A categoria intrusos na história da colonização do oeste catarinense: expropriação e resistência

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Senczkowski, Lizabete Emilia
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFFS (Repositório Digital da UFFS)
Texto Completo: https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/1454
Resumo: “Intrusos” foi um termo utilizado para denominar pessoas que residiam nas terras da antiga fazenda Campina do Gregório, situada no Oeste de Santa Catarina sem possuir a documentação de posse como exigia a legislação brasileira. Essas terras foram adquiridas pela colonizadora Bertaso, Maya & Cia, no ano de 1919 por meio da compra, além de concessões do Estado de Santa Catarina, como um empreendimento para a colonização. Com a chegada dos colonos compradores dos lotes, os moradores que ali residiam foram coagidos a comprar terrenos ou a simplesmente saírem das terras que alegavam ocupar a muitos anos, fazendo com que ocorressem conflitos desses antigos moradores para com a colonizadora, os colonos, não apenas conflitos territoriais, mas também culturais. É nos anos e nas décadas que seguem os primeiros conflitos territoriais que aparece e se reproduz a noção de “intrusos”. Grande parte desses posseiros residia no local há muito tempo, porém não registravam ou não formalizavam a posse da terra. Esses costumes ajudam a explicar como se davam as relações de posse antes da consolidação do modelo de propriedade privada no Brasil quando os costumes, muitas vezes predominavam ante os processos de criação formal de leis provocando assim a identificação paradoxal dessas pessoas como intrusos na própria terra. Nessa monografia abordou-se especificamente a criação da categoria de intrusos através de uma análise histórica e cultural por meio de estudos históricos já realizados e de fontes como: cadernos de contabilidade, guias de pagamento, processos de usucapião e atas da Colonizadora Bertaso, Maya & Cia, que se encontram atualmente no CEOM (Centro de Memória do Oeste de Santa Catarina).
id UFFS_0cfcc2fd1eb65e4884506f1dc6e089a5
oai_identifier_str oai:rd.uffs.edu.br:prefix/1454
network_acronym_str UFFS
network_name_str Repositório Institucional da UFFS (Repositório Digital da UFFS)
repository_id_str 3924
spelling Vojniak, FernandoSenczkowski, Lizabete Emilia2017-07-062017-10-11T17:50:43Z2017-09-292017-10-11T17:50:43Z2017https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/1454“Intrusos” foi um termo utilizado para denominar pessoas que residiam nas terras da antiga fazenda Campina do Gregório, situada no Oeste de Santa Catarina sem possuir a documentação de posse como exigia a legislação brasileira. Essas terras foram adquiridas pela colonizadora Bertaso, Maya & Cia, no ano de 1919 por meio da compra, além de concessões do Estado de Santa Catarina, como um empreendimento para a colonização. Com a chegada dos colonos compradores dos lotes, os moradores que ali residiam foram coagidos a comprar terrenos ou a simplesmente saírem das terras que alegavam ocupar a muitos anos, fazendo com que ocorressem conflitos desses antigos moradores para com a colonizadora, os colonos, não apenas conflitos territoriais, mas também culturais. É nos anos e nas décadas que seguem os primeiros conflitos territoriais que aparece e se reproduz a noção de “intrusos”. Grande parte desses posseiros residia no local há muito tempo, porém não registravam ou não formalizavam a posse da terra. Esses costumes ajudam a explicar como se davam as relações de posse antes da consolidação do modelo de propriedade privada no Brasil quando os costumes, muitas vezes predominavam ante os processos de criação formal de leis provocando assim a identificação paradoxal dessas pessoas como intrusos na própria terra. Nessa monografia abordou-se especificamente a criação da categoria de intrusos através de uma análise histórica e cultural por meio de estudos históricos já realizados e de fontes como: cadernos de contabilidade, guias de pagamento, processos de usucapião e atas da Colonizadora Bertaso, Maya & Cia, que se encontram atualmente no CEOM (Centro de Memória do Oeste de Santa Catarina).Intrude is the term used to name the people who lived on the lands of the old farm of Campina de Gregorio, located on the West side of the Santa Catarina state without the legal documents required by the Brazilian legislation. These lands were bought by the settlers Bertaso, Maia & Cia in 1919, in addition to the concessivos of Santan C state, as na enterprise for colonization. At the arrival of buyers settlers, local residentes werw forced to buy the lands or leave the space they inhabited for many years, which explains these conflicts between former residentes and settlers in addition to, the settlers, not only