Diáspora Atlântica: a nação judaica no Caribe, séculos XVII e XVIII
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2008 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) |
Texto Completo: | https://app.uff.br/riuff/handle/1/22230 |
Resumo: | O objeto desta tese são os judeus portugueses que, fugidos da Inquisição em Portugal, encontraram refúgio e abrigo nas colônias inglesas e holandesas do Caribe e Suriname durante os séculos XVII e XVIII. Muitos, a primeira ou segunda geração, trazendo na bagagem a experiência vivida em Pernambuco durante o domínio holandês, instalaram-se em Curaçao, Barbados, Jamaica e Suriname, constituindo significativas comunidades. Eram, em sua maioria, proprietários de plantations, donos de escravaria, comerciantes de grosso trato ou pequenos mascates. A tese aqui proposta é de que tais judeus portugueses experimentaram uma identidade integral que combinava um judaísmo reinventado, mas que os incluiria definitivamente na ampla diáspora sefardita, com uma particular etnicidade portuguesa, um "ser e sentir" Portugal que contrastava abertamente com uma portugalidade católica e excludente. E, ainda, uma prática que os convertia, juntamente com os demais colonos na região, na alteridade para os escravos; e, com estes, na alteridade para os cristãos. A tese procura revelar que, quaisquer que fossem os motivos que os levaram a sair de Portugal, esses ex-cristãos-novos estabeleceram, nas terras em que aportaram, novas fronteiras étnicas que demarcavam sua diferença em relação às sociedades em que se inseriam. No exame da documentação parece ficar muito claro que tal identidade judaico-portuguesa foi ao mesmo tempo uma forma de sobrevivência e de afirmação de um ego coletivo. Para compreender melhor esta configuração identitária ímpar, procurou-se descortinar o papel exercido por alguns mecanismos coletivos de conservação étnica, como a endogamia e a lusofonia, da mesma forma que se buscou compreender como se processou, então, a transmissão de valores, informações e solidariedades. Neste sentido, examinou-se o papel de algumas construções sócio-comunitárias, tais como os diversos tipos de redes, as quais conferiam, também, um grau mínimo, suficiente e necessário, de segurança a todos os seus integrantes |
id |
UFF-2_fa2a0b229d2ffe374de7beb92e2db3fd |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:app.uff.br:1/22230 |
network_acronym_str |
UFF-2 |
network_name_str |
Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) |
repository_id_str |
2120 |
spelling |
Diáspora Atlântica: a nação judaica no Caribe, séculos XVII e XVIIIDiáspora dos judeusPerseguição aos judeusJudeu portuguêsRefugiado judeuCaribeO objeto desta tese são os judeus portugueses que, fugidos da Inquisição em Portugal, encontraram refúgio e abrigo nas colônias inglesas e holandesas do Caribe e Suriname durante os séculos XVII e XVIII. Muitos, a primeira ou segunda geração, trazendo na bagagem a experiência vivida em Pernambuco durante o domínio holandês, instalaram-se em Curaçao, Barbados, Jamaica e Suriname, constituindo significativas comunidades. Eram, em sua maioria, proprietários de plantations, donos de escravaria, comerciantes de grosso trato ou pequenos mascates. A tese aqui proposta é de que tais judeus portugueses experimentaram uma identidade integral que combinava um judaísmo reinventado, mas que os incluiria definitivamente na ampla diáspora sefardita, com uma particular etnicidade portuguesa, um "ser e sentir" Portugal que contrastava abertamente com uma portugalidade católica e excludente. E, ainda, uma prática que os convertia, juntamente com os demais colonos na região, na alteridade para os escravos; e, com estes, na alteridade para os cristãos. A tese procura revelar que, quaisquer que fossem os motivos que os levaram a sair de Portugal, esses ex-cristãos-novos estabeleceram, nas terras em que aportaram, novas fronteiras étnicas que demarcavam sua diferença em relação às sociedades em que se inseriam. No exame da documentação parece ficar muito claro que tal identidade judaico-portuguesa foi ao mesmo tempo uma forma de sobrevivência e de afirmação de um ego coletivo. Para compreender melhor esta configuração identitária ímpar, procurou-se descortinar o papel exercido por alguns mecanismos coletivos de conservação étnica, como a endogamia e a lusofonia, da mesma forma que se buscou compreender como se processou, então, a transmissão de valores, informações e solidariedades. Neste sentido, examinou-se o papel de algumas construções sócio-comunitárias, tais como os diversos tipos de redes, as quais conferiam, também, um grau mínimo, suficiente e necessário, de segurança a todos os seus integrantesCoordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior542 f.Niterói, RJVainfas, RonaldoAssis, Angelo Adriano Faria deFeitler, Bruno GuilhermeGuimarães, Carlos GabrielHermann, JacquelineRibas, Rogério de OliveiraFaria, Sheila Siqueira de CastroHeller, Reginaldo Jonas2021-05-28T17:43:44Z2021-05-28T17:43:44Z2008info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfHELLER, Reginaldo Jonas. Diáspora Atlântica: a nação judaica no Caribe, séculos XVII e XVIII. 2008. 2v. Tese (doutorado) - Universidade Federal Fluminense. Instituto de História, 2008.https://app.uff.br/riuff/handle/1/22230Aluno de Doutoradohttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/CC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2022-06-30T15:31:31Zoai:app.uff.br:1/22230Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202024-08-19T11:14:01.033759Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Diáspora Atlântica: a nação judaica no Caribe, séculos XVII e XVIII |
