Recampesinização e ressignificação do campesinato histórias de vida no Movimento de Mulheres Camponesas do Paraná (MMC/PR)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gadelha, Renata Rocha
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFFS (Repositório Digital da UFFS)
Texto Completo: https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/581
Resumo: Esta dissertação analisa, através da metodologia de história de vida e do método dialético, a trajetória de cinco agricultoras, que fazem parte do Movimento de Mulheres Camponesas do Paraná (MMC/PR). O objetivo geral desta pesquisa foi identificar se a participação dessas mulheres, no MMC, permitiu que elas pudessem manifestar suas percepções agroecológicas e a colocá-las em prática, em suas unidades produtivas. Para responder a esse objetivo geral, antes, buscamos responder a dois objetivos específicos: a) como eram as relações de gênero na vida dessas mulheres, antes e depois, de sua participação no movimento? b) como era a percepção sobre a produção agropecuária dessas mulheres, antes e depois, de entrarem no MMC? A pesquisa bibliográfica nos informa que, devido à divisão sexual do trabalho, historicamente, as mulheres desenvolveram percepções e habilidades mais ecológicas do que os homens. Essas percepções e habilidades teriam sido preservadas nas mulheres camponesas. Todavia, a bibliografia também nos revela que, a mesma cultura que manteve essa divisão sexual do trabalho e permitiu a conservação desses saberes nas mulheres, é uma cultura enraizada no patriarcado, em relações de opressão e autoritarismo. Sendo assim, mesmo que as mulheres tenham esses saberes, elas estavam vetadas de participar no planejamento produtivo de suas unidades agrícolas. Baseando-nos na concepção de agroecologia, de Eduardo Sevilla Guzmán, como melhor estratégia para o desenvolvimento rural sustentável, um de seus fundamentos é a participação de todos os sujeitos, envolvidos na prática produtiva, na construção do saber coletivo. Sendo assim, se não enfrentamos as relações desiguais de gênero, estamos impedindo que as mulheres participem dessa construção de conhecimento e do processo de desenvolvimento. Dessa forma, um dos desafios, para o avanço e fortalecimento da agroecologia, é buscar gerar processos nos quais seja possível, tanto a participação dos homens, como a das mulheres. Os resultados desta pesquisa revelaram que, o MMC, movimento que discute tanto as relações de gênero, como a agroecologia como meio de resistência ao avanço do capitalismo no campo, permitiu um desenvolvimento na consciência das mulheres entrevistadas. Através do processo de conscientização, por meio da práxis, essas mulheres passaram a reivindicar o seu direito de participação em todas as tomadas de decisão, seja na família, seja na unidade produtiva; assim como, começaram a se identificar como camponesas e reconhecer o valor de suas antigas formas de gerar conhecimento. Com isso, dialogando com seus companheiros, iniciaram processos de transição agroecológica em suas unidades produtivas, gerando um processo de recampesinização. Uma recampesinização ressignificada, pois agora, não mais baseada em um campesinato fundado em relações desiguais de gênero, mas em um campesinato alicerçado na busca da construção da equidade de gênero.
id UFFS_7e7115e3324c7405cd912aaa71904975
oai_identifier_str oai:rd.uffs.edu.br:prefix/581
network_acronym_str UFFS
network_name_str Repositório Institucional da UFFS (Repositório Digital da UFFS)
repository_id_str 3924
spelling Andrioli, Antônio Ináciohttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4708269Y7Marques, Siomara Aparecidahttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?metodo=apresentar&id=K4791065Y6Gadelha, Renata Rocha2017-02-172017-06-29T16:03:11Z2017-06-292017-06-29T16:03:11Z2017-02-17https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/581Esta dissertação analisa, através da metodologia de história de vida e do método dialético, a trajetória de cinco agricultoras, que fazem parte do Movimento de Mulheres Camponesas do Paraná (MMC/PR). O objetivo geral desta pesquisa foi identificar se a participação dessas mulheres, no MMC, permitiu que elas pudessem manifestar suas percepções agroecológicas e a colocá-las em prática, em suas unidades produtivas. Para responder a esse objetivo geral, antes, buscamos responder a dois objetivos específicos: a) como eram as relações de gênero na vida dessas mulheres, antes e depois, de sua participação no movimento? b) como