Plataforma de Abrolhos: desenvolvimento recifal durante o quaternário superior
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) |
Texto Completo: | http://app.uff.br/riuff/handle/1/24748 |
Resumo: | O Período Quaternário é marcado por mudanças climáticas globais, resultando em trocas de massa entre camadas de gelo e oceano que impulsionam grandes variações eustáticas do nível do mar e, consequentemente, alterações significativas no padrão ecológico e sedimentar das margens continentais. Dentro deste contexto, a Plataforma de Abrolhos apresenta atualmente uma complexa heterogeneidade morfológica e sedimentar que reflete sua evolução ao longo do tempo geológico. O objetivo desta tese contempla analisar a evolução paleoambiental da Plataforma interna de Abrolhos durante o Pleistoceno e o Holoceno, investigar e interpretar as variações temporais nas fácies sedimentares/recifais, além de propor um modelo de evolução para os recifes costeiros de Abrolhos. Seu desenvolvimento tem como base a perfuração de testemunhos longos em dois recifes rasos da plataforma, Recife de Pedra Grande/Paredes (PG) e Recife de Coroa Vermelha (CV). A análise e interpretação dos dados foram realizadas com base em análises petrográficas, taxonômicas, cronológicas, sedimentológicas, texturais, mineralógicas e paleontológicas, contribuindo de forma integrada para uma melhor interpretação da evolução do sistema. Os resultados mostraram que PG é composto basicamente de estrutura recifal desde o topo até sua base (20m), o que não foi observado nos testemunhos coletados em CV, onde apenas o topo (0 a ~25m) é composto de estruturas recifais holocênicas e pleistocênicas. PG se desenvolveu todo no Holoceno, com topo recifal vivo até os dias atuais, porém não foi possível alcançar a profundidade de seu início recifal, mas sua idade mais antiga foi identificada como 6785 ± 200 cal AP a 18m de profundidade, com taxa de acreção vertical de 3.2 m/1000 anos. Suas principais espécies construtoras foram M. cavernosa, M. harttii, Porites sp., S. stellata, Millepora sp., H. munitum, Lithophyllum sp., L. pustulatum, P. conicum, P. onkodes, e M. erubescens. CV, por sua vez, começou seu desenvolvimento holocênico há 6406+/-205 anos AP (a 10,5 m de profundidade) e parou seu crescimento por volta de 4442+/-220 anos AP (taxa de acreção recifal de 5.3 m/1000 anos), possivelmente devido a um novo input fluvial do rio Caravelas na região costeira de Nova Viçosa. Suas principais espécies construtoras foram F. gravida, M. cavernosa, M. harttii, Porites sp., S. stellate, Millepora sp., Amphiroa sp., H. munitum, L. pustulatum, Paulsilvella sp., P. onkodes, Spongites sp., Halimeda sp. e M. erubescens. Baseado em dados coletados por Bastos et al. (2015), foi possível relacionar os testemunhos com a morfologia atual do fundo marinho, criando uma nova teoria de distribuição dos recifes costeiros, onde PG se mostra pertencente a uma cadeia de recifes submersos na direção norte-sul entre os arcos recifais interno e externo na plataforma de Abrolhos. Estratigraficamente abaixo do recife holocênico foram identificadas 7 e 9 fácies estratigráficas silicicláticas/carbonáticas nos dois testemunhos amostrados em CV (CV1 e CV2). A interpretação dos testemunhos mostrou que a região do recife de Coroa Vermelha se manteve variando entre condições de plataforma interna mais exposta a mais restrita (exceto em dois momentos de exposição subaérea, durante os dois últimos máximos glaciais), com foraminíferos característicos de ambientes costeiros e alto teor de matéria orgânica, de plataforma interna de boa circulação de água e de ambientes recifais. Já o aporte sedimentar terrígeno se mostrou presente ao longo de todo o tempo geológico amostrado, em momentos de maior ou menor influência sobre a sedimentação. A análise mineralógica mostrou que o domínio climático foi de clima úmido, mas com possíveis pequenos momentos de climas mais secos. Os resultados obtidos, compilados a outros trabalhos já feitos na área de estudo deram subsídio para a construção de uma hipótese de modelo de evolução para a Plataforma Interna de Abrolhos durante o Quaternário superior (possivelmente últimos ~250.000 anos). A plataforma Interna de Abrolhos evoluiu em seis principais fases, alternando entre períodos de domínio de sedimentação carbonática, sedimentação terrígena, exposição subaérea, crescimento recifal pleistocênico e crescimento recifal holocênico, onde o registro recifal só foi encontrado a partir do Pleistoceno superior (MIS 5). |
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Seu desenvolvimento tem como base a perfuração de testemunhos longos em dois recifes rasos da plataforma, Recife de Pedra Grande/Paredes (PG) e Recife de Coroa Vermelha (CV). A análise e interpretação dos dados foram realizadas com base em análises petrográficas, taxonômicas, cronológicas, sedimentológicas, texturais, mineralógicas e paleontológicas, contribuindo de forma integrada para uma melhor interpretação da evolução do sistema. Os resultados mostraram que PG é composto basicamente de estrutura recifal desde o topo até sua base (20m), o que não foi observado nos testemunhos coletados em CV, onde apenas o topo (0 a ~25m) é composto de estruturas recifais holocênicas e pleistocênicas. PG se desenvolveu todo no Holoceno, com topo recifal vivo até os dias atuais, porém não foi possível alcançar a profundidade de seu início recifal, mas sua idade mais antiga foi identificada como 6785 ± 200 cal AP a 18m de profundidade, com taxa de acreção vertical de 3.2 m/1000 anos. Suas principais espécies construtoras foram M. cavernosa, M. harttii, Porites sp., S. stellata, Millepora sp., H. munitum, Lithophyllum sp., L. pustulatum, P. conicum, P. onkodes, e M. erubescens. CV, por sua vez, começou seu desenvolvimento holocênico há 6406+/-205 anos AP (a 10,5 m de profundidade) e parou seu crescimento por volta de 4442+/-220 anos AP (taxa de acreção recifal de 5.3 m/1000 anos), possivelmente devido a um novo input fluvial do rio Caravelas na região costeira de Nova Viçosa. Suas principais espécies construtoras foram F. gravida, M. cavernosa, M. harttii, Porites sp., S. stellate, Millepora sp., Amphiroa sp., H. munitum, L. pustulatum, Paulsilvella sp., P. onkodes, Spongites sp., Halimeda sp. e M. erubescens. Baseado em dados coletados por Bastos et al. (2015), foi possível relacionar os testemunhos com a morfologia atual do fundo marinho, criando uma nova teoria de distribuição dos recifes costeiros, onde PG se mostra pertencente a uma cadeia de recifes submersos na direção norte-sul entre os arcos recifais interno e externo na plataforma de Abrolhos. Estratigraficamente abaixo do recife holocênico foram identificadas 7 e 9 fácies estratigráficas silicicláticas/carbonáticas nos dois testemunhos amostrados em CV (CV1 e CV2). A interpretação dos testemunhos mostrou que a região do recife de Coroa Vermelha se manteve variando entre condições de plataforma interna mais exposta a mais restrita (exceto em dois momentos de exposição subaérea, durante os dois últimos máximos glaciais), com foraminíferos característicos de ambientes costeiros e alto teor de matéria orgânica, de plataforma interna de boa circulação de água e de ambientes recifais. Já o aporte sedimentar terrígeno se mostrou presente ao longo de todo o tempo geológico amostrado, em momentos de maior ou menor influência sobre a sedimentação. A análise mineralógica mostrou que o domínio climático foi de clima úmido, mas com possíveis pequenos momentos de climas mais secos. Os resultados obtidos, compilados a outros trabalhos já feitos na área de estudo deram subsídio para a construção de uma hipótese de modelo de evolução para a Plataforma Interna de Abrolhos durante o Quaternário superior (possivelmente últimos ~250.000 anos). A plataforma Interna de Abrolhos evoluiu em seis principais fases, alternando entre períodos de domínio de sedimentação carbonática, sedimentação terrígena, exposição subaérea, crescimento recifal pleistocênico e crescimento recifal holocênico, onde o registro recifal só foi encontrado a partir do Pleistoceno superior (MIS 5).CAPESThe Quaternary Period is marked by global climate changes, that results in mass exchanges between ice and the ocean. This characteristic drive large eustatic variations in sea level and significant changes in the ecological and sedimentary pattern of continental margins. In this context, the Abrolhos Shelf presents a large morphological and sedimentary heterogeneity, that reflects its evolution over geological time. The aim here is to analyze the Abrolhos Inner Shelf's paleoenvironmental evolution during the Pleistocene and the Holocene. Also, to investigate the sedimentary / reef deposits's temporal variations. Last, to proposing an evolution model for the Abrolhos Inner Shelf. The methods are based on long cores on two shallow reefs, Pedra Grande Reef/ Paredes (PG) and Coroa Vermelha Reef (CV). Data analysis were performed based on petrography, taxonomy, chronology, sedimentology, core logging, mineralogy and paleontology. All results together give an integrated way to a better interpretation of the system's evolution. The results showed that PG is basically composed by reef build (20m). CV is composed by reefs only at the top (0 to ~ 25m), which are a holocene and pleistocene reef buildings. PG developed over the Holocene (reef top still a live), however it was not possible to reach the reef beginning. PG oldest age was 6785 ± 200 cal BP at 18m deep, with a reef accretion rate around 3.2 m / 1000 years. The PG main reef builders were M. cavernosa, M. harttii, Porites sp., S. stellata, Millepora sp., H. munitum, Lithophyllum sp., L. pustulatum, P. conicum, P. onkodes, and M. erubescens. On the other hand, CV began in the holocene around 6406 +/- 205 years BP (at 10.5 m deep), but died around 4442 +/- 220 years AP (reef accretion rate of 5.3 m / 1000 years), possibly due a new Caravelas River input, close to Nova Viçosa city. CV main reef builders were F. gravida, M. cavernosa, M. harttii, Porites sp., S. stellata, Millepora sp., Amphiroa sp., H. munitum, L. pustulatum, Paulsilvella sp., P. onkodes, Spongites sp., Halimeda sp. and M. erubescens. Using Bastos et al. (2015) data base, we created a new theory for the holocene inner arc reefs distribution, that PG reef is shown to belong a reefs submerged line in the north-south direction between the inner and outer reef arcs on the Abrolhos Shelf. Below the holocene reef, 7 and 9 siliciclatic / carbonatic stratigraphic facies were identified into the two cores sampled in CV (CV1 and CV2). The results showed that the environmental conditions around Coroa Vermelha reef kept between more exposed inner shelf and more restrict inner shelf, except during the last two glacial maximums. The foraminifera analysis showed environmental patterns from coastal settings (with high content of organic material) to inner shelf with good circulation and reef environments. The coastal input was observed over all time, into a greater or lesser sedimentation influence. Mineralogical analysis showed that the humid climate was the prevailing one, but was observed small moments of possible drier climates. The results here were compiled with other studies at the same area. Together, they provided the base to make an Abrolhos Internal Shelf evolution model's hypotesis during the late Quaternary (possibly last ~ 250,000 years). The Abrolhos Inner Shelf evolved in five main phases. These phases varied between dominance periods of carbonate sedimentation, clastic sedimentation, pleistocene reef growth, subaerial shelf exposure and holocene reef growth. The reef records, in turn, was only found from the late Pleistocene (MIS 5).98 f.NiteróiSilva, Cleverson GuizanJunior, Alberto Garcia de FigueiredoVital, HeleniceJovane, LuigiBastos, Alex CardosoSilva, Cleverson Guizanhttp://lattes.cnpq.br/2192755725741120Bastos, Alex Cardosohttp://lattes.cnpq.br/2951081353357019Figueiredo Junior, Alberto Garcia deVital, Helenicehttp://lattes.cnpq.br/3595069999049968Jovane, Luigihttp://lattes.cnpq.br/2649740799154948http://lattes.cnpq.br/7435312200966903Salles, Laura Silveira Vieira2022-03-17T00:27:17Z2022-03-17T00:27:17Z2020info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfSALLES, Laura Silveira Vieira. Plataforma de Abrolhos: desenvolvimento recifal durante o quaternário superior. 98 f. Tese (Doutorado em Dinâmica dos Oceanos e da Terra)-Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2020. Orientador: Cleverson Guizan Silva.http://app.uff.br/riuff/handle/1/24748Aluno de Doutoradohttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/CC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2022-03-17T00:27:21Zoai:app.uff.br:1/24748Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202024-08-19T11:12:40.160381Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false |
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O Período Quaternário é marcado por mudanças climáticas globais, resultando em trocas de massa entre camadas de gelo e oceano que impulsionam grandes variações eustáticas do nível do mar e, consequentemente, alterações significativas no padrão ecológico e sedimentar das margens continentais. Dentro deste contexto, a Plataforma de Abrolhos apresenta atualmente uma complexa heterogeneidade morfológica e sedimentar que reflete sua evolução ao longo do tempo geológico. O objetivo desta tese contempla analisar a evolução paleoambiental da Plataforma interna de Abrolhos durante o Pleistoceno e o Holoceno, investigar e interpretar as variações temporais nas fácies sedimentares/recifais, além de propor um modelo de evolução para os recifes costeiros de Abrolhos. Seu desenvolvimento tem como base a perfuração de testemunhos longos em dois recifes rasos da plataforma, Recife de Pedra Grande/Paredes (PG) e Recife de Coroa Vermelha (CV). A análise e interpretação dos dados foram realizadas com base em análises petrográficas, taxonômicas, cronológicas, sedimentológicas, texturais, mineralógicas e paleontológicas, contribuindo de forma integrada para uma melhor interpretação da evolução do sistema. Os resultados mostraram que PG é composto basicamente de estrutura recifal desde o topo até sua base (20m), o que não foi observado nos testemunhos coletados em CV, onde apenas o topo (0 a ~25m) é composto de estruturas recifais holocênicas e pleistocênicas. PG se desenvolveu todo no Holoceno, com topo recifal vivo até os dias atuais, porém não foi possível alcançar a profundidade de seu início recifal, mas sua idade mais antiga foi identificada como 6785 ± 200 cal AP a 18m de profundidade, com taxa de acreção vertical de 3.2 m/1000 anos. Suas principais espécies construtoras foram M. cavernosa, M. harttii, Porites sp., S. stellata, Millepora sp., H. munitum, Lithophyllum sp., L. pustulatum, P. conicum, P. onkodes, e M. erubescens. CV, por sua vez, começou seu desenvolvimento holocênico há 6406+/-205 anos AP (a 10,5 m de profundidade) e parou seu crescimento por volta de 4442+/-220 anos AP (taxa de acreção recifal de 5.3 m/1000 anos), possivelmente devido a um novo input fluvial do rio Caravelas na região costeira de Nova Viçosa. Suas principais espécies construtoras foram F. gravida, M. cavernosa, M. harttii, Porites sp., S. stellate, Millepora sp., Amphiroa sp., H. munitum, L. pustulatum, Paulsilvella sp., P. onkodes, Spongites sp., Halimeda sp. e M. erubescens. Baseado em dados coletados por Bastos et al. (2015), foi possível relacionar os testemunhos com a morfologia atual do fundo marinho, criando uma nova teoria de distribuição dos recifes costeiros, onde PG se mostra pertencente a uma cadeia de recifes submersos na direção norte-sul entre os arcos recifais interno e externo na plataforma de Abrolhos. Estratigraficamente abaixo do recife holocênico foram identificadas 7 e 9 fácies estratigráficas silicicláticas/carbonáticas nos dois testemunhos amostrados em CV (CV1 e CV2). A interpretação dos testemunhos mostrou que a região do recife de Coroa Vermelha se manteve variando entre condições de plataforma interna mais exposta a mais restrita (exceto em dois momentos de exposição subaérea, durante os dois últimos máximos glaciais), com foraminíferos característicos de ambientes costeiros e alto teor de matéria orgânica, de plataforma interna de boa circulação de água e de ambientes recifais. Já o aporte sedimentar terrígeno se mostrou presente ao longo de todo o tempo geológico amostrado, em momentos de maior ou menor influência sobre a sedimentação. A análise mineralógica mostrou que o domínio climático foi de clima úmido, mas com possíveis pequenos momentos de climas mais secos. Os resultados obtidos, compilados a outros trabalhos já feitos na área de estudo deram subsídio para a construção de uma hipótese de modelo de evolução para a Plataforma Interna de Abrolhos durante o Quaternário superior (possivelmente últimos ~250.000 anos). A plataforma Interna de Abrolhos evoluiu em seis principais fases, alternando entre períodos de domínio de sedimentação carbonática, sedimentação terrígena, exposição subaérea, crescimento recifal pleistocênico e crescimento recifal holocênico, onde o registro recifal só foi encontrado a partir do Pleistoceno superior (MIS 5). |
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