A duração razoável do processo penal e as possibilidades de compensação de danos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Bruno Damasco dos Santos
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: https://app.uff.br/riuff/handle/1/3212
Resumo: O presente trabalho teve como objetivo abordar a problemática do tempo do processo penal e da prisão provisória no Brasil, em paralelo com o quadro internacional. Buscou- se desvendar as causas e os efeitos do tempo sobre o cenário da população carcerária brasileira em que quase metade dos presos aguardam julgamento. Objetivou-se elucidar a interpretação da doutrina e jurisprudência sobre o direito à duração razoável do processo penal e da prisão cautelar e das possibilidades de compensação de danos por violações a essa garantia fundamental. Os resultados mostraram que o tempo prolongado do processo penal é uma potencial causa de violação à garantia da presunção de inocência, na medida em que cria o ambiente das justificações da antecipação da pena. Além disso, a doutrina e a jurisprudência, diante da omissão legislativa em estabelecer limites temporais ao processo e à prisão, alegam que o Brasil adotou a teoria do não-prazo, cabendo ao judiciário interpretar a razoabilidade ou não da duração desses institutos diante do caso concreto. Por fim, percebeu-se que a jurisprudência brasileira em comparação com a jurisprudência internacional é receosa em atribuir ao Estado responsabilização diante de violações à duração razoável, inclusive da prisão provisória. Protege-se o Estado elencando dogmas de irresponsabilidade do Estado por atos jurisdicionais. Conclui-se que é omissa a abordagem da problemática temporal do processo penal e da custódia cautelar nos poderes da República, sendo o tratamento do tema crucial se se quiser buscar soluções para o quadro excessivo de presos provisórios atualmente no Brasil.
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