Impactos de uma rodovia sobre a fauna de mamíferos: um estudo de caso no norte do estado do Rio Grande do Sul

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ribeiro, Otávio Santi
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFFS (Repositório Digital da UFFS)
Texto Completo: https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/5275
Resumo: As estradas são empreendimentos necessários e essenciais à vida humana, pois permitem o deslocamento de pessoas e produtos, gerando assim desenvolvimento social e econômico para regiões afastadas. Apesar dos benefícios proporcionados pelas rodovias os seus impactos não são irrelevantes. As estradas podem causar alterações no comportamento animal modificando os padrões de movimentação, fragmentação do habitat e isolamento populacional, perda de indivíduos na construção das rodovias, mortalidade por colisão com veículos, introdução de espécies exóticas e disseminação de doenças. Portanto, entender como as relações entre a diversidade no entorno da rodovia e os atropelamentos é necessário para avaliar o impacto das rodovias na fauna silvestre e verificar quais possíveis características ecológicas influenciam na mortalidade de indivíduos. O objetivo deste estudo foi estimar os impactos de uma rodovia sobre fauna de mamíferos de médio e grande porte no norte do Estado do Rio Grande do Sul. Para isso foi monitorado de carro um trecho de 36 km da BR153, no norte do Estado do Rio Grande do Sul. O monitoramento foi de seis meses e ocorreram em 10 dias por mês, sendo dois blocos de cinco dias seguidos, com intervalo de 10 dias entre eles. Para avaliar a fauna do entorno da rodovia BR153, foram selecionados sete fragmentos de mata nativa. Para a detecção dos mamíferos foram utilizadas armadilhas fotográficas em 14 dias por mês, sendo dois blocos de sete dias seguidos, com intervalo de sete dias. Ao longo dos seis meses de trabalho, foram registrados 58 mamíferos atropelados na rodovia BR 153, pertencentes a nove espécies. Didelphis albiventris e Dasypus novemcintus foram as espécies mais abundantes. Nos fragmentos foram registrados 344 mamíferos, pertencentes a 17 espécies. Dasypus novemcintus foi a espécie com maior número total de registros, seguida de Nasua nasua e Didelphis albiventris. As espécies com maior número de registros no entorno foram Nasua nasua, Dasypus novemcintus e Didelphis albiventris. As espécies mais atropeladas foram Didelphis albiventris e Dasypus novemcintus. O número de espécies atropeladas, quando comparado ao número de espécies registradas nos fragmentos, reforça a ideia que o atropelamento ocorre direcionado a algumas espécies que não evitam as rodovias. Espécies que provavelmente escapam seguramente ao atravessar estradas são aquelas que são ágeis devido à sua habilidade locomotora. Algumas espécies são abundantemente atropeladas, mas não necessariamente têm suas populações fortemente reduzidas pelo impacto das estradas.
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Portanto, entender como as relações entre a diversidade no entorno da rodovia e os atropelamentos é necessário para avaliar o impacto das rodovias na fauna silvestre e verificar quais possíveis características ecológicas influenciam na mortalidade de indivíduos. O objetivo deste estudo foi estimar os impactos de uma rodovia sobre fauna de mamíferos de médio e grande porte no norte do Estado do Rio Grande do Sul. Para isso foi monitorado de carro um trecho de 36 km da BR153, no norte do Estado do Rio Grande do Sul. O monitoramento foi de seis meses e ocorreram em 10 dias por mês, sendo dois blocos de cinco dias seguidos, com intervalo de 10 dias entre eles. Para avaliar a fauna do entorno da rodovia BR153, foram selecionados sete fragmentos de mata nativa. Para a detecção dos mamíferos foram utilizadas armadilhas fotográficas em 14 dias por mês, sendo dois blocos de sete dias seguidos, com intervalo de sete dias. Ao longo dos seis meses de trabalho, foram registrados 58 mamíferos atropelados na rodovia BR 153, pertencentes a nove espécies. Didelphis albiventris e Dasypus novemcintus foram as espécies mais abundantes. Nos fragmentos foram registrados 344 mamíferos, pertencentes a 17 espécies. Dasypus novemcintus foi a espécie com maior número total de registros, seguida de Nasua nasua e Didelphis albiventris. As espécies com maior número de registros no entorno foram Nasua nasua, Dasypus novemcintus e Didelphis albiventris. As espécies mais atropeladas foram Didelphis albiventris e Dasypus novemcintus. O número de espécies atropeladas, quando comparado ao número de espécies registradas nos fragmentos, reforça a ideia que o atropelamento ocorre direcionado a algumas espécies que não evitam as rodovias. Espécies que provavelmente escapam seguramente ao atravessar estradas são aquelas que são ágeis devido à sua habilidade locomotora. Algumas espécies são abundantemente atropeladas, mas não necessariamente têm suas populações fortemente reduzidas pelo impacto das estradas.The roads are necessary and essential ventures to human life, as they allow the displacement of people and products, thus generating social and economic development for remote regions. Despite the benefits offered by highways, their impacts are not irrelevant. Roads can cause changes in animal behavior, modifying movement patterns, habitat fragmentation and population isolation, loss of animals in highway construction, vehicle collision mortality, introduction of exotic species, and disease spread. Therefore, understanding how species move through the landscape, their diversity around the highway, and identifying the relationship between landscape and trampling is critical to assess the real impact of highways on wildlife and to verify which possible ecological characteristics influence the mortality of individuals. In view of this problem presented, the objective of this study was to estimate the impacts of a highway on mammal fauna of medium and large size in the north of the State of Rio Grande do Sul. For this, a part of 36 km of BR153 was monitored by car. The monitoring occurred over six months, in 10 days per month, being two blocks of five days in a row, with a 10-day interval between them. To evaluate the fauna surrounding the BR 153 highway, seven fragments of native forest were selected. For the detection of mammals, photographic traps were used in 14 days per month, two blocks of seven consecutive days, with interval of seven days. Over the six months of work, 58 mammals were registered run over on the BR 153 highway, belonging to nine species. Didelphis albiventris and Dasypus novemcintus were the most abundant species, with 23 and 19 records respectively. In the fragments registered 344 mammals, belonging to 17 species. The most abundant species in the fragments were Nasua nasua with 110 records and Dasypus novemcintus with 99 individuals. The number of species run over, when compared to the number of species recorded in the fragments, reinforces the idea that the road kill occurs directed to some species that do not avoid the highways. Species that probably escape safely when crossing roads are those that are agile due to their locomotive ability. Some species are abundantly run over, but not necessarily have their populations sharply reduced by the impact of roads.Submitted by Thiago Menezes Cairo (thiago.cairo@uffs.edu.br) on 2022-04-08T17:05:21Z No. of bitstreams: 1 RIBEIRO.pdf: 1978294 bytes, checksum: db7d79921283d92142915db66b17f985 (MD5)Approved for entry into archive by Franciele Scaglioni da Cruz (franciele.cruz@uffs.edu.br) on 2022-04-14T19:01:17Z (GMT) No. of bitstreams: 1 RIBEIRO.pdf: 1978294 bytes, checksum: db7d79921283d92142915db66b17f985 (MD5)Made available in DSpace on 2022-04-14T19:01:17Z (GMT). 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