Emprego do GPR no estudo da arquitetura estratigráfica do setor leste da restinga da Marambaia – RJ
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) |
Texto Completo: | https://app.uff.br/riuff/handle/1/23733 |
Resumo: | A restinga da Marambaia é uma ilha-barreira de direção W-E com mais de 40 quilômetros de extensão, oscilando sua largura entre 130 m e 5 km, localizada no litoral sul do estado do Rio de Janeiro. A sua limitação é dada, a leste, pelos canais de maré de Barra de Guaratiba e, a oeste, pelo pico da Marambaia. Funcionando como um quebra-mar, a restinga separa a baía de Sepetiba do Oceano Atlântico, isolando assim, os ambientes lagunar e marinho. Além de lagoas, a restinga apresenta dunas parabólicas e longitudinais alçadas até cerca de 30 m de altitude em sua porção leste, onde está concentrada a área estudo da presente pesquisa. Através do imageamento da subsuperfície utilizando o método GPR (Ground Penetrating Radar), foi possível obter uma série de informações sobre a arquitetura estratigráfica do setor leste da restinga da Marambaia. Dessa forma, a interpretação dos dados permitiu identificar duas unidades deposicionais referentes (i) a uma paleobarreira progradante de regressão normal, no contexto do trato de sistemas de mar alto final e (ii) a uma barreira progradante de regressão forçada, dentro do contexto de mar baixo inicial. Estas unidades são limitadas por duas superfícies estratigráficas reconhecidas na literatura por (i) superfície basal de regressão forçada (SBRF), que representa a base de todos os depósitos que acumulam em ambientes marinhos durante a regressão forçada da linha de costa a partir de 5,8 ka, e (ii) discordância subaérea (DS), que é uma superfície de erosão ou não deposição gerada por incisão fluvial, erosão eólica e pedogênese durante o período de queda do nível de base. A arquitetura estratigráfica do setor leste da restinga está relacionada às variações do nível do mar, ao aporte sedimentar significativo e às correntes litorâneas. A variabilidade de radarfácies identificadas nesta pesquisa atesta a grande complexidade da gênese e evolução dessa ilha-barreira. Alguns aspectos podem ser ressaltados, como o processo de corte e preenchimento de canais que migram lateralmente no sentido W-E, propondo a direção de formação da restinga da Marambaia. Assim, pôde-se sugerir que a atual restinga da Marambaia é um sistema de ilha-barreira com cerca de 14 m de espessura sedimentar formado sobre a superfície de inundação máxima (SIM), datada em ~8-7,5 ka, inicialmente por depósitos de regressão normal e, posteriormente, por depósitos de regressão forçada (mais recente que ~5,8 ka). |
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Emprego do GPR no estudo da arquitetura estratigráfica do setor leste da restinga da Marambaia – RJRadarfáciesEvolução costeiraRegressão normalRegressão forçadaGeociênciasRadar faciesCoastal evolutionNormal regressionForced regressionA restinga da Marambaia é uma ilha-barreira de direção W-E com mais de 40 quilômetros de extensão, oscilando sua largura entre 130 m e 5 km, localizada no litoral sul do estado do Rio de Janeiro. A sua limitação é dada, a leste, pelos canais de maré de Barra de Guaratiba e, a oeste, pelo pico da Marambaia. Funcionando como um quebra-mar, a restinga separa a baía de Sepetiba do Oceano Atlântico, isolando assim, os ambientes lagunar e marinho. Além de lagoas, a restinga apresenta dunas parabólicas e longitudinais alçadas até cerca de 30 m de altitude em sua porção leste, onde está concentrada a área estudo da presente pesquisa. Através do imageamento da subsuperfície utilizando o método GPR (Ground Penetrating Radar), foi possível obter uma série de informações sobre a arquitetura estratigráfica do setor leste da restinga da Marambaia. Dessa forma, a interpretação dos dados permitiu identificar duas unidades deposicionais referentes (i) a uma paleobarreira progradante de regressão normal, no contexto do trato de sistemas de mar alto final e (ii) a uma barreira progradante de regressão forçada, dentro do contexto de mar baixo inicial. Estas unidades são limitadas por duas superfícies estratigráficas reconhecidas na literatura por (i) superfície basal de regressão forçada (SBRF), que representa a base de todos os depósitos que acumulam em ambientes marinhos durante a regressão forçada da linha de costa a partir de 5,8 ka, e (ii) discordância subaérea (DS), que é uma superfície de erosão ou não deposição gerada por incisão fluvial, erosão eólica e pedogênese durante o período de queda do nível de base. A arquitetura estratigráfica do setor leste da restinga está relacionada às variações do nível do mar, ao aporte sedimentar significativo e às correntes litorâneas. A variabilidade de radarfácies identificadas nesta pesquisa atesta a grande complexidade da gênese e evolução dessa ilha-barreira. Alguns aspectos podem ser ressaltados, como o processo de corte e preenchimento de canais que migram lateralmente no sentido W-E, propondo a direção de formação da restinga da Marambaia. Assim, pôde-se sugerir que a atual restinga da Marambaia é um sistema de ilha-barreira com cerca de 14 m de espessura sedimentar formado sobre a superfície de inundação máxima (SIM), datada em ~8-7,5 ka, inicialmente por depósitos de regressão normal e, posteriormente, por depósitos de regressão forçada (mais recente que ~5,8 ka).CAPESThe Marambaia region is a more than 40 km, W-E, barrier island, with a width ranging from 130 m to 5 km, located on the southern coast of Rio de Janeiro state. It is limited, in the east side, by the tidal channels of Barra de Guaratiba, and, in the west, by the Marambaia peak. Functioning like a breakwater, the barrier island separates the Sepetiba bay from the Atlantic Ocean, thus isolating the lagoon and marine environments. Besides ponds, the barrier-island presents parabolic and longitudinal dunes raised up to about 30 m altitude in its eastern portion, where is located the study area. Through the imaging of the subsurface using the Ground Penetrating Radar (GPR) method, it was possible to obtain information about the stratigraphic architecture of the Marambaia barrier-island eastern sector. Thus, the interpretation of the GPR data allowed us to identify two depositional units referring to (i) a normal regression prograding paleo-barrier, in the context of high stand tract system, and (ii) a forced regression prograding paleo-barrier within initial low stand context. These units are bounded by two stratigraphic surfaces recognized in the literature by (i) basal surface of forced regression (BSFR), which represents the base of all marine deposits accumulated during the shoreline forced regression of 5, 8 ka, and (ii) subaerial unconformity (SU), which is an erosional or non-depositional surface generated by fluvial incision, wind erosion and pedogenesis during the sea level fall period. The barrier-island east sector stratigraphic architecture is related to the sea level variations, to the significant sedimentary supply and to the coastal currents. The radar facies variability identified in this research attests to the great complexity of this barrier-island genesis and evolution. Some aspects can be highlighted, such as the process of cutting and filling channels that migrate laterally in the W-E direction, proposing the direction of the barrier formation. Thus, it could be suggested that the present Marambaia barrier-island is a system with about 14 m of sedimentary thickness formed above of the maximum flood surface (MFS), dated at ~ 8-7.5 ka, initially by normal regression deposits, and, later, by forced regression deposits (more recent than ~ 5.8 ka).107f.NiteróiGuerra, Josefa VarelaDadalto, Tatiana PinheiroMartins, Saulo SiqueiraBaptista Neto, José AntônioMane, Miguel ÂngeloGouvêa, Suelen Proença2021-11-26T17:22:54Z2021-11-26T17:22:54Z2019info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfGOUVÊA, Suelen Proença. Emprego do GPR no estudo da arquitetura estratigráfica do setor leste da restinga da Marambaia – RJ. Dissertação (Mestrado em Dinâmica dos Oceanos e da Terra)-Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2019. Orientadora: Josefa Varela Guerra.https://app.uff.br/riuff/handle/1/23733Aluno de Mestradohttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/CC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2021-11-26T17:22:54Zoai:app.uff.br:1/23733Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202024-08-19T10:46:52.466342Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false |
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A restinga da Marambaia é uma ilha-barreira de direção W-E com mais de 40 quilômetros de extensão, oscilando sua largura entre 130 m e 5 km, localizada no litoral sul do estado do Rio de Janeiro. A sua limitação é dada, a leste, pelos canais de maré de Barra de Guaratiba e, a oeste, pelo pico da Marambaia. Funcionando como um quebra-mar, a restinga separa a baía de Sepetiba do Oceano Atlântico, isolando assim, os ambientes lagunar e marinho. Além de lagoas, a restinga apresenta dunas parabólicas e longitudinais alçadas até cerca de 30 m de altitude em sua porção leste, onde está concentrada a área estudo da presente pesquisa. Através do imageamento da subsuperfície utilizando o método GPR (Ground Penetrating Radar), foi possível obter uma série de informações sobre a arquitetura estratigráfica do setor leste da restinga da Marambaia. Dessa forma, a interpretação dos dados permitiu identificar duas unidades deposicionais referentes (i) a uma paleobarreira progradante de regressão normal, no contexto do trato de sistemas de mar alto final e (ii) a uma barreira progradante de regressão forçada, dentro do contexto de mar baixo inicial. Estas unidades são limitadas por duas superfícies estratigráficas reconhecidas na literatura por (i) superfície basal de regressão forçada (SBRF), que representa a base de todos os depósitos que acumulam em ambientes marinhos durante a regressão forçada da linha de costa a partir de 5,8 ka, e (ii) discordância subaérea (DS), que é uma superfície de erosão ou não deposição gerada por incisão fluvial, erosão eólica e pedogênese durante o período de queda do nível de base. A arquitetura estratigráfica do setor leste da restinga está relacionada às variações do nível do mar, ao aporte sedimentar significativo e às correntes litorâneas. A variabilidade de radarfácies identificadas nesta pesquisa atesta a grande complexidade da gênese e evolução dessa ilha-barreira. Alguns aspectos podem ser ressaltados, como o processo de corte e preenchimento de canais que migram lateralmente no sentido W-E, propondo a direção de formação da restinga da Marambaia. Assim, pôde-se sugerir que a atual restinga da Marambaia é um sistema de ilha-barreira com cerca de 14 m de espessura sedimentar formado sobre a superfície de inundação máxima (SIM), datada em ~8-7,5 ka, inicialmente por depósitos de regressão normal e, posteriormente, por depósitos de regressão forçada (mais recente que ~5,8 ka). |
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