Dizeres pela censura da pornografia
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) |
Texto Completo: | https://app.uff.br/riuff/handle/1/9998 |
Resumo: | Posicionado no quadro teórico-metodológico da Análise de Discurso, o presente trabalho trata da análise do discurso sobre a regulamentação da pornografia nos Estados Unidos. Temos como objetivo tentar responder a três questões: 1) Como se constituem os efeitos de sentido para a pornografia em meio ao debate acerca da regulamentação? 2) O que isso diz das formações imaginárias do público da pornografia? 3) Qual é o espaço reservado às mulheres nesse processo discursivo? Nosso corpus empírico é composto por sete artigos publicados na seção de opinião do jornal online The Washington Post em maio de 2016 sobre a regulamentação da pornografia nos Estados Unidos. A seção In Theory convida toda semana supostos especialistas de diversas áreas e posicionamentos distintos para escrever sobre um tema que tenha se destacado entre as notícias. No caso, o que despertou o interesse foi a resolução assinada pelo governador de Utah, nos Estados Unidos, declarando a pornografia como “crise de saúde pública” em março de 2016. Consideramos que os efeitos de sentido que circulam sobre determinado objeto e as práticas dos Aparelhos Ideológicos de Estado se influenciam mutuamente. Longe de ser uma imposição de cima para baixo, as mudanças na legislação sobre direitos humanos são resultado (e parte do processo) de complexas disputas pelo imaginário social através das imagens que são constantemente projetadas nos discursos. Na sociedade capitalista ocidental, estas disputas têm como um de seus lugares a mídia enquanto espaço de produção e circulação de sentidos. Temos compreendido que a seção de opinião reforça o imaginário de autoridade típica do discurso jornalístico ao selecionar os temas que seriam considerados relevantes, atuando no que pode e no que não pode ser publicado, atuando também na institucionalização dos sentidos e na constituição do imaginário social. Notamos, em nosso gesto analítico, que a imagem da pornografia que se projeta no corpus é a de algo prejudicial, acessado pela internet e voltado exclusivamente para o público masculino. O lugar reservado à mulher neste processo discursivo pode ser passivo como vítima ou conformada, ou um lugar ativo como cansada/irritada com o uso da pornografia pelos homens. O jogo das formações imaginárias se mostra, portanto, essencial para o debate sobre a regulamentação. Temos uma imagem de pornografia como algo intrinsecamente prejudicial que, de acordo com o processo discursivo em questão, deve ser proibido |
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A seção In Theory convida toda semana supostos especialistas de diversas áreas e posicionamentos distintos para escrever sobre um tema que tenha se destacado entre as notícias. No caso, o que despertou o interesse foi a resolução assinada pelo governador de Utah, nos Estados Unidos, declarando a pornografia como “crise de saúde pública” em março de 2016. Consideramos que os efeitos de sentido que circulam sobre determinado objeto e as práticas dos Aparelhos Ideológicos de Estado se influenciam mutuamente. Longe de ser uma imposição de cima para baixo, as mudanças na legislação sobre direitos humanos são resultado (e parte do processo) de complexas disputas pelo imaginário social através das imagens que são constantemente projetadas nos discursos. Na sociedade capitalista ocidental, estas disputas têm como um de seus lugares a mídia enquanto espaço de produção e circulação de sentidos. Temos compreendido que a seção de opinião reforça o imaginário de autoridade típica do discurso jornalístico ao selecionar os temas que seriam considerados relevantes, atuando no que pode e no que não pode ser publicado, atuando também na institucionalização dos sentidos e na constituição do imaginário social. Notamos, em nosso gesto analítico, que a imagem da pornografia que se projeta no corpus é a de algo prejudicial, acessado pela internet e voltado exclusivamente para o público masculino. O lugar reservado à mulher neste processo discursivo pode ser passivo como vítima ou conformada, ou um lugar ativo como cansada/irritada com o uso da pornografia pelos homens. O jogo das formações imaginárias se mostra, portanto, essencial para o debate sobre a regulamentação. Temos uma imagem de pornografia como algo intrinsecamente prejudicial que, de acordo com o processo discursivo em questão, deve ser proibidoConselho Nacional de Desenvolvimento Científico e TecnológicoPositioned in the theoretical-methodological framework of Discourse Analysis, the present work deals with the analysis of the discourse about the regulation of pornography in the United States. We aim to try to answer three questions: 1) What are the effects of meaning for pornography in the midst of the regulatory debate? 2) What does this say about the imaginary formations of pornography’ audience? 3) What is the space reserved for women in this discursive process? Our empirical corpus is composed of seven articles published in the opinion section of the online newspaper The Washington Post in May 2016 on the regulation of pornography in the United States. The In Theory section invites supposed experts from different areas and different positions weekly to write about a topic that has stood out among the news. In the case, what called their attention was the resolution signed by the governor of Utah declaring pornography a "public health crisis" in March 2016. We consider that the effects of meaning that circulate about a particular object and practices of the Ideological Apparatuses of the State influence each other. Far from being a top-down imposition, changes in human rights legislation are the outcome (and part of the process) of complex disputes over the social imaginary through images that are constantly projected in discourse. In Western capitalist society, these disputes have as one of their places the media as a space of production and circulation of meanings. We have understood that the opinion section reinforces the imaginary authority typical of journalistic discourse by selecting the subjects that would be considered relevant, acting on what can and cannot be published, also acting on the institutionalization of the meanings and on the constitution of the social imaginary. We have noticed in our analysis that the pornography’s image projected through the corpus is that of something harmful, accessed through the internet and aimed exclusively at the male audience. The space reserved for the woman in this discursive process can be a passive one as a victim or as conformed, or an active space as tired / irritated with the use of pornography by men. The game of the imaginary formations is therefore essential for the regulation debate. We have an image of pornography as something intrinsically harmful that, according to the discursive process in question, should be prohibited120 f.Silva, Silmara Cristina Dela daGarcia, Dantielli AssumpçãoZanella, Alexandre da SilvaVita, Mariana da Silva2019-06-17T15:39:35Z2019-06-17T15:39:35Z2018info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://app.uff.br/riuff/handle/1/9998CC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2022-02-07T22:00:26Zoai:app.uff.br:1/9998Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202024-08-19T11:05:49.352906Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false |
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