Potencial biotecnológico das Algas Marinhas Undaria pinnatifida e Fucus vesisculosus na inibição dos efeitos tóxicos induzidos pelo veneno das Serpentes Bothrops jararaca e B. Jararacussu

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Tavares, Leandro Queiroz
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: http://app.uff.br/riuff/handle/1/28634
Resumo: No Brasil e em várias partes do mundo, os acidentes ofídicos representam um problema de saúde pública e, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde estima-se que mais de 2,7 milhões de acidentes ofídicos e 100 mil mortes ocorram todos os anos. O efeito causado pelo acidente ofídico traz prejuízos sócios econômicos, pois as vítimas que não vem a óbito apresentam paralisia ou amputação de membro o que é prejudicial principalmente se a vítima for economicamente produtiva. Os venenos de serpentes são formados por uma mistura complexa de proteínas que atuam em vários sistemas fisiológicos, alterando suas funções biológicas, e produzindo efeitos tóxicos locais (dor, inflamação, necrose tecidual e hemorragia) e sistêmicos (hemorragias, distúrbios de coagulação sanguínea, insuficiência renal, cardíaca, pulmonar e morte) em suas vítimas. A maioria dos acidentes no Brasil é causado por serpentes do gênero Bothrops que pertecem à família Viperidea e são responsáveis por uma frequência de acidentes de 90 % e letalidade de 1 %. O tratamento preconizado pelo Ministério da Saúde é a soroterapia, que apesar de impedir o óbito, não trata os efeitos locais causados pelo envenenamento, que podem gerar amputações/deformações no membro acometido pela picada. Desta forma, é necessária a busca de novos tratamentos. Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito dos extratos de algas marinhas Undaria pinnatifida e Fucus vesisculosus em neutralizar os efeitos tóxicos induzidos pelo veneno das serpentes Bothrops jararaca e B. jararacussu, pois são espécies importantes na estatística de letalidade, frequência e severidade dos acidentes. Os extratos foram incubados por 30 min a 25 °C com o veneno e em seguida as atividades in vitro (coagulação, proteolítica e hemolítica) foram realizadas. Os resultados demostraram que a alga F. vesiculosus inibiu a coagulação causada pelo veneno de B. jararaca e B. jararacussu. Na atividade hemolítica do veneno de B. jararaca, as algas F. vesiculosus e U. pinnatifida inibiram cerca de 50 e 80 %, respectivamente. A atividade proteolítica de ambos o veneno foi inibida aproximadamente 8 % pelo extrato de F. vesiculosus e U. pinnatifida. Portanto, de acordo com os resultados, os extratos das algas marinhas F. vesiculosus ou U. pinnatifida inibiram alguns dos principais efeitos tóxicos do veneno de B. jararaca ou B. jararacussu, apresentando dessa forma, um potencial biotecnológico para ajudar a soroterapia para recuperar melhor e mais rápido os vitimados por estas espécies.
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