A família Beija-Flor
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2010 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) |
Texto Completo: | https://app.uff.br/riuff/handle/1/16907 |
Resumo: | O trabalho apresenta uma análise das relações institucionais entre jogo do bicho e escola de samba enquanto suporte do esquema de poder familiar montado no município de Nilópolis durante a ditadura militar e que se encontra em pleno vigor ainda nos dias atuais. Abordamos num primeiro momento visões macro-políticas que relacionam a projeção dos dois ramos do poder familiar à interferência militar na Baixada Fluminense. Entretanto, o estudo aprofunda a reflexão sobre a adesão ao regime por parte das lideranças das famílias Sessim e Abraão na medida em que se assenta nos pressupostos de um modelo epistemológico atento à relevância de dados fragmentários, ou seja, indícios soltos que foram identificados no exame de fontes jornalísticas, de arquivo e fontes orais, estas produzidas mediante a realização de entrevistas de acordo com a metodologia da história oral. Em função disso, a pesquisa aponta para um conjunto mais amplo de fatores que teriam contribuído para a consolidação, pelas referidas famílias, de uma tradição de atuação política baseada no lugar. A relação dos chefes do esquema com setores da comunidade local é tratada considerando-se a dimensão simbólica do sistema de trocas que se centralizou na figura do banqueiro do bicho e presidente de hora da Beija-Flor, Anísio Abraão David, e foi estruturado através da organização carnavalesca na forma de uma economia do dom. Portanto, o universo simbólico do esquema político é analisado no trabalho com a demonstração de que se compõe também pela interligação de elementos da memória dos imigrantes de origem libanesa estabelecidos na localidade e de um conjunto de valores incorporados do sistema do jogo do bicho. Seguindo a proposta etnográfica do olhar de perto e de dentro, tomamos a visão de antigos moradores de Nilópolis vinculados à Beija-Flor acerca do contexto em que estão inseridos e das práticas que desenvolvem como ponto de partida para explicação dos mecanismos que articulam as redes sociais responsáveis pela sustentação da estrutura de poder estudada. Em síntese, argumenta se que a vitalidade do esquema familiar está associada à capacidade de articulação desenvolvida por suas lideranças através do controle de organizações que permitem a manutenção, e reprodução, de vínculos estabelecidos tanto nas redes de sociabilidade de âmbito local quanto em setores externos à esfera do município e ao mundo do samba. |
id |
UFF-2_f456dc8e12a0d49f29254ab266a1881c |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:app.uff.br:1/16907 |
network_acronym_str |
UFF-2 |
network_name_str |
Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) |
repository_id_str |
2120 |
spelling |
A família Beija-FlorEscola de samba - aspecto socialJogo do bichoDitadura militarO trabalho apresenta uma análise das relações institucionais entre jogo do bicho e escola de samba enquanto suporte do esquema de poder familiar montado no município de Nilópolis durante a ditadura militar e que se encontra em pleno vigor ainda nos dias atuais. Abordamos num primeiro momento visões macro-políticas que relacionam a projeção dos dois ramos do poder familiar à interferência militar na Baixada Fluminense. Entretanto, o estudo aprofunda a reflexão sobre a adesão ao regime por parte das lideranças das famílias Sessim e Abraão na medida em que se assenta nos pressupostos de um modelo epistemológico atento à relevância de dados fragmentários, ou seja, indícios soltos que foram identificados no exame de fontes jornalísticas, de arquivo e fontes orais, estas produzidas mediante a realização de entrevistas de acordo com a metodologia da história oral. Em função disso, a pesquisa aponta para um conjunto mais amplo de fatores que teriam contribuído para a consolidação, pelas referidas famílias, de uma tradição de atuação política baseada no lugar. A relação dos chefes do esquema com setores da comunidade local é tratada considerando-se a dimensão simbólica do sistema de trocas que se centralizou na figura do banqueiro do bicho e presidente de hora da Beija-Flor, Anísio Abraão David, e foi estruturado através da organização carnavalesca na forma de uma economia do dom. Portanto, o universo simbólico do esquema político é analisado no trabalho com a demonstração de que se compõe também pela interligação de elementos da memória dos imigrantes de origem libanesa estabelecidos na localidade e de um conjunto de valores incorporados do sistema do jogo do bicho. Seguindo a proposta etnográfica do olhar de perto e de dentro, tomamos a visão de antigos moradores de Nilópolis vinculados à Beija-Flor acerca do contexto em que estão inseridos e das práticas que desenvolvem como ponto de partida para explicação dos mecanismos que articulam as redes sociais responsáveis pela sustentação da estrutura de poder estudada. Em síntese, argumenta se que a vitalidade do esquema familiar está associada à capacidade de articulação desenvolvida por suas lideranças através do controle de organizações que permitem a manutenção, e reprodução, de vínculos estabelecidos tanto nas redes de sociabilidade de âmbito local quanto em setores externos à esfera do município e ao mundo do samba.244 p.NiteróiSouza, Marcos Alvito Pereira deAmaral, Adriana Facina Gurgel doKuschnir, KarinaBezerra, Luiz Anselmo2021-02-16T13:55:43Z2021-02-16T13:55:43Z2010info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://app.uff.br/riuff/handle/1/16907Aluno de MestradoopenAccesshttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/CC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2022-08-23T16:59:06Zoai:app.uff.br:1/16907Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202024-08-19T11:19:14.028727Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
