Estudo do acúmulo de elementos-traço relacionados à ação antrópica em sedimentos de manguezal da Baía de Guanabara - RJ

• Autor(a) principal: Rodrigues, Breno Quinhões Alves
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
• Texto Completo: http://app.uff.br/riuff/handle/1/24862
• topic: Baía de Guanabara; Elementos-traço; Contaminação ambiental; Testemunho de sedimento; Manguezal; Metal; Poluição ambiental; Baía de Guanabara (RJ); Guanabar Bay; Trace metal; Ambiental contamination; Sediment core

A Baía de Guanabara e sua bacia de drenagem, devido ao grande aumento populacional e da ação antrópica a partir dos anos 60, vêm sofrendo uma forte degradação e contaminação ambiental. Com isso, o acúmulo de nutrientes e metais tóxicos é fortemente influenciado em áreas de grande produtividade, como as ocupadas por manguezais. Esse acúmulo, quando excessivo e descontrolado, se torna prejudicial ao ambiente e aos seres vivos existentes. O presente trabalho tem como objetivo estudar as concentrações de As, Ba, Cr, Cu, Ni, Pb, P e Zn em sedimentos de manguezal próximos ao Rio Estrela. A concentração de elementos como Al, Fe, Mn e Ca, a granulometria e o teor de matéria orgânica também foram analisados por ICP-OES, análise de tamanho de partículas por difração a laser e gravimetria, respectivamente. Para isso, foram coletados dois testemunhos de sedimentos em áreas de manguezal no estuário do Rio Estrela (Baía de Guanabara, RJ), um na margem do Rio Estrela (RE) e o outro no interior da floresta (MFL). O testemunho RE apresentou sedimentos com granulometria predominantemente composta por argila e silte, com máximo de areia de 3%, enquanto o testemunho MFL também apresentou granulometria fina, com dois resultados acima de 20% de areia. A porcentagem de matéria orgânica não apresentou clara tendência de variação vertical em ambos os testemunhos, sendo superior no MFL. Em relação aos elementos traço, tanto no RE como no MFL tiveram variações parecidas e apresentaram, ao longo do perfil, valores elevados em comparação com o “background” da região para P (1.863,97 - 3.475,29), Ba (184,06 – 786,69) e Cr (42,79 – 72,71), enquanto que As e Ni apresentaram valores próximos aos de background da região em todo o perfil sedimentar. Sugeriu-se algumas possíveis hipóteses para alguns elementos terem atingido o “background” e outros não. Cu e Zn apresentaram da base do testemunho até os 45 cm (RE) e 33 cm (MFL) valores próximos ao “background” regional e a partir desses pontos até o topo do testemunho valores elevados em comparação ao “background” da região, podendo ser relacionada com o aumento populacional e o rejeito de esgoto doméstico na região por volta dos anos 60. Já as correlações observadas entre Cr, Cu e Zn em ambos os testemunhos e Pb no RE junto com seu histórico de elevação das concentrações podem demonstrar, além de uma influência antrópica, uma influência de fontes em comum. O fator de enriquecimento (FE) apresentado por Ba (até 2,16) e Zn (até 2,20), em relação ao background local estimado, indicaram uma contaminação por ações antrópicas desses metais dentro dos testemunhos e o Cu (até 8,41) apresentou um valor elevado, indicando uma contaminação mais severa por este metal no sedimento, enquanto os demais elementos apresentaram um FE baixo. As duas áreas estudadas apresentaram diferenças. O testemunho do MFL, possivelmente por ser mais preservado que o do RE, demonstrou uma maior quantidade de matéria orgânica e uma menor concentração de elementos traço ao longo do perfil.