvahttp://lattes.cnpq.br/4968871978860193http://lattes.cnpq.br/0296643294085565Gonçalves, Rackel2022-11-29T16:48:33Z2022-11-29T16:48:33Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfGonçalves, Rackel. Avaliação clínica dos fatores de risco associados às doenças peri-implantares. 2019. 72 f. Tese (Doutorado em Odontologia) - Programa de Pós-Graduação em Odontologia, Faculdade de Odontologia, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2019.http://app.uff.br/riuff/handle/1/27106CC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2022-11-29T16:48:36Zoai:app.uff.br:1/27106Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202024-08-19T10:57:55.607019Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false |
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A doença peri-implantar é uma doença de origem multifatorial, com crescente prevalência na população reabilitada com implantes endósseos, e associada à inúmeros fatores de risco extrínsecos e intrínsecos. Sendo assim, o objetivo deste estudo foi identificar os fatores de risco, clinicamente, associados à presença de doença peri- implantar. Foram incluídos neste estudo 51 participantes, submetidos à reabilitação com implantes endósseos e que receberam próteses sobre implantes, mandibulares ou maxilares, há no mínimo 6 meses, e que, compareceram para a terapia de suporte peri- implantar. Os fatores de risco foram avaliados através de anamnese criteriosa, considerando o hábito tabagista, doenças sistêmicas, histórico de periodontite, uso de medicamentos. Os principais parâmetros clínicos utilizados para avaliar os tecidos peri- implantares foram: profundidade clínica de sondagem; sangramento à sondagem e/ou supuração; sangramento espontâneo; presença de mobilidade; presença de placa; presença de tecido queratinizado; biotipo peri-implantar; exposição de roscas do implante; sensibilidade à percussão; tempo de função dos implantes. Todas as regiões peri-implantares foram submetidas à análise radiográfica, de forma a verificar a presença de perda óssea patológica. Os participantes da pesquisa foram divididos em dois grupos. Grupo saúde (GS): presença de saúde peri-implantar, sem sinais clínicos de inflamação e radiográficos de perda óssea peri-implantar. Grupo doença peri-implantar (DPI): presença de doença peri-implantar, sendo subdividido em mucosite (sinais clínicos de inflamação peri-implantar e ausência de perda óssea radiográfica) e peri-implantite (perda óssea patológica peri-implantar). Os resultados evidenciaram que a idade média dos participantes foi de 65±12, sendo 39 (76.4%) mulheres e 12 (23.6%) homens, com média da prótese sobre implante em função de 4.6±3.6 anos. Deste total, 31 (60%) tinham realizado a terapia de suporte peri-implantar, com média de 2 visitas após a instalação da prótese. O grupo com DPI mostrou alta incidência de fumantes (p=0.02), maior número de reabilitação com prótese unitária (p<0.006) e maior acúmulo de biofilme nas próteses implantossuportadas (p=0.04), comparado ao grupo saúde peri-implantar. Todos os participantes diagnosticados com saúde peri-implantar eram não-fumantes. Participantes com diabetes apresentaram cerca de 8 vezes mais chance de perder o implante do que os não diabéticos. Fumantes apresentaram alta associação com perda do implante. Houve ainda 9 vezes mais chances de se perder o implante, até 4 anos após a função, do que acima deste período, representando o período de maior risco para a perda do contato osso: implante clínico-radiograficamente. Concluímos assim que, os seguintes fatores de risco estão associados à doença peri-implantar: prótese unitária, hábito tabagista e acúmulo de biofilme na prótese. Além disso, a diabete mellitus foi altamente associada à perda do implante. O hábito tabagista tem correlação não somente com a DPI, mas também com a perda do implante. A perda do implante é altamente incidente dentro dos primeiros 4 anos após a instalação da prótese. |
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