era a percepção sobre a produção agropecuária dessas mulheres, antes e depois, de entrarem no MMC? A pesquisa bibliográfica nos informa que, devido à divisão sexual do trabalho, historicamente, as mulheres desenvolveram percepções e habilidades mais ecológicas do que os homens. Essas percepções e habilidades teriam sido preservadas nas mulheres camponesas. Todavia, a bibliografia também nos revela que, a mesma cultura que manteve essa divisão sexual do trabalho e permitiu a conservação desses saberes nas mulheres, é uma cultura enraizada no patriarcado, em relações de opressão e autoritarismo. Sendo assim, mesmo que as mulheres tenham esses saberes, elas estavam vetadas de participar no planejamento produtivo de suas unidades agrícolas. Baseando-nos na concepção de agroecologia, de Eduardo Sevilla Guzmán, como melhor estratégia para o desenvolvimento rural sustentável, um de seus fundamentos é a participação de todos os sujeitos, envolvidos na prática produtiva, na construção do saber coletivo. Sendo assim, se não enfrentamos as relações desiguais de gênero, estamos impedindo que as mulheres participem dessa construção de conhecimento e do processo de desenvolvimento. Dessa forma, um dos desafios, para o avanço e fortalecimento da agroecologia, é buscar gerar processos nos quais seja possível, tanto a participação dos homens, como a das mulheres. Os resultados desta pesquisa revelaram que, o MMC, movimento que discute tanto as relações de gênero, como a agroecologia como meio de resistência ao avanço do capitalismo no campo, permitiu um desenvolvimento na consciência das mulheres entrevistadas. Através do processo de conscientização, por meio da práxis, essas mulheres passaram a reivindicar o seu direito de participação em todas as tomadas de decisão, seja na família, seja na unidade produtiva; assim como, começaram a se identificar como camponesas e reconhecer o valor de suas antigas formas de gerar conhecimento. Com isso, dialogando com seus companheiros, iniciaram processos de transição agroecológica em suas unidades produtivas, gerando um processo de recampesinização. Uma recampesinização ressignificada, pois agora, não mais baseada em um campesinato fundado em relações desiguais de gênero, mas em um campesinato alicerçado na busca da construção da equidade de gênero.This dissertation analyzes, through the methodology of life history and the dialectical method, the trajectory of five women farmers, who are part of the Movement of Peasant Women of Paraná (MMC/ PR). The general objective of this research was to identify if the participation of these women in the MMC allowed them to express their agroecological perceptions and to put them into practice in their productive units. In order to respond to this general objective, we seek to answer two specific objectives: a) how were the gender relations in the life of these women, before and after, their participation in the movement? b) how was the perception on the agricultural production of these women before and after entering the MMC? Bibliographical research informs us that because of the sexual division of labor, historically, women have developed perceptions and skills more ecologically than men. These perceptions and skills would have been preserved in peasant women. However, the literature also reveals to us that, the same culture that maintained this sexual division of labor, and allowed the preservation of these knowledge in women, is a culture rooted in patriarchy, in relations of oppression and authoritarianism. Thus, even if women had this knowledge, they were not allowed to participate in the productive planning of their agricultural units. Based on Eduardo Sevilla Guzmán's conception of agroecology as the best strategy for sustainable rural development, one of its foundations is the participation of all the subjects, involved in productive practice, in the construction of collective knowledge. Thus, if we do not face unequal gender relations, we are impeding women from participating in this knowledge-building and development process. Thus, one of the challenges for the advancement and strengthening of agroecology is to seek to generate processes in which both men's and women's participation are possible. The results of this research revealed that the MMC, a movement that discusses both gender relations and agroecology as a means of resistance to the advance of capitalism in the countryside, allowed a development in the consciousness of the women interviewed. Through the