land-related connflicts but also cultural. It´s in the years and decades after these land battles, the notion of “intruder” has appeared and persisted. Most of these owners resided in the place for very long but didn´t register to legally own the land. These habits help understand how ownership relations hip were shaped before consolidation of private ownership in Brazil. Indeed, tradition often were stronger than the processo f formal creation of laws, as shown by paradoxically tagging these people as intruders in their own land. This monograph approached specifically study the cretion of the “intruder” category through a historic and cultural analysis via published historical studies and other tools such as accounting notes, payment guides, process of acquisitive prescription, and reports from the settlers Bertaso, Maya & Cia. which can be found at CEOM (Memory center of Santa Catarina West).Submitted by Jeferson Rodrigues de Lima (jeferson.lima@uffs.edu.br) on 2017-09-29T18:57:11Z No. of bitstreams: 1 SENCZKOWSKI.pdf: 1071190 bytes, checksum: 13c24268231c37192abc59d276d996da (MD5)Approved for entry into archive by Diego dos Santos Borba (dborba@uffs.edu.br) on 2017-10-11T17:50:43Z (GMT) No. of bitstreams: 1 SENCZKOWSKI.pdf: 1071190 bytes, checksum: 13c24268231c37192abc59d276d996da (MD5)Made available in DSpace on 2017-10-11T17:50:43Z (GMT). No. of bitstreams: 1 SENCZKOWSKI.pdf: 1071190 bytes, checksum: 13c24268231c37192abc59d276d996da (MD5) Previous issue date: 2017porUniversidade Federal da Fronteira SulUFFSBrasilCampus ChapecóColonizaçãoSanta CatarinaPosseiroResistênciaPolítica territorialA categoria intrusos na história da colonização do oeste catarinense: expropriação e resistênciainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFFS (Repositório Digital da UFFS)instname:Universidade Federal Fronteira do Sul (UFFS)instacron:UFFSLICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81866https://rd.uffs.edu.br:8443/bitstream/prefix/1454/2/license.txt43cd690d6a359e86c1fe3d5b7cba0c9bMD52ORIGINALSENCZKOWSKI.pdfSENCZKOWSKI.pdfapplication/pdf1071190https://rd.uffs.edu.br:8443/bitstream/prefix/1454/1/SENCZKOWSKI.pdf13c24268231c37192abc59d276d996daMD51prefix/14542021-01-21 10:40:47.522oai:rd.uffs.edu.br:prefix/1454TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEKCkNvbSBhIGFwcmVzZW50YcOnw6NvIGRlc3RhIGxpY2Vuw6dhLCB2b2PDqiAobyBhdXRvciAoZXMpIG91IG8gdGl0dWxhciBkb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IpIGNvbmNlZGUgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIApJbnN0aXR1Y2lvbmFsIG8gZGlyZWl0byBuw6NvLWV4Y2x1c2l2byBkZSByZXByb2R1emlyLCAgdHJhZHV6aXIgKGNvbmZvcm1lIGRlZmluaWRvIGFiYWl4byksIGUvb3UgZGlzdHJpYnVpciBhIApzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIApmb3JtYXRvcyDDoXVkaW8gb3UgdsOtZGVvLgoKVm9jw6ogY29uY29yZGEgcXVlIG8gRGVwb3NpdGEgcG9kZSwgc2VtIGFsdGVyYXIgbyBjb250ZcO6ZG8sIHRyYW5zcG9yIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBwYXJhIHF1YWxxdWVyIG1laW8gb3UgZm9ybWF0byAKcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIERlcG9zaXRhIHBvZGUgbWFudGVyIG1haXMgZGUgdW1hIGPDs3BpYSBkZSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIHBhcmEgZmlucyBkZSBzZWd1cmFuw6dhLCBiYWNrLXVwIAplIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gw6kgb3JpZ2luYWwgZSBxdWUgdm9jw6ogdGVtIG8gcG9kZXIgZGUgY29uY2VkZXIgb3MgZGlyZWl0b3MgY29udGlkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EuIApWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgCmRlIG5pbmd1w6ltLgoKQ2FzbyBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gY29udGVuaGEgbWF0ZXJpYWwgcXVlIHZvY8OqIG7Do28gcG9zc3VpIGEgdGl0dWxhcmlkYWRlIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcywgdm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgCm9idGV2ZSBhIHBlcm1pc3PDo28gaXJyZXN0cml0YSBkbyBkZXRlbnRvciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgcGFyYSBjb25jZWRlciBhbyBEZXBvc2l0YSBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgCm5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLCBlIHF1ZSBlc3NlIG1hdGVyaWFsIGRlIHByb3ByaWVkYWRlIGRlIHRlcmNlaXJvcyBlc3TDoSBjbGFyYW1lbnRlIGlkZW50aWZpY2FkbyBlIHJlY29uaGVjaWRvIG5vIHRleHRvIApvdSBubyBjb250ZcO6ZG8gZGEgcHVibGljYcOnw6NvIG9yYSBkZXBvc2l0YWRhLgoKQ0FTTyBBIFBVQkxJQ0HDh8ODTyBPUkEgREVQT1NJVEFEQSBURU5IQSBTSURPIFJFU1VMVEFETyBERSBVTSBQQVRST0PDjU5JTyBPVSBBUE9JTyBERSBVTUEgQUfDik5DSUEgREUgRk9NRU5UTyBPVSBPVVRSTyAKT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgCkVYSUdJREFTIFBPUiBDT05UUkFUTyBPVSBBQ09SRE8uCgpPIERlcG9zaXRhIHNlIGNvbXByb21ldGUgYSBpZGVudGlmaWNhciBjbGFyYW1lbnRlIG8gc2V1IG5vbWUgKHMpIG91IG8ocykgbm9tZShzKSBkbyhzKSBkZXRlbnRvcihlcykgZG9zIGRpcmVpdG9zIAphdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório InstitucionalPUBhttps://rd.uffs.edu.br/oai/requestopendoar:39242021-01-21T12:40:47Repositório Institucional da UFFS (Repositório Digital da UFFS) - Universidade Federal Fronteira do Sul (UFFS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv A categoria intrusos na história da colonização do oeste catarinense: expropriação e resistência
