Análise dos anticorpos neutralizantes induzidos por diferentes vacinas contra COVID-19 disponíveis pelo SUS em relação às variantes de SARS-COV-2

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Araújo, Anderson Paulino de
Data de Publicação: 2024
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: http://app.uff.br/riuff/handle/1/32625
Resumo: Introdução: O Coronavírus da Síndrome Respiratória Aguda Grave 2 (SARS-CoV-2), causador da pandemia da COVID-19, possui quatro proteínas estruturais: envelope (E), spike (S), membrana (M) e nucleocapsídeo (N). Devido interação da proteína S com o receptor celular durante a entrada do vírus na célula, especificamente através do seu domínio de ligação ao receptor (RBD), ela é alvo importante de anticorpos neutralizantes (AcN). Consequentemente, a proteína S também foi o principal alvo antigênico das vacinas contra a COVID-19. No Brasil, foram utilizadas majoritariamente três vacinas: CoronaVac, AstraZeneca e Pfizer. Embora tais vacinas tenham sido eficazes na prevenção de COVID-19 grave e morte, elas foram desafiadas pelo surgimento de variantes virais. Algumas dessas variantes foram classificadas como variantes de preocupação (VOC), pois apresentaram maior transmissibilidade e escape da resposta imune induzida pela infecção viral ou pela vacinação. Até hoje, cinco VOCs de SARS-CoV-2 se destacaram: Alfa, Beta, Gamma, Delta e Ômicron. A maioria das mutações virais concentra-se na proteína S e no seu domínio RBD que são alvos de AcN induzidos após a vacinação contra a COVID-19. Sendo assim, a análise da resposta de AcN contra as VOCs é fundamental para entender a dinâmica imunológica induzida por cada esquema vacinal e nortear futuras condutas que possam minimizar a disseminação da COVID-19. Objetivo: A avaliação da resposta de AcN contra o SARS-CoV-2 original e de suas VOCs em voluntários imunizados com as vacinas da CoronaVac, da AstraZeneca ou da Pfizer no Brasil. Metodologia: A construção de uma coorte de voluntários vacinados foi realizada para através da coleta de sangue em diferentes tempos após vacinação (T1: tempo curto após 1ª dose; T2: tempo curto após 2ª dose; T3: tempo longo após 2ª dose). O percentual de AcN contra os RBDs do vírus original ou das VOCs foi avaliado por meio do Kit cPass SARS-CoV-2 Neutralization Antibody Detection. Resultados: A 2ª dose dos imunizantes induziu um aumento de AcN em relação a 1ª dose nas três vacinas avaliadas, e no tempo longo houve queda de inibição em todos os grupos vacinais, tanto para Wuhan quanto para as VOCs. Comparativamente, a vacinação com a Pfizer gerou níveis mais altos de AcN seguido da AstraZeneca e da CoronaVac. As três vacinas induziram AcN contra as variantes Gamma e Delta, porém não contra a Ômicron. A infecção prévia pelo SARS-CoV-2 nos indivíduos vacinados resultou em maiores percentuais de AcN tanto contra RBD do vírus original quanto para o RBD das variantes Gamma, Delta e Ômicron. Discussão e conclusão: Apesar das duas doses de vacina terem sido capazes de induzir níveis satisfatórios de neutralização em todos os esquemas contra o RBD do vírus original, por serem baseadas na proteína S do vírus original, induziram respostas positivas para as variantes Gamma e Delta, mas não para a Ômicron, que é a mais recente e mais acometida por mutações. Indivíduos previamente infectados apresentaram maiores níveis de AcN comparado aos apenas imunizados, mostrando que a imunidade gerada com a infecção viral natural é um fator determinante na dinâmica de neutralização do SARSCoV-2.