process of consciousness, through praxis, these women started to claim their right to participate in all decision-making, whether in the family or in the productive unit; They began to identify themselves as peasants and to recognize the value of their old ways of generating knowledge. With this, in dialogue with their companions, they began processes of agroecological transition in their productive units, generating a process of recampesinization. Re-signified recampesinization, for now, no longer based on a peasantry founded on unequal relations of gender, but on a peasantry grounded in the search for the construction of gender equity.Submitted by Maria Rosa Moraes Maximiano (maria.maximiano@uffs.edu.br) on 2017-06-29T15:24:18Z No. of bitstreams: 1 GADELHA.pdf: 1558655 bytes, checksum: 20867df1fa25beb38b24a5aaffd11253 (MD5)Approved for entry into archive by Diego dos Santos Borba (dborba@uffs.edu.br) on 2017-06-29T16:03:11Z (GMT) No. of bitstreams: 1 GADELHA.pdf: 1558655 bytes, checksum: 20867df1fa25beb38b24a5aaffd11253 (MD5)Made available in DSpace on 2017-06-29T16:03:11Z (GMT). No. of bitstreams: 1 GADELHA.pdf: 1558655 bytes, checksum: 20867df1fa25beb38b24a5aaffd11253 (MD5) Previous issue date: 2017-02-17porUniversidade Federal da Fronteira SulPrograma de Pós-Graduação em Agroecologia e Desenvolvimento Rural SustentávelUFFSBrasilCampus Laranjeiras do SulPatriarcadoAgroecologiaParticipaçãoMovimento de Mulheres CamponesasConscientizaçãoRecampesinização e ressignificação do campesinato histórias de vida no Movimento de Mulheres Camponesas do Paraná (MMC/PR)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisMestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFFS (Repositório Digital da UFFS)instname:Universidade Federal Fronteira do Sul (UFFS)instacron:UFFSLICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81866https://rd.uffs.edu.br:8443/bitstream/prefix/581/2/license.txt43cd690d6a359e86c1fe3d5b7cba0c9bMD52ORIGINALGADELHA.pdfGADELHA.pdfapplication/pdf1558655https://rd.uffs.edu.br:8443/bitstream/prefix/581/1/GADELHA.pdf20867df1fa25beb38b24a5aaffd11253MD51prefix/5812021-09-29 14:57:59.118oai:rd.uffs.edu.br:prefix/581TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEKCkNvbSBhIGFwcmVzZW50YcOnw6NvIGRlc3RhIGxpY2Vuw6dhLCB2b2PDqiAobyBhdXRvciAoZXMpIG91IG8gdGl0dWxhciBkb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IpIGNvbmNlZGUgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIApJbnN0aXR1Y2lvbmFsIG8gZGlyZWl0byBuw6NvLWV4Y2x1c2l2byBkZSByZXByb2R1emlyLCAgdHJhZHV6aXIgKGNvbmZvcm1lIGRlZmluaWRvIGFiYWl4byksIGUvb3UgZGlzdHJpYnVpciBhIApzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIApmb3JtYXRvcyDDoXVkaW8gb3UgdsOtZGVvLgoKVm9jw6ogY29uY29yZGEgcXVlIG8gRGVwb3NpdGEgcG9kZSwgc2VtIGFsdGVyYXIgbyBjb250ZcO6ZG8sIHRyYW5zcG9yIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBwYXJhIHF1YWxxdWVyIG1laW8gb3UgZm9ybWF0byAKcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIERlcG9zaXRhIHBvZGUgbWFudGVyIG1haXMgZGUgdW1hIGPDs3BpYSBkZSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIHBhcmEgZmlucyBkZSBzZWd1cmFuw6dhLCBiYWNrLXVwIAplIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gw6kgb3JpZ2luYWwgZSBxdWUgdm9jw6ogdGVtIG8gcG9kZXIgZGUgY29uY2VkZXIgb3MgZGlyZWl0b3MgY29udGlkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EuIApWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgCmRlIG5pbmd1w6ltLgoKQ2FzbyBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gY29udGVuaGEgbWF0ZXJpYWwgcXVlIHZvY8OqIG7Do28gcG9zc3VpIGEgdGl0dWxhcmlkYWRlIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcywgdm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgCm9idGV2ZSBhIHBlcm1pc3PDo28gaXJyZXN0cml0YSBkbyBkZXRlbnRvciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgcGFyYSBjb25jZWRlciBhbyBEZXBvc2l0YSBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgCm5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLCBlIHF1ZSBlc3NlIG1hdGVyaWFsIGRlIHByb3ByaWVkYWRlIGRlIHRlcmNlaXJvcyBlc3TDoSBjbGFyYW1lbnRlIGlkZW50aWZpY2FkbyBlIHJlY29uaGVjaWRvIG5vIHRleHRvIApvdSBubyBjb250ZcO6ZG8gZGEgcHVibGljYcOnw6NvIG9yYSBkZXBvc2l0YWRhLgoKQ0FTTyBBIFBVQkxJQ0HDh8ODTyBPUkEgREVQT1NJVEFEQSBURU5IQSBTSURPIFJFU1VMVEFETyBERSBVTSBQQVRST0PDjU5JTyBPVSBBUE9JTyBERSBVTUEgQUfDik5DSUEgREUgRk9NRU5UTyBPVSBPVVRSTyAKT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgCkVYSUdJREFTIFBPUiBDT05UUkFUTyBPVSBBQ09SRE8uCgpPIERlcG9zaXRhIHNlIGNvbXByb21ldGUgYSBpZGVudGlmaWNhciBjbGFyYW1lbnRlIG8gc2V1IG5vbWUgKHMpIG91IG8ocykgbm9tZShzKSBkbyhzKSBkZXRlbnRvcihlcykgZG9zIGRpcmVpdG9zIAphdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório InstitucionalPUBhttps://rd.uffs.edu.br/oai/requestopendoar:39242021-09-29T17:57:59Repositório Institucional da UFFS (Repositório Digital da UFFS) - Universidade Federal Fronteira do Sul (UFFS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Recampesinização e ressignificação do campesinato histórias de vida no Movimento de Mulheres Camponesas do Paraná (MMC/PR)
