PASSADO PRESENTE FACE A INDÚSTRIA DO FUTURO: A IMPORTÂNCIA DE MUDANÇAS ESTRUTURAIS PARA A SUPERAÇÃO DOS DESAFIOS DA INDÚSTRIA 4.0 AO DESENVOLVIMENTO BRASILEIRO

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: SOUZA, Flávio Vinicius Silva Ferreira de
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: http://app.uff.br/riuff/handle/1/29117
Resumo: A estrutura produtiva de uma economia, e sua dinâmica industrial associada, são consideradas questões chave para o desenvolvimento, sendo intrinsecamente associadas ao acúmulo de capitais e avanço do progresso tecnológico, de modo que o acontecimento de mudanças estruturais consideradas benéficas, ocorrem no sentido do incremento das capacidades endógenas de inovação e de aprimoramento das técnicas. Em vista disso, a partir de um referencial teórico orientado pela abordagem estruturalista latino-americana e pelo modelo Kaldor-Thirlwall de crescimento econômico, o objetivo deste trabalho consiste em investigar a coevolução entre mudança estrutural e progresso tecnológico no tocante à economia brasileira, partindo de um contexto de reconfiguração do paradigma técnico produtivo internacional, conforme o advento da Quarta Revolução Industrial, ou Indústria 4.0, marcada por uma série de avançadas tecnologias habilitadoras de alta produtividade. A metodologia utilizada foi uma revisão bibliográfica acerca dos temas de mudança estrutural e crescimento econômico no Brasil entre 1940-2020, Indústria 4.0 e políticas industriais 4.0, além de análise estatístico descritiva sobre os efeitos das mudanças estruturais sobre a macroeconomia nacional entre 2000-2020. Os resultados obtidos reverberaram que a economia brasileira perdeu seu dinamismo a partir do processo de abertura comercial e financeira nos anos 1990, que promoveu uma mudança estrutural regressiva caracterizada pela desindustrialização prematura e pela redução da participação da indústria no PIB, antes que esta alcançasse maiores níveis de maturidade e produtividade. Tal fenômeno acompanhou ainda uma reprimarização da pauta exportadora, fazendo com que o Brasil se especializasse em bens primários, aos quais possui vantagens comparativas. A manutenção de altas taxas de juros e a sobrevalorização do câmbio nacional não foram capazes de induzir a acumulação em capitais produtivos e bens de maior sofisticação tecnológica. Dado esse cenário, analisou-se que a coordenação e apropriação dos paradigmas da Indústria 4.0 são ainda muito incipientes no país, sendo o estágio de difusão das tecnologias 4.0 ainda muito baixo e centralizado em poucos segmentos industriais. No campo político, apesar do debate intenso e multidimensional, ainda não se identifica um sólido plano nacional de longo prazo com vistas a absorção e construção de capacidades tecnológicas prioritárias para o caso da indústria nacional. Dessa maneira, alerta-se que o não estabelecimento de uma mudança estrutural compatível com os fenômenos da Indústria 4.0 ameaça as possibilidades de convergência que surge com o advento desta revolução industrial, tendendo a ampliar não só a distância da economia brasileira em relação à fronteira tecnológica, mas também uma regressão de seu caráter periférico perante a atividade econômica internacional.
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