Presença de microplástico no trato gastrointestinal de Astyanax lacustris (PISCES, CHARACIDAE) na Bacia do Médio Uruguai, RS, Brasil

• Autor(a) principal: Santos, Taciéli dos
• Data de Publicação: 2019
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFFS (Repositório Digital da UFFS)
• Texto Completo: https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/3562
• topic: Meio ambiente; Peixes de água doce; Poluição da água; Poluição ambiental; Peixes

Produtos de origem plásticas estão cada vez mais disponíveis em nosso meio, o alto consumo e a globalização enfatizam essa produção, o microplástico tornou-se um grave contaminante para nosso ecossistema. As fibras sintéticas são omnipresentes em ambientes aquáticos e podem ser potencialmente consumidas pelos peixes, apesar disso sabe-se pouco a respeito do consumo deste material por parte dos peixes em sistemas de água doce. Nesse sentido, o objetivo desse trabalho é avaliar a alimentação da espécie Astyanax lacustris e verificar a presença do microplástico no conteúdo gastrointestinal. As coletas foram realizadas em seis sítios amostrais localizados na bacia do Médio rio Uruguai, três destes presentes no rio principal: Alecrim, Porto Vera Cruz e São Borja e três localizados na região inferior de três tributários: Ijuí, Icamaquã e Ibicuí. Para a coleta foram utilizadas redes de emalhar de diferentes tamanhos e tarrafa. Os organismos capturados foram imediatamente congelados e levados para o laboratório. Foram analisados 229 tratos digestórios, sendo 30 destes para análise de conteúdo alimentar e 199 para identificação de microplástico (MP). Foram calculadas as frequências de ocorrência (FO%) e o volume (V) e o índice alimentar (IAi) para cada item alimentar encontrado no conteúdo gastrointestinal. Os principais itens foram os insetos alóctones e autóctones com mais de 70% e 60% de FO%, respectivamente. Seguido pelos demais itens alimentares como: algas, peixes e material vegetal, caracterizando-se como onívoro com tendência a insetivoria. As análises de MP indicaram que todos os sítios apresentam microplástico no conteúdo gastointestinal dos peixes, sendo que os peixes dos sítios Ijuí (40,9%) e PVC (39,5%) foram os que apresentaram as maiores porcentagens deste poluente. Conclui-se que o Astyanax lacustris é um peixe onívoro e que está ingerindo microplásticos em toda a bacia do médio rio Uruguai.