Guerra pelo poder: a Câmara dos Deputados confronta Vargas (1934-1935).

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Mourelle, Thiago Cavaliere
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: https://app.uff.br/riuff/handle/1/16011
Resumo: Esta tese analisa o funcionamento da Câmara dos Deputados de julho de 1934 a dezembro de 1935, uma conjuntura política complexa que demarca o início da vigência da Constituição de 1934. Seu foco é a relação entre as bancadas parlamentares dessa Câmara de Deputados e o novo presidente eleito, Getúlio Vargas. O Legislativo, em especial a Câmara, é entendida, como um dos poderes da República que queria se afirmar após um período de mais de três anos em que permaneceu fechada por força da Revolução de 1930. Nesse contexto, defende-se que a Câmara dos Deputados também se tornou uma importante caixa de ressonância dos movimentos sociais, que com ela se relacionavam para realizar denúncias e buscar alianças na luta por expansão de direitos. Por essa razão, a atuação da bancada classista dos empregados, também conhecida como bancada proletária, merece especial destaque.A dinâmica da política após a Constituição de 1934 obrigava Vargas a negociar com opositores, mas igualmente com aliados. Por isso, a bancada paulista, eleita após as transações que encerraram a guerra civil de 1932, acaba, surpreendentemente, tornando-se um apoio decisivo para o governo Vargas, inclusive, com participação importante na aprovação da Lei de Segurança Nacional. Se a oposição a Vargas se fortaleceu com o retorno dos exilados de 1930 e de 1932, os governistas também sofreram com disputas internas, o que levou a uma profunda crise política ao longo do ano de 1935, encabeçada por Flores da Cunha, governador do Rio Grande do Sul e um dos grandes aliados de Vargas no imediato pós-30. O fechamento da Aliança Nacional Libertadora é uma demonstração de força de Vargas ante o crescimento da oposição ao governo, dentro e fora do Parlamento. A chamada Intentona Comunista é deflagrada e esmagada, justamente quando esse governo perdera a maioria na Câmara. Acabou, por isso, servindo como justificativa para o maior fortalecimento do Executivo contra o Legislativo, em nome do combate a supostos inimigos da pátria. A partir de dezembro de 1935, a Câmara dos Deputados só se enfraquecerá, perdendo, na prática, o papel de importante lócus do debate político que assumira desde julho de 1934
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Nesse contexto, defende-se que a Câmara dos Deputados também se tornou uma importante caixa de ressonância dos movimentos sociais, que com ela se relacionavam para realizar denúncias e buscar alianças na luta por expansão de direitos. Por essa razão, a atuação da bancada classista dos empregados, também conhecida como bancada proletária, merece especial destaque.A dinâmica da política após a Constituição de 1934 obrigava Vargas a negociar com opositores, mas igualmente com aliados. Por isso, a bancada paulista, eleita após as transações que encerraram a guerra civil de 1932, acaba, surpreendentemente, tornando-se um apoio decisivo para o governo Vargas, inclusive, com participação importante na aprovação da Lei de Segurança Nacional. Se a oposição a Vargas se fortaleceu com o retorno dos exilados de 1930 e de 1932, os governistas também sofreram com disputas internas, o que levou a uma profunda crise política ao longo do ano de 1935, encabeçada por Flores da Cunha, governador do Rio Grande do Sul e um dos grandes aliados de Vargas no imediato pós-30. O fechamento da Aliança Nacional Libertadora é uma demonstração de força de Vargas ante o crescimento da oposição ao governo, dentro e fora do Parlamento. A chamada Intentona Comunista é deflagrada e esmagada, justamente quando esse governo perdera a maioria na Câmara. Acabou, por isso, servindo como justificativa para o maior fortalecimento do Executivo contra o Legislativo, em nome do combate a supostos inimigos da pátria. A partir de dezembro de 1935, a Câmara dos Deputados só se enfraquecerá, perdendo, na prática, o papel de importante lócus do debate político que assumira desde julho de 1934This thesis analyzes the operation of the Brazilian House of Representatives since July 1934 to December 1935, a complex political situation that marks the effective date of the Constitution of 1934. It focuses on the relationship between the parliamentary groups in this House of Representatives and the new president elected, Getúlio Vargas. The Legislature, particularly the House of Representatives, is seen as one of the Republic powers that wanted to stand out after a period of more than three years that remained closed because of the 1930 Revolution. The Legislature is seen in this study as a sounding board of social movements, who used it to complaints, pressure instrument and labor rights. The dynamics of politics after the Constitution of 1934 forced Vargas to negotiate with opponents, but also with allies. Therefore, the São Paulo state representatives, elected after the transactions that ended the civil war of 1932, surprisingly, making it firm support for the government Vargas, including active participation for the approval of LSN. If the opposition was strong with the return of the exiles of 1930 and 1932, the government had internal struggles for power, headed by Flores da Cunha - Rio Grande do Sul governor and one of the great Vargas allies in the immediately post-30 - that led to a deep political crisis in 1935. The closing of ANL is a show of force against against the growth of opposition to the government, inside and outside Parliament. But the crisis between the allies grows and reaches its peak in mid-November 1935. The so-called "Communist Conspiracy" is triggered and crushed, just as this government lost its majority in the House. But it had the opposite effect, serving as justification for the further strengthening of the Executive against the legislature, in the name of fighting the perceived enemies of the fatherland, decisively weakening the Legislative that since July 1934 was an important democratic locus254 f.NiteróiGomes, Angela Maria de CastroQuadrat, Samantha VizFreire, Américo Oscar GuichardLimoncic, FlavioBarros, Orlando deMourelle, Thiago Cavaliere2020-11-18T13:09:05Z2020-11-18T13:09:05Z2015info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://app.uff.br/riuff/handle/1/16011Aluno de DoutoradoopenAccesshttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/CC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2022-07-20T12:34:02Zoai:app.uff.br:1/16011Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202022-07-20T12:34:02Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false
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