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Embora tais vacinas tenham sido eficazes na prevenção de COVID-19 grave e morte, elas foram desafiadas pelo surgimento de variantes virais. Algumas dessas variantes foram classificadas como variantes de preocupação (VOC), pois apresentaram maior transmissibilidade e escape da resposta imune induzida pela infecção viral ou pela vacinação. Até hoje, cinco VOCs de SARS-CoV-2 se destacaram: Alfa, Beta, Gamma, Delta e Ômicron. A maioria das mutações virais concentra-se na proteína S e no seu domínio RBD que são alvos de AcN induzidos após a vacinação contra a COVID-19. Sendo assim, a análise da resposta de AcN contra as VOCs é fundamental para entender a dinâmica imunológica induzida por cada esquema vacinal e nortear futuras condutas que possam minimizar a disseminação da COVID-19. Objetivo: A avaliação da resposta de AcN contra o SARS-CoV-2 original e de suas VOCs em voluntários imunizados com as vacinas da CoronaVac, da AstraZeneca ou da Pfizer no Brasil. Metodologia: A construção de uma coorte de voluntários vacinados foi realizada para através da coleta de sangue em diferentes tempos após vacinação (T1: tempo curto após 1ª dose; T2: tempo curto após 2ª dose; T3: tempo longo após 2ª dose). O percentual de AcN contra os RBDs do vírus original ou das VOCs foi avaliado por meio do Kit cPass SARS-CoV-2 Neutralization Antibody Detection. Resultados: A 2ª dose dos imunizantes induziu um aumento de AcN em relação a 1ª dose nas três vacinas avaliadas, e no tempo longo houve queda de inibição em todos os grupos vacinais, tanto para Wuhan quanto para as VOCs. Comparativamente, a vacinação com a Pfizer gerou níveis mais altos de AcN seguido da AstraZeneca e da CoronaVac. As três vacinas induziram AcN contra as variantes Gamma e Delta, porém não contra a Ômicron. A infecção prévia pelo SARS-CoV-2 nos indivíduos vacinados resultou em maiores percentuais de AcN tanto contra RBD do vírus original quanto para o RBD das variantes Gamma, Delta e Ômicron. Discussão e conclusão: Apesar das duas doses de vacina terem sido capazes de induzir níveis satisfatórios de neutralização em todos os esquemas contra o RBD do vírus original, por serem baseadas na proteína S do vírus original, induziram respostas positivas para as variantes Gamma e Delta, mas não para a Ômicron, que é a mais recente e mais acometida por mutações. Indivíduos previamente infectados apresentaram maiores níveis de AcN comparado aos apenas imunizados, mostrando que a imunidade gerada com a infecção viral natural é um fator determinante na dinâmica de neutralização do SARSCoV-2.Introduction: The Severe Acute Respiratory Syndrome Coronavirus 2 (SARS-CoV2), which caused the COVID-19 pandemic, has four structural proteins: envelope (E), spike (S), membrane (M), and nucleocapsid (N). Due to the interaction with the cellular receptor during virus entry into the cell, specifically through its receptor-binding domain (RBD), the S protein becomes an important target for neutralizing antibodies (NAbs). Consequently, the S protein has been considered as the primary antigenic target for COVID-19 vaccines. In Brazil, three vaccines have been predominantly used: CoronaVac by Sinovac-Biotech, ChAdOx1-S/nCoV-19 by AstraZeneca/Oxford, and BNT162b2 by Pfizer/BioNTech. Although these vaccines have been effective in preventing severe COVID-19 and death, they have been challenged by the emergence of viral variants. Some of these variants have been classified as variants of concern (VOC) due to their increased transmissibility and evasion of the immune response induced by viral infection or vaccination. To date, five SARS-CoV-2 VOCs have shown clinical relevance: Alpha, Beta, Gamma, Delta, and Omicron. Most viral mutations are concentrated in the S protein and its RBD domain, which are targets of NAbs induced by COVID-19 vaccination. Therefore, analyzing the NAb response against VOCs is crucial to understand the immune dynamics induced by each vaccine regimen and guide future measures to minimize the spread of COVID-19. Objective: Evaluate the NAb response against the original SARS-CoV-2 and its VOCs in volunteers immunized with CoronaVac, AstraZeneca, or Pfizer vaccines in Brazil. Methodology: A cohort of vaccinated volunteers was constructed by collecting blood samples at different times post-vaccination (T1: shortly after 1st dose; T2: shortly after 2nd dose; T3: long period after 2nd dose). The percentage of NAbs against the RBDs of the original virus or VOCs was assessed using the cPass SARS-CoV-2 Neutralization Antibody Detection Kit. Results: The 2 nd vaccination induced an increase in NAbs compared to the 1st dose in all three vaccines assessed. In the long-term analysis, there was a decrease in neutralization regarding all vaccinated groups, both against Wuhan and the VOCs. Comparatively, Pfizer vaccination generated higher levels of NAbs followed by AstraZeneca and CoronaVac. All three vaccines induced NAbs against the Gamma and Delta variants, but not against Omicron. Previous infection with SARS-CoV-2 in vaccinated individuals resulted in higher percentages of NAbs against both the RBD of the original virus and the RBDs of the Gamma, Delta, and Omicron variants. Discussion and conclusion: Despite the two vaccine doses inducing satisfactory levels of neutralization against the RBDs of the original virus in all regimens, as they are based on the S protein of the original virus, they elicited positive responses against the Gamma and Delta variants but not against Omicron, which is the most recent and heavily mutated. Individuals previously infected exhibited higher levels of NAbs compared to those who were solely immunized, indicating that immunity generated from natural viral infection is a determining factor in the dynamics of neutralization against SARS-CoV-2.56 f.Alves, Ada Maria de Barceloshttp://lattes.cnpq.br/1807193235853557Pinto, Paolla Beatriz de Almeidahttp://lattes.cnpq.br/9081244684126993Garcia, Rita de Cassia Nasser CubelSiqueira, Lorena de Oliveira FernandesCarvalho, Amanda Torrentes dehttp://lattes.cnpq.br/8652702487986008Araújo, Anderson Paulino de2024-03-06T18:13:32Z2024-03-06T18:13:32Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisapplication/pdfARAÚJO, Anderson Paulino de. Análise dos anticorpos neutralizantes induzidos por diferentes vacinas contra COVID-19 disponíveis pelo SUS em relação às variantes de SARS-COV-2. 2023. 56 f. 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