title |
Diáspora Atlântica: a nação judaica no Caribe, séculos XVII e XVIII |
spellingShingle |
Diáspora Atlântica: a nação judaica no Caribe, séculos XVII e XVIII Heller, Reginaldo Jonas Diáspora dos judeus Perseguição aos judeus Judeu português Refugiado judeu Caribe |
title_short |
Diáspora Atlântica: a nação judaica no Caribe, séculos XVII e XVIII |
title_full |
Diáspora Atlântica: a nação judaica no Caribe, séculos XVII e XVIII |
title_fullStr |
Diáspora Atlântica: a nação judaica no Caribe, séculos XVII e XVIII |
title_full_unstemmed |
Diáspora Atlântica: a nação judaica no Caribe, séculos XVII e XVIII |
title_sort |
Diáspora Atlântica: a nação judaica no Caribe, séculos XVII e XVIII |
author |
Heller, Reginaldo Jonas |
author_facet |
Heller, Reginaldo Jonas |
author_role |
author |
dc.contributor.none.fl_str_mv |
Vainfas, Ronaldo Assis, Angelo Adriano Faria de Feitler, Bruno Guilherme Guimarães, Carlos Gabriel Hermann, Jacqueline Ribas, Rogério de Oliveira Faria, Sheila Siqueira de Castro |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Heller, Reginaldo Jonas |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Diáspora dos judeus Perseguição aos judeus Judeu português Refugiado judeu Caribe |
topic |
Diáspora dos judeus Perseguição aos judeus Judeu português Refugiado judeu Caribe |
description |
O objeto desta tese são os judeus portugueses que, fugidos da Inquisição em Portugal, encontraram refúgio e abrigo nas colônias inglesas e holandesas do Caribe e Suriname durante os séculos XVII e XVIII. Muitos, a primeira ou segunda geração, trazendo na bagagem a experiência vivida em Pernambuco durante o domínio holandês, instalaram-se em Curaçao, Barbados, Jamaica e Suriname, constituindo significativas comunidades. Eram, em sua maioria, proprietários de plantations, donos de escravaria, comerciantes de grosso trato ou pequenos mascates. A tese aqui proposta é de que tais judeus portugueses experimentaram uma identidade integral que combinava um judaísmo reinventado, mas que os incluiria definitivamente na ampla diáspora sefardita, com uma particular etnicidade portuguesa, um "ser e sentir" Portugal que contrastava abertamente com uma portugalidade católica e excludente. E, ainda, uma prática que os convertia, juntamente com os demais colonos na região, na alteridade para os escravos; e, com estes, na alteridade para os cristãos. A tese procura revelar que, quaisquer que fossem os motivos que os levaram a sair de Portugal, esses ex-cristãos-novos estabeleceram, nas terras em que aportaram, novas fronteiras étnicas que demarcavam sua diferença em relação às sociedades em que se inseriam. No exame da documentação parece ficar muito claro que tal identidade judaico-portuguesa foi ao mesmo tempo uma forma de sobrevivência e de afirmação de um ego coletivo. Para compreender melhor esta configuração identitária ímpar, procurou-se descortinar o papel exercido por alguns mecanismos coletivos de conservação étnica, como a endogamia e a lusofonia, da mesma forma que se buscou compreender como se processou, então, a transmissão de valores, informações e solidariedades. Neste sentido, examinou-se o papel de algumas construções sócio-comunitárias, tais como os diversos tipos de redes, as quais conferiam, também, um grau mínimo, suficiente e necessário, de segurança a todos os seus integrantes |
publishDate |
2008 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2008 2021-05-28T17:43:44Z 2021-05-28T17:43:44Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
format |
doctoralThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
HELLER, Reginaldo Jonas. Diáspora Atlântica: a nação judaica no Caribe, séculos XVII e XVIII. 2008. 2v. Tese (doutorado) - Universidade Federal Fluminense. Instituto de História, 2008. https://app.uff.br/riuff/handle/1/22230 Aluno de Doutorado |
identifier_str_mv |
HELLER, Reginaldo Jonas. Diáspora Atlântica: a nação judaica no Caribe, séculos XVII e XVIII. 2008. 2v. Tese (doutorado) - Universidade Federal Fluminense. Instituto de História, 2008. Aluno de Doutorado |
url |
https://app.uff.br/riuff/handle/1/22230 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/ CC-BY-SA info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/ CC-BY-SA |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Niterói, RJ |
publisher.none.fl_str_mv |
Niterói, RJ |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) instname:Universidade Federal Fluminense (UFF) instacron:UFF |
instname_str |
Universidade Federal Fluminense (UFF) |
instacron_str |
UFF |
institution |
UFF |
reponame_str |
Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) |
collection |
Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF) |
repository.mail.fl_str_mv |
riuff@id.uff.br |
_version_ |
1811823697262018560 |