Reflorestamento e regeneração natural em talude da Estrada de Itaipu, Região Oceânica de Niterói

• Autor(a) principal: Oliveira, Camila Sousa de
• Data de Publicação: 2019
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
• Texto Completo: https://app.uff.br/riuff/handle/1/13692
• topic: Mata Atlântica; RAD; Restauração florestal; Niterói; Restauração florestal; Recuperação de áreas degradadas; Mata Atlântica (RJ); Niterói (RJ); Atlantic forest; DLR; Forest restoration; Niterói

Ao longo da história, a Mata Atlântica vem sofrendo drástica redução, com grandes perdas, restando atualmente entre 11-26% da área original de florestas. Devido à forte intervenção humana, diversas áreas apresentam alterações que dificultam o retorno do ambiente ao seu estado original e suas funcionalidades, sendo a implantação de projetos de recuperação de áreas degradadas (RAD) uma das alternativas para isso. Um exemplo de RAD é o projeto implantado em 1993 em talude localizado às margens da estrada de Itaipu, Niterói - RJ, com o plantio de 6 espécies de leguminosas florestais noduladas e micorrizadas, numa área de aproximadamente 1,5 ha. A última avaliação da área, realizada há 18 anos, indicou uma alta variabilidade na sobrevivência e crescimento das espécies plantadas. Este trabalho tem como objetivo realizar uma nova avaliação, verificando o estado atual da floresta e a possível ocorrência de processos de regeneração natural. Foram levantados em campo dados estruturais (diâmetro e altura de árvores com DAP > 5 cm, coleta de amostras botânicas) e ambientais (cota, declividade), em 3 parcelas de 10 x 20m, utilizados na análise fitossociológica. Os resultados preliminares indicam uma densidade estimada de 1375 ind./ha e uma riqueza de 14 espécies arbóreas. Verificou-se uma maior abundância das espécies Mimosa caesalpinifolia Benth e Acacia mangium Willd., incluídas entre as espécies plantadas, seguidas por indivíduos da espécie Pleroma granulosum (Desr.) D. Don, oriundos da regeneração natural. Em relação à dominância, se destacam novamente as espécies plantadas (M. caesalpinifolia e A. mangium), seguidas pelas espécies regenerantes Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman e P. granulosum. Foi constatada também a presença de indivíduos de menor porte e mudas de diversas espécies nativas, bem como a ausência de processos erosivos evidentes, além de algumas clareiras formadas pela queda de árvores mortas, preenchidas pela regeneração natural. De acordo com a legislação vigente, a vegetação atual da área equivale ao estágio médio de sucessão secundária de Mata Atlântica, visto que as árvores apresentam DAP médio variando de 10 - 20 cm e altura média variando de 5 - 12 m, há a presença de serapilheira, a área basal média é de 20,11 m²/ha, com as espécies lenhosas eliminando gradualmente os componentes herbáceos do estágio inicial e gramíneas invasoras por meio do sombreamento. Com esses resultados, a serem complementados por análises adicionais, pode-se concluir preliminarmente que o reflorestamento vem se mostrando efetivo no objetivo de controlar a erosão do talude, e que aparenta proporcionar condições para o estabelecimento de espécies nativas pioneiras e secundárias iniciais na área, o que, aliado a ações de manejo, pode conduzir ao restabelecimento das funções ecológicas e resiliência do ecossistema florestal, a médio-longo prazo