Usina Hidrelétrica de Belo Monte: da modernização do território à reconfiguração das escalas de poder

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Quaresma, Madson José Nascimento
Data de Publicação: 2024
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: http://app.uff.br/riuff/handle/1/32220
Resumo: O discurso da modernidade na Amazônia diz que as novas ações e novos objetos irão diminuir as desigualdades da região, tanto econômica quanto social. No entanto, o que se vê, na realidade, é a modernização da exploração, seja ela dos recursos ou da mão de obra. Mesmo com os indicadores sociais superestimados, a exploração da região segue orientada por processos exógenos, fato que amplia ainda mais a produção da mais-valia sobre a região. Assim sendo, a modernidade se impõe e ganha como suporte o apoio do poder local que vê seus lucros serem potencializados, o que tornam as alianças entre Estado, poder local e empresas internacionais mais fortalecidas na região. Na região de Integração do Xingu, nosso lócus de estudo, a ação desses três atores molda o território, que se encontra em mudança, com o início das obras da Hidrelétrica de Belo Monte. A região hoje vive um momento, no qual as empresas internacionais, o poder local e o Estado decidem o seu futuro e isso custa caro ao restante da população. Neste contexto, também se cria uma forte reação ao projeto por parte da sociedade civil. Assim sendo, graves conflitos que já existiam entre as elites locais e os chamados povos tradicionais da região, herança de outros momentos, se acentuam. Contudo, as experiências preteridas de enfrentamento levaram o povo a procurar formas concretas de organização a fim de instituir uma força capaz de mudar a forma que os sucessivos projetos de modernidade na região se estabelecem. Então, partimos da hipótese central de que a modernização do território do Xingu visa criar condições para a ampliação da reprodução do capital, utilizando os sistemas de objetos e dos sistemas de ações que serão instalados na região, com o objetivo de modernizar a exploração e maximizar ganhos, a partir das novas políticas territoriais que serão implantadas. Entretanto, com o refinamento da organização da sociedade civil na região esse processo passa a ocorrer com grande resistência não somente no âmbito local como era antigamente, mas agora abrangendo também ações nas escalas nacional e internacional, através da organização de políticas de escalas, fazendo com que essa população deixe de ser um sujeito passivo na produção do espaço regional e se torne um agente concreto na produção.
id UFF-2_f57e569d3f74b0a3a4a40be29599146c
oai_identifier_str oai:app.uff.br:1/32220
network_acronym_str UFF-2
network_name_str Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
repository_id_str 2120
spelling Usina Hidrelétrica de Belo Monte: da modernização do território à reconfiguração das escalas de poderTerritórioPolíticas de escalasMovimentos sociaisConflito socialAmazôniaTerritoryScales policiesSocial movementsO discurso da modernidade na Amazônia diz que as novas ações e novos objetos irão diminuir as desigualdades da região, tanto econômica quanto social. No entanto, o que se vê, na realidade, é a modernização da exploração, seja ela dos recursos ou da mão de obra. Mesmo com os indicadores sociais superestimados, a exploração da região segue orientada por processos exógenos, fato que amplia ainda mais a produção da mais-valia sobre a região. Assim sendo, a modernidade se impõe e ganha como suporte o apoio do poder local que vê seus lucros serem potencializados, o que tornam as alianças entre Estado, poder local e empresas internacionais mais fortalecidas na região. Na região de Integração do Xingu, nosso lócus de estudo, a ação desses três atores molda o território, que se encontra em mudança, com o início das obras da Hidrelétrica de Belo Monte. A região hoje vive um momento, no qual as empresas internacionais, o poder local e o Estado decidem o seu futuro e isso custa caro ao restante da população. Neste contexto, também se cria uma forte reação ao projeto por parte da sociedade civil. Assim sendo, graves conflitos que já existiam entre as elites locais e os chamados povos tradicionais da região, herança de outros momentos, se acentuam. Contudo, as experiências preteridas de enfrentamento levaram o povo a procurar formas concretas de organização a fim de instituir uma força capaz de mudar a forma que os sucessivos projetos de modernidade na região se estabelecem. Então, partimos da hipótese central de que a modernização do território do Xingu visa criar condições para a ampliação da reprodução do capital, utilizando os sistemas de objetos e dos sistemas de ações que serão instalados na região, com o objetivo de modernizar a exploração e maximizar ganhos, a partir das novas políticas territoriais que serão implantadas. Entretanto, com o refinamento da organização da sociedade civil na região esse processo passa a ocorrer com grande resistência não somente no âmbito local como era antigamente, mas agora abrangendo também ações nas escalas nacional e internacional, através da organização de políticas de escalas, fazendo com que essa população deixe de ser um sujeito passivo na produção do espaço regional e se torne um agente concreto na produção.The Amazon modernity speech says that new actions and new objects will reduce inequalities in the region, both economically and socially. However, what it is saw, actually, it is the modernization of exploitation, whether of resources or manpower. Even with the overestimated social indicators, the exploitation of the region follows guided by exogenous processes, a fact that further expands the production of surplus value over the region. Thus, modernity imposes itself and gains support of local power that see their profits being leveraged, which makes the alliances between the state, local power and international companies stronger in the region. In the Xingu Integrated Region, our study locus, the action of these three actors shape the territory, this is changing, with the start of construction of the Belo Monte Dam. The region today is experiencing a moment, when international companies, local power and the State decide the future of the region and this have a cost to the rest of the population. In this context also it creates a strong reaction against the project by civil society. Thus, serious conflicts that existed between local elites and the so-called traditional peoples of the region, inheritance of other times are accentuated. Although, required experiences of struggle led people to seek concrete ways of organization in order to establish a force able to change the way that successive modern projects in the region are established. So we start from the central hypothesis that the modernization of the Xingu territory aims to create conditions for the expansion of the reproduction of capital, using the systems of objects and systems of actions that will be installed in the region, in order to modernize the exploitation and maximize gains from the new territorial policies to be implemented. Nevertheless, with the refinement of the regional civil society organization this process begins to occur with great resistance not only at the local level as it was before, but now also covering actions in the national and international level, by organizing scales policies, making this population ceases to be passive subject in the production of regional space and become a real agent in the production.137 f.Cruz, Valter do Carmohttp://lattes.cnpq.br/2006814557828882Martins, Flávia Elaine da Silvahttp://lattes.cnpq.br/3099336524347389Oliveira, Denilson Araujo dehttp://lattes.cnpq.br/9650761438348301http://lattes.cnpq.br/0059080823106420Quaresma, Madson José Nascimento2024-02-06T18:29:19Z2024-02-06T18:29:19Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfQUARESMA, Madson José Nascimento. Usina Hidrelétrica de Belo Monte: da modernização do território à reconfiguração das escalas de poder. 2016. 137 f. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Programa de Pós-Graduação em Geografia, Instituto de Geociências, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2016.http://app.uff.br/riuff/handle/1/32220CC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2024-02-06T18:29:23Zoai:app.uff.br:1/32220Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202024-02-06T18:29:23Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false
dc.title.none.fl_str_mv Usina Hidrelétrica de Belo Monte: da modernização do território à reconfiguração das escalas de poder
title Usina Hidrelétrica de Belo Monte: da modernização do território à reconfiguração das escalas de poder
spellingShingle Usina Hidrelétrica de Belo Monte: da modernização do território à reconfiguração das escalas de poder
Quaresma, Madson José Nascimento
Território
Políticas de escalas
Movimentos sociais
Conflito social
Amazônia
Territory
Scales policies
Social movements
title_short Usina Hidrelétrica de Belo Monte: da modernização do território à reconfiguração das escalas de poder
title_full Usina Hidrelétrica de Belo Monte: da modernização do território à reconfiguração das escalas de poder
title_fullStr Usina Hidrelétrica de Belo Monte: da modernização do território à reconfiguração das escalas de poder
title_full_unstemmed Usina Hidrelétrica de Belo Monte: da modernização do território à reconfiguração das escalas de poder
title_sort Usina Hidrelétrica de Belo Monte: da modernização do território à reconfiguração das escalas de poder
author Quaresma, Madson José Nascimento
author_facet Quaresma, Madson José Nascimento
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Cruz, Valter do Carmo
http://lattes.cnpq.br/2006814557828882
Martins, Flávia Elaine da Silva
http://lattes.cnpq.br/3099336524347389
Oliveira, Denilson Araujo de
http://lattes.cnpq.br/9650761438348301
http://lattes.cnpq.br/0059080823106420
dc.contributor.author.fl_str_mv Quaresma, Madson José Nascimento
dc.subject.por.fl_str_mv Território
Políticas de escalas
Movimentos sociais
Conflito social
Amazônia
Territory
Scales policies
Social movements
topic Território
Políticas de escalas
Movimentos sociais
Conflito social
Amazônia
Territory
Scales policies
Social movements
description O discurso da modernidade na Amazônia diz que as novas ações e novos objetos irão diminuir as desigualdades da região, tanto econômica quanto social. No entanto, o que se vê, na realidade, é a modernização da exploração, seja ela dos recursos ou da mão de obra. Mesmo com os indicadores sociais superestimados, a exploração da região segue orientada por processos exógenos, fato que amplia ainda mais a produção da mais-valia sobre a região. Assim sendo, a modernidade se impõe e ganha como suporte o apoio do poder local que vê seus lucros serem potencializados, o que tornam as alianças entre Estado, poder local e empresas internacionais mais fortalecidas na região. Na região de Integração do Xingu, nosso lócus de estudo, a ação desses três atores molda o território, que se encontra em mudança, com o início das obras da Hidrelétrica de Belo Monte. A região hoje vive um momento, no qual as empresas internacionais, o poder local e o Estado decidem o seu futuro e isso custa caro ao restante da população. Neste contexto, também se cria uma forte reação ao projeto por parte da sociedade civil. Assim sendo, graves conflitos que já existiam entre as elites locais e os chamados povos tradicionais da região, herança de outros momentos, se acentuam. Contudo, as experiências preteridas de enfrentamento levaram o povo a procurar formas concretas de organização a fim de instituir uma força capaz de mudar a forma que os sucessivos projetos de modernidade na região se estabelecem. Então, partimos da hipótese central de que a modernização do território do Xingu visa criar condições para a ampliação da reprodução do capital, utilizando os sistemas de objetos e dos sistemas de ações que serão instalados na região, com o objetivo de modernizar a exploração e maximizar ganhos, a partir das novas políticas territoriais que serão implantadas. Entretanto, com o refinamento da organização da sociedade civil na região esse processo passa a ocorrer com grande resistência não somente no âmbito local como era antigamente, mas agora abrangendo também ações nas escalas nacional e internacional, através da organização de políticas de escalas, fazendo com que essa população deixe de ser um sujeito passivo na produção do espaço regional e se torne um agente concreto na produção.
publishDate 2024
dc.date.none.fl_str_mv 2024-02-06T18:29:19Z
2024-02-06T18:29:19Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv QUARESMA, Madson José Nascimento. Usina Hidrelétrica de Belo Monte: da modernização do território à reconfiguração das escalas de poder. 2016. 137 f. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Programa de Pós-Graduação em Geografia, Instituto de Geociências, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2016.
http://app.uff.br/riuff/handle/1/32220
identifier_str_mv QUARESMA, Madson José Nascimento. Usina Hidrelétrica de Belo Monte: da modernização do território à reconfiguração das escalas de poder. 2016. 137 f. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Programa de Pós-Graduação em Geografia, Instituto de Geociências, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2016.
url http://app.uff.br/riuff/handle/1/32220
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv CC-BY-SA
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv CC-BY-SA
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)
instacron:UFF
instname_str Universidade Federal Fluminense (UFF)
instacron_str UFF
institution UFF
reponame_str Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
collection Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)
repository.mail.fl_str_mv riuff@id.uff.br
_version_ 1807838699227971584