Dizer na cultura para dizer da diferença: o discurso da diversidade no discurso da política no Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Diego Barbosa da
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: https://app.uff.br/riuff/handle/1/9994
Resumo: O objetivo desta pesquisa, inscrita no aparato teórico-metodológico de Pêcheux e Orlandi, é investigar o funcionamento do discurso da diferença no discurso da política sobre a cultura no Brasil. Na busca por tal funcionamento, deparamo-nos com a emergência do discurso do multiculturalismo/da diversidade cultural, como forma de significar a diferença enquanto variedade e essa variedade como positiva, no Brasil e no Canadá, onde teria emergido nos anos 1960. Sentimos, então, a necessidade de confrontar o funcionamento desses discursos em ambos os países, pois, diferentemente do Brasil, onde esse discurso se historicizou pelo significante diversidade cultural, no Canadá isso ocorreu por meio do significante multiculturalismo. Observamos que, se no Canadá, o discurso do multiculturalismo emerge na década de 1960, no Brasil, o discurso da diversidade cultural só começa a produzir efeitos no discurso da política sobre a cultura após o fim da Ditadura Civil- Militar (1964-1985) e com a Constituinte (1987-1988). Entretanto, é somente no Governo Lula (2003-2010) que, sob o domínio desse discurso, é possível observar o deslocamento do discurso sobre a diferença para um discurso da diferença, quando são criados aparelhos ideológicos de Estado político-culturais de escuta, como conferências, seminários e colegiados, para ouvir as vozes das diferenças na elaboração de medidas político-culturais, entre elas o Plano Nacional de Cultura (2010-2020), o corpus central da pesquisa. Observando, assim, o processo de elaboração do plano, é possível identificar formas de silenciamento das diferenças nesses aparelhos ideológicos, na tentativa de absorção do acontecimento da emergência do discurso da diversidade no Brasil, fazendo com que não se produza uma ruptura das redes de sentido dominantes até então
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description O objetivo desta pesquisa, inscrita no aparato teórico-metodológico de Pêcheux e Orlandi, é investigar o funcionamento do discurso da diferença no discurso da política sobre a cultura no Brasil. Na busca por tal funcionamento, deparamo-nos com a emergência do discurso do multiculturalismo/da diversidade cultural, como forma de significar a diferença enquanto variedade e essa variedade como positiva, no Brasil e no Canadá, onde teria emergido nos anos 1960. Sentimos, então, a necessidade de confrontar o funcionamento desses discursos em ambos os países, pois, diferentemente do Brasil, onde esse discurso se historicizou pelo significante diversidade cultural, no Canadá isso ocorreu por meio do significante multiculturalismo. Observamos que, se no Canadá, o discurso do multiculturalismo emerge na década de 1960, no Brasil, o discurso da diversidade cultural só começa a produzir efeitos no discurso da política sobre a cultura após o fim da Ditadura Civil- Militar (1964-1985) e com a Constituinte (1987-1988). Entretanto, é somente no Governo Lula (2003-2010) que, sob o domínio desse discurso, é possível observar o deslocamento do discurso sobre a diferença para um discurso da diferença, quando são criados aparelhos ideológicos de Estado político-culturais de escuta, como conferências, seminários e colegiados, para ouvir as vozes das diferenças na elaboração de medidas político-culturais, entre elas o Plano Nacional de Cultura (2010-2020), o corpus central da pesquisa. Observando, assim, o processo de elaboração do plano, é possível identificar formas de silenciamento das diferenças nesses aparelhos ideológicos, na tentativa de absorção do acontecimento da emergência do discurso da diversidade no Brasil, fazendo com que não se produza uma ruptura das redes de sentido dominantes até então
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