title A categoria intrusos na história da colonização do oeste catarinense: expropriação e resistência
spellingShingle A categoria intrusos na história da colonização do oeste catarinense: expropriação e resistência
Senczkowski, Lizabete Emilia
Colonização
Santa Catarina
Posseiro
Resistência
Política territorial
title_short A categoria intrusos na história da colonização do oeste catarinense: expropriação e resistência
title_full A categoria intrusos na história da colonização do oeste catarinense: expropriação e resistência
title_fullStr A categoria intrusos na história da colonização do oeste catarinense: expropriação e resistência
title_full_unstemmed A categoria intrusos na história da colonização do oeste catarinense: expropriação e resistência
title_sort A categoria intrusos na história da colonização do oeste catarinense: expropriação e resistência
author Senczkowski, Lizabete Emilia
author_facet Senczkowski, Lizabete Emilia
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Vojniak, Fernando
dc.contributor.author.fl_str_mv Senczkowski, Lizabete Emilia
contributor_str_mv Vojniak, Fernando
dc.subject.por.fl_str_mv Colonização
Santa Catarina
Posseiro
Resistência
Política territorial
topic Colonização
Santa Catarina
Posseiro
Resistência
Política territorial
description “Intrusos” foi um termo utilizado para denominar pessoas que residiam nas terras da antiga fazenda Campina do Gregório, situada no Oeste de Santa Catarina sem possuir a documentação de posse como exigia a legislação brasileira. Essas terras foram adquiridas pela colonizadora Bertaso, Maya & Cia, no ano de 1919 por meio da compra, além de concessões do Estado de Santa Catarina, como um empreendimento para a colonização. Com a chegada dos colonos compradores dos lotes, os moradores que ali residiam foram coagidos a comprar terrenos ou a simplesmente saírem das terras que alegavam ocupar a muitos anos, fazendo com que ocorressem conflitos desses antigos moradores para com a colonizadora, os colonos, não apenas conflitos territoriais, mas também culturais. É nos anos e nas décadas que seguem os primeiros conflitos territoriais que aparece e se reproduz a noção de “intrusos”. Grande parte desses posseiros residia no local há muito tempo, porém não registravam ou não formalizavam a posse da terra. Esses costumes ajudam a explicar como se davam as relações de posse antes da consolidação do modelo de propriedade privada no Brasil quando os costumes, muitas vezes predominavam ante os processos de criação formal de leis provocando assim a identificação paradoxal dessas pessoas como intrusos na própria terra. Nessa monografia abordou-se especificamente a criação da categoria de intrusos através de uma análise histórica e cultural por meio de estudos históricos já realizados e de fontes como: cadernos de contabilidade, guias de pagamento, processos de usucapião e atas da Colonizadora Bertaso, Maya & Cia, que se encontram atualmente no CEOM (Centro de Memória do Oeste de Santa Catarina).
publishDate 2017
dc.date.none.fl_str_mv 2017-07-06
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2017-10-11T17:50:43Z
dc.date.available.fl_str_mv 2017-09-29
2017-10-11T17:50:43Z
dc.date.issued.fl_str_mv 2017
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/bachelorThesis
format bachelorThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/1454
url https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/1454
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal da Fronteira Sul
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFFS
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
dc.publisher.department.fl_str_mv Campus Chapecó
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal da Fronteira Sul
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFFS (Repositório Digital da UFFS)
instname:Universidade Federal Fronteira do Sul (UFFS)
instacron:UFFS
instname_str Universidade Federal Fronteira do Sul (UFFS)
instacron_str UFFS
institution UFFS
reponame_str Repositório Institucional da UFFS (Repositório Digital da UFFS)
collection Repositório Institucional da UFFS (Repositório Digital da UFFS)
bitstream.url.fl_str_mv https://rd.uffs.edu.br:8443/bitstream/prefix/1454/2/license.txt
https://rd.uffs.edu.br:8443/bitstream/prefix/1454/1/SENCZKOWSKI.pdf
bitstream.checksum.fl_str_mv 43cd690d6a359e86c1fe3d5b7cba0c9b
13c24268231c37192abc59d276d996da
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFFS (Repositório Digital da UFFS) - Universidade Federal Fronteira do Sul (UFFS)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1809094599636942848