title Recampesinização e ressignificação do campesinato histórias de vida no Movimento de Mulheres Camponesas do Paraná (MMC/PR)
spellingShingle Recampesinização e ressignificação do campesinato histórias de vida no Movimento de Mulheres Camponesas do Paraná (MMC/PR)
Gadelha, Renata Rocha
Patriarcado
Agroecologia
Participação
Movimento de Mulheres Camponesas
Conscientização
title_short Recampesinização e ressignificação do campesinato histórias de vida no Movimento de Mulheres Camponesas do Paraná (MMC/PR)
title_full Recampesinização e ressignificação do campesinato histórias de vida no Movimento de Mulheres Camponesas do Paraná (MMC/PR)
title_fullStr Recampesinização e ressignificação do campesinato histórias de vida no Movimento de Mulheres Camponesas do Paraná (MMC/PR)
title_full_unstemmed Recampesinização e ressignificação do campesinato histórias de vida no Movimento de Mulheres Camponesas do Paraná (MMC/PR)
title_sort Recampesinização e ressignificação do campesinato histórias de vida no Movimento de Mulheres Camponesas do Paraná (MMC/PR)
author Gadelha, Renata Rocha
author_facet Gadelha, Renata Rocha
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Andrioli, Antônio Inácio
dc.contributor.advisor1Lattes.fl_str_mv http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4708269Y7
dc.contributor.advisor-co1.fl_str_mv Marques, Siomara Aparecida
dc.contributor.advisor-co1Lattes.fl_str_mv http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?metodo=apresentar&id=K4791065Y6
dc.contributor.author.fl_str_mv Gadelha, Renata Rocha
contributor_str_mv Andrioli, Antônio Inácio
Marques, Siomara Aparecida
dc.subject.por.fl_str_mv Patriarcado
Agroecologia
Participação
Movimento de Mulheres Camponesas
Conscientização
topic Patriarcado
Agroecologia
Participação
Movimento de Mulheres Camponesas
Conscientização
description Esta dissertação analisa, através da metodologia de história de vida e do método dialético, a trajetória de cinco agricultoras, que fazem parte do Movimento de Mulheres Camponesas do Paraná (MMC/PR). O objetivo geral desta pesquisa foi identificar se a participação dessas mulheres, no MMC, permitiu que elas pudessem manifestar suas percepções agroecológicas e a colocá-las em prática, em suas unidades produtivas. Para responder a esse objetivo geral, antes, buscamos responder a dois objetivos específicos: a) como eram as relações de gênero na vida dessas mulheres, antes e depois, de sua participação no movimento? b) como era a percepção sobre a produção agropecuária dessas mulheres, antes e depois, de entrarem no MMC? A pesquisa bibliográfica nos informa que, devido à divisão sexual do trabalho, historicamente, as mulheres desenvolveram percepções e habilidades mais ecológicas do que os homens. Essas percepções e habilidades teriam sido preservadas nas mulheres camponesas. Todavia, a bibliografia também nos revela que, a mesma cultura que manteve essa divisão sexual do trabalho e permitiu a conservação desses saberes nas mulheres, é uma cultura enraizada no patriarcado, em relações de opressão e autoritarismo. Sendo assim, mesmo que as mulheres tenham esses saberes, elas estavam vetadas de participar no planejamento produtivo de suas unidades agrícolas. Baseando-nos na concepção de agroecologia, de Eduardo Sevilla Guzmán, como melhor estratégia para o desenvolvimento rural sustentável, um de seus fundamentos é a participação de todos os sujeitos, envolvidos na prática produtiva, na construção do saber coletivo. Sendo assim, se não enfrentamos as relações desiguais de gênero, estamos impedindo que as mulheres participem dessa construção de conhecimento e do processo de desenvolvimento. Dessa forma, um dos desafios, para o avanço e fortalecimento da agroecologia, é buscar gerar processos nos quais seja possível, tanto a participação dos homens, como a das mulheres. Os resultados desta pesquisa revelaram que, o MMC, movimento que discute tanto as relações de gênero, como a agroecologia como meio de resistência ao avanço do capitalismo no campo, permitiu um desenvolvimento na consciência das mulheres entrevistadas. Através do processo de conscientