Paisagem, tempo e memória na Viagem à Itália de Goethe
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) |
Texto Completo: | https://app.uff.br/riuff/handle/1/3790 |
Resumo: | O presente trabalho procura relacionar três tópicos conceituais – paisagem, tempo e memória – na Viagem à Itália de Goethe. Nossa intenção é, primeiramente, mapear nas descrições paisagísticas a presença do tempo fenomenológico do olhar, do corpo e da viagem, pensando assim a memória em sua forma primária, isto é, como estrutura retentiva. Para isso, recorremos ao pensamento husserliano das Lições de 1905 e da doutrina mereológica nas Investigações lógicas, levado adiante pela Fenomenologia da percepção de M. Merleau-Ponty e pelos trabalhos de Paul Ricoeur, buscando relacioná-lo com a forma testemunhal da experiência de paisagem na Viagem. Nossa análise visa demonstrar os diferentes ritmos da vivência e de sua descrição, e a impossibilidade de separar os elementos do “quadro” visto e os momentos da percepção total. Além disso, queremos investigar, num segundo percurso, o pertencimento de Goethe à tradição da mnemotécnica antiga, na qual a memória é pensada, por um lado, como impressão anímica e, por outro, como espaço interior. Aqui, a paisagem será vista a partir do seu elemento sublime, a força patética pela qual ela se inscreve no texto memorativo. Servem como guia, nessa parte da pesquisa, as fontes clássicas: os diálogos platônicos, dois trabalhos aristotélicos e algumas retóricas latinas, bem como as exposições sobre o sublime, do retor Longino ao contemporâneo e amigo de Goethe, Friedrich Schiller. Tal empreitada, cujo objetivo é pôr em contato a paisagem italiana com um tempo memorativo individual, aparenta ser novidade em meio aos estudos goethianos, tendo em vista que a paisagem é relacionada tradicionalmente, na crítica, ao tempo histórico e à memória cultural |
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