Investigação de CHK1 como potencial alvo terapêutico em melanomas resistentes a inibidores de BRAF

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Carvalho, Danielle Gonçalves de
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: https://app.uff.br/riuff/handle/1/14016
Resumo: O melanoma é um tipo de câncer de pele com alto potencial metastático e resistente às terapias convencionais. A maioria destes tumores apresenta a via de MAP Quinase constitutivamente ativa, o que permitiu o desenvolvimento de terapias alvo-específicas voltadas para a inibição desta via. O tratamento com inibidores de BRAF (iBRAF), proteína cujo gene é frequentemente mutado em melanomas, ou com a combinação de inibidores de BRAF e MEK, demonstram um importante aumento na sobrevida dos pacientes. Entretanto, a resistência terapêutica ainda representa um grande desafio clínico. Resultados preliminares do nosso grupo demonstram que células de melanoma resistentes aos iBRAF são mais sensíveis ao AZD7762, inibidor das quinases Chk1 e Chk2, quando comparadas com suas respectivas células parentais. Essas proteínas são essenciais no controle da progressão do ciclo e sinalização celular frente a danos ao DNA, orquestrando mecanismos de reparo ou, caso as lesões sejam irreparáveis, de morte programada. Atualmente, pouco se sabe sobre a participação da via de resposta a danos ao DNA na resistência aos iBRAF. Entretanto, devido à ausência de terapias eficientes para pacientes que desenvolvem resistência, o potencial da inibição de Chk1/2 como estratégia terapêutica merece um estudo mais aprofundado. Neste trabalho investigamos o papel de Chk1 e seu potencial como alvo terapêutico no tratamento de melanomas resistentes aos iBRAF. Para tal, comparamos células parentais (A375) e resistentes (A375R1) quanto à sensibilidade ao GDC0575, inibidor específico de Chk1. Células parentais e resistentes foram expostas a este inibidor e analisadas quanto à morte celular através da marcação de DNA fragmentado (Sub-G0) com Iodeto de Propídeo (PI). Para investigar as diferenças na progressão e controle do ciclo celular, as células foram sincronizadas na transição G1/S com duplo bloqueio de Timidina e analisadas através da marcação com PI e Bromodesoxiuridina (BrdU). Ambas as análises foram realizadas por citometria de fluxo. Nossos dados demonstram maior efeito citotóxico da inibição de Chk1 em células de melanoma resistentes quando comparadas as suas respectivas parentais. A análise de Sub-G0 comprovou que a perda da viabilidade após a exposição ao inibidor de Chk1 é causada por morte celular, sendo mais intensa nas células resistentes. Observamos também que estas células apresentam alterações na progressão do ciclo celular, especialmente no controle do ponto de checagem G1/S. As diferenças observadas neste estudo podem guiar a busca pelos mecanismos responsáveis pela resistência terapêutica. Além disso, nossos resultados podem levar a potenciais benefícios clínicos, representando uma nova abordagem terapêutica em melanomas resistentes às terapias atuais.
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Resultados preliminares do nosso grupo demonstram que células de melanoma resistentes aos iBRAF são mais sensíveis ao AZD7762, inibidor das quinases Chk1 e Chk2, quando comparadas com suas respectivas células parentais. Essas proteínas são essenciais no controle da progressão do ciclo e sinalização celular frente a danos ao DNA, orquestrando mecanismos de reparo ou, caso as lesões sejam irreparáveis, de morte programada. Atualmente, pouco se sabe sobre a participação da via de resposta a danos ao DNA na resistência aos iBRAF. Entretanto, devido à ausência de terapias eficientes para pacientes que desenvolvem resistência, o potencial da inibição de Chk1/2 como estratégia terapêutica merece um estudo mais aprofundado. Neste trabalho investigamos o papel de Chk1 e seu potencial como alvo terapêutico no tratamento de melanomas resistentes aos iBRAF. Para tal, comparamos células parentais (A375) e resistentes (A375R1) quanto à sensibilidade ao GDC0575, inibidor específico de Chk1. Células parentais e resistentes foram expostas a este inibidor e analisadas quanto à morte celular através da marcação de DNA fragmentado (Sub-G0) com Iodeto de Propídeo (PI). Para investigar as diferenças na progressão e controle do ciclo celular, as células foram sincronizadas na transição G1/S com duplo bloqueio de Timidina e analisadas através da marcação com PI e Bromodesoxiuridina (BrdU). Ambas as análises foram realizadas por citometria de fluxo. Nossos dados demonstram maior efeito citotóxico da inibição de Chk1 em células de melanoma resistentes quando comparadas as suas respectivas parentais. A análise de Sub-G0 comprovou que a perda da viabilidade após a exposição ao inibidor de Chk1 é causada por morte celular, sendo mais intensa nas células resistentes. Observamos também que estas células apresentam alterações na progressão do ciclo celular, especialmente no controle do ponto de checagem G1/S. As diferenças observadas neste estudo podem guiar a busca pelos mecanismos responsáveis pela resistência terapêutica. Além disso, nossos resultados podem levar a potenciais benefícios clínicos, representando uma nova abordagem terapêutica em melanomas resistentes às terapias atuais.Melanoma is a type of skin cancer with high metastatic potential and resistant to conventional therapies. In most of these tumors, the MAP kinase pathway is constitutively active, which allowed the development of target-therapies aimed at inhibiting this pathway. Treatment with BRAF inhibitors (BRAFi), which targets a protein whose gene is often mutated in melanomas, or with the combination of BRAF and MEK inhibitors, demonstrates a significant increase in patient survival. However, therapeutic resistance still represents a clinical challenge. Preliminary data from our group demonstrate that BRAFi-resistant melanoma cells are more sensitive to AZD7762, a Chk1 and Chk2 inhibitor, when compared to their respective parent cells. These proteins are essential in controlling cell cycle progression and DNA damage response signaling, orchestrating DNA repair mechanisms or, if the lesions are irreparable, programmed cell death. Currently, little is known about the participation of the DNA damage response pathway in resistance to BRAFi. However, due to the lack of efficient therapies for patients who develop resistance, the potential of Chk1/2 inhibition as a therapeutic strategy warrants further studies. In the present study, we investigated the role of Chk1 and its potential as a therapeutic target in the treatment of BRAFi-resistant melanomas. We compared parental (A375) and resistant (A375R1) melanoma cell lines for their sensitivity to GDC0575, a Chk1-specific inhibitor. Both cell lines were exposed to this inhibitor and analyzed for cell death by Propidium Iodide (PI) labeling of fragmented DNA (Sub-G0). To investigate differences in the cell cycle control and progression, cells were synchronized at the G1/S transition with double Thymidine block and analyzed by PI and Bromodeoxyuridine (BrdU) labeling. Both analyzes were performed by flow cytometry. We observed a greater cytotoxic effect of Chk1 inhibition on resistant melanoma cells when compared to their parental counterparts. Sub-G0 analysis showed that the loss of viability observed after Chk1 inhibition was caused by cell death, being more pronounced in resistant cells. In addition, we noticed that resistant cells display altered cell cycle progression, especially in the control of the G1/S checkpoint. These observations may help to elucidate novel resistance mechanisms with significant clinical impact on the development of therapeutic approaches for BRAFi-resistant melanomasPossik, Patricia AbrãoCabral, Luiz MorsMorais, Gabriela Nestal deCarvalho, Danielle Gonçalves de2020-06-22T16:37:42Z2020-06-22T16:37:42Z2016info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisapplication/pdfhttps://app.uff.br/riuff/handle/1/14016Aluno de GraduaçãoAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/CC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2021-11-25T16:23:48Zoai:app.uff.br:1/14016Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202021-11-25T16:23:48Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false
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