A família Beija-Flor |
title |
A família Beija-Flor |
spellingShingle |
A família Beija-Flor Bezerra, Luiz Anselmo Escola de samba - aspecto social Jogo do bicho Ditadura militar |
title_short |
A família Beija-Flor |
title_full |
A família Beija-Flor |
title_fullStr |
A família Beija-Flor |
title_full_unstemmed |
A família Beija-Flor |
title_sort |
A família Beija-Flor |
author |
Bezerra, Luiz Anselmo |
author_facet |
Bezerra, Luiz Anselmo |
author_role |
author |
dc.contributor.none.fl_str_mv |
Souza, Marcos Alvito Pereira de Amaral, Adriana Facina Gurgel do Kuschnir, Karina |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Bezerra, Luiz Anselmo |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Escola de samba - aspecto social Jogo do bicho Ditadura militar |
topic |
Escola de samba - aspecto social Jogo do bicho Ditadura militar |
description |
O trabalho apresenta uma análise das relações institucionais entre jogo do bicho e escola de samba enquanto suporte do esquema de poder familiar montado no município de Nilópolis durante a ditadura militar e que se encontra em pleno vigor ainda nos dias atuais. Abordamos num primeiro momento visões macro-políticas que relacionam a projeção dos dois ramos do poder familiar à interferência militar na Baixada Fluminense. Entretanto, o estudo aprofunda a reflexão sobre a adesão ao regime por parte das lideranças das famílias Sessim e Abraão na medida em que se assenta nos pressupostos de um modelo epistemológico atento à relevância de dados fragmentários, ou seja, indícios soltos que foram identificados no exame de fontes jornalísticas, de arquivo e fontes orais, estas produzidas mediante a realização de entrevistas de acordo com a metodologia da história oral. Em função disso, a pesquisa aponta para um conjunto mais amplo de fatores que teriam contribuído para a consolidação, pelas referidas famílias, de uma tradição de atuação política baseada no lugar. A relação dos chefes do esquema com setores da comunidade local é tratada considerando-se a dimensão simbólica do sistema de trocas que se centralizou na figura do banqueiro do bicho e presidente de hora da Beija-Flor, Anísio Abraão David, e foi estruturado através da organização carnavalesca na forma de uma economia do dom. Portanto, o universo simbólico do esquema político é analisado no trabalho com a demonstração de que se compõe também pela interligação de elementos da memória dos imigrantes de origem libanesa estabelecidos na localidade e de um conjunto de valores incorporados do sistema do jogo do bicho. Seguindo a proposta etnográfica do olhar de perto e de dentro, tomamos a visão de antigos moradores de Nilópolis vinculados à Beija-Flor acerca do contexto em que estão inseridos e das práticas que desenvolvem como ponto de partida para explicação dos mecanismos que articulam as redes sociais responsáveis pela sustentação da estrutura de poder estudada. Em síntese, argumenta se que a vitalidade do esquema familiar está associada à capacidade de articulação desenvolvida por suas lideranças através do controle de organizações que permitem a manutenção, e reprodução, de vínculos estabelecidos tanto nas redes de sociabilidade de âmbito local quanto em setores externos à esfera do município e ao mundo do samba. |
publishDate |
2010 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2010 2021-02-16T13:55:43Z 2021-02-16T13:55:43Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://app.uff.br/riuff/handle/1/16907 Aluno de Mestrado |
url |
https://app.uff.br/riuff/handle/1/16907 |
identifier_str_mv |
Aluno de Mestrado |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
openAccess http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/ CC-BY-SA info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
openAccess http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/ CC-BY-SA |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Niterói |
publisher.none.fl_str_mv |
Niterói |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) instname:Universidade Federal Fluminense (UFF) instacron:UFF |
instname_str |
Universidade Federal Fluminense (UFF) |
instacron_str |
UFF |
institution |
UFF |
reponame_str |
Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) |
collection |
Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF) |
repository.mail.fl_str_mv |
riuff@id.uff.br |
_version_ |
1811823722327179264 |