Humanitarismo e Militarismos: o protagonismo das Forças Armadas na resposta do Estado brasileiro às migrações venezuelanas (2018-2022)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pereira, Denise Marini
Data de Publicação: 2024
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: http://app.uff.br/riuff/handle/1/31763
Resumo: A presente tese partiu das seguintes questões-problema de pesquisa: como e por que o Estado brasileiro optou pelo emprego protagonista das Forças Armadas na resposta humanitária frente às migrações venezuelanas no período de 2018 a 2022? De que maneira isso repercutiu nas relações civis-militares nesse período? Como objetivo principal, definiu-se: investigar, à luz dos Estudos Estratégicos, as motivações políticas do Estado brasileiro para o emprego protagonista das Forças Armadas na resposta humanitária frente às migrações venezuelanas e de que forma isso repercutiu nas relações civis-militares no período de 2018 a 2022. A metodologia empregada foi o estudo de caso, utilizando-se da perspectiva dialética na análise conjugada de revisão da literatura consolidada sobre migrações transnacionais, relações civismilitares, Política Internacional e temas correlatos, documentos e materiais públicos e entrevistas semiestruturadas, presenciais e virtuais, com pessoas envolvidas diretamente na definição das ações de atendimento ao fluxo migratório venezuelano em Manaus/AM e no estado de Roraima. Com as análises empreendidas, foram testadas e confirmadas as seguintes hipóteses de pesquisa: A escolha do Estado brasileiro pelo emprego protagonista das Forças Armadas na resposta humanitária frente às migrações venezuelanas em seu território se insere no processo de normalização da atuação militar na gestão de instabilidades e/ou “crises” domésticas supostamente decorrentes da escassa capacidade estatal em prover outros meios; Esse processo foi fomentado pelo Governo federal com o objetivo duplo de diluir sua responsabilidade em prover ações e políticas de longo prazo para o provimento de segurança (em seu sentido multidimensional) e de atender aos anseios da instituição militar de se fortalecer como tuteladora do Estado brasileiro; A vigência desse processo, entre 2018 e 2022, que protagonizou as Forças Armadas na resposta humanitária frente às migrações venezuelanas, contribuiu para a promoção e o fortalecimento de militarismos por atores civis, além de manter fragilizada a capacidade estatal civil de gestão das migrações. Este trabalho defende que ações emergenciais, isoladas, de curto prazo, de escassas articulações com autoridades políticas locais, os coletivos de imigrantes e da sociedade civil nacional, não devem continuar eximindo o Estado brasileiro de sua responsabilidade de oferecer as condições necessárias para a efetiva construção de uma política de gestão das migrações a longo prazo.
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Como objetivo principal, definiu-se: investigar, à luz dos Estudos Estratégicos, as motivações políticas do Estado brasileiro para o emprego protagonista das Forças Armadas na resposta humanitária frente às migrações venezuelanas e de que forma isso repercutiu nas relações civis-militares no período de 2018 a 2022. A metodologia empregada foi o estudo de caso, utilizando-se da perspectiva dialética na análise conjugada de revisão da literatura consolidada sobre migrações transnacionais, relações civismilitares, Política Internacional e temas correlatos, documentos e materiais públicos e entrevistas semiestruturadas, presenciais e virtuais, com pessoas envolvidas diretamente na definição das ações de atendimento ao fluxo migratório venezuelano em Manaus/AM e no estado de Roraima. Com as análises empreendidas, foram testadas e confirmadas as seguintes hipóteses de pesquisa: A escolha do Estado brasileiro pelo emprego protagonista das Forças Armadas na resposta humanitária frente às migrações venezuelanas em seu território se insere no processo de normalização da atuação militar na gestão de instabilidades e/ou “crises” domésticas supostamente decorrentes da escassa capacidade estatal em prover outros meios; Esse processo foi fomentado pelo Governo federal com o objetivo duplo de diluir sua responsabilidade em prover ações e políticas de longo prazo para o provimento de segurança (em seu sentido multidimensional) e de atender aos anseios da instituição militar de se fortalecer como tuteladora do Estado brasileiro; A vigência desse processo, entre 2018 e 2022, que protagonizou as Forças Armadas na resposta humanitária frente às migrações venezuelanas, contribuiu para a promoção e o fortalecimento de militarismos por atores civis, além de manter fragilizada a capacidade estatal civil de gestão das migrações. Este trabalho defende que ações emergenciais, isoladas, de curto prazo, de escassas articulações com autoridades políticas locais, os coletivos de imigrantes e da sociedade civil nacional, não devem continuar eximindo o Estado brasileiro de sua responsabilidade de oferecer as condições necessárias para a efetiva construção de uma política de gestão das migrações a longo prazo.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorThis thesis started from the following research questions: how and why did the Brazilian state choose to employ the leading role of the Armed Forces in the humanitarian response to Venezuelan migrations in the period from 2018 to 2022? How did this affect civil-military relations in this period? As the main objective, it was defined: to investigate, in the light of Strategic Studies, the political motivations of the Brazilian state for the leading role of the Armed Forces in the humanitarian response to Venezuelan migrations and how this affected civil-military relations in the period from 2018 to 2022. The methodology used was the case study, using the dialectic perspective in the combined analysis of a review of consolidated literature on transnational migrations, civil-military relations, International Politics and related topics, documents and public materials and semi-structured interviews, face-to-face and virtual, with people directly involved in defining the actions to assist the Venezuelan migratory flow in Manaus/AM and in the state of Roraima. With the analyses undertaken, the following research hypotheses were tested and confirmed: The choice of the Brazilian state for the leading role of the Armed Forces in the humanitarian response to Venezuelan migrations in its territory is part of the process of normalization of military action in managing instabilities and/or domestic “crises” supposedly resulting from the scarce state capacity to provide other means; This process was fostered by the federal government with the double objective of diluting its responsibility in providing long-term actions and policies for security provision (in its multidimensional sense) and meeting the aspirations of the military institution to strengthen itself as a guardian of the Brazilian state; The validity of this process, between 2018 and 2022, which led the Armed Forces in the humanitarian response to Venezuelan migrations, contributed to promote and strengthen militarisms by civilian actors, besides maintaining weakened the civilian state capacity to manage migrations. This work argues that emergency actions, isolated, short-term, with scarce articulations with local political authorities, immigrant collectives and national civil society, should not continue to exempt the responsibility of the Brazilian state to provide the necessary conditions for an effective construction of a long-term migration management policy.257 p.Freixo, Adriano dehttp://lattes.cnpq.br/9900636572166116Maciel, Tadeu Moratohttp://lattes.cnpq.br/6172905162147793Moll Neto, Robertohttp://lattes.cnpq.br/0925507387361248Gomes, Maíra Simanhttp://lattes.cnpq.br/6919553833211231Silva, João Carlos Jarochinskihttp://lattes.cnpq.br/1334314020402128http://lattes.cnpq.br/6863517898856518Pereira, Denise Marini2024-01-02T13:32:07Z2024-01-02T13:32:07Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfPEREIRA, Denise Marini. Humanitarismo e Militarismos: o protagonismo das Forças Armadas na resposta do Estado brasileiro às migrações venezuelanas (2018-2022). 2023. 257 f. Tese (Doutorado em Estudos Estratégicos) - Programa de Pós-Graduação em Estudos Estratégicos da Defesa e da Segurança, Instituto de Estudos Estratégicos, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2023.http://app.uff.br/riuff/handle/1/31763CC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2024-01-02T13:32:10Zoai:app.uff.br:1/31763Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202024-08-19T11:03:07.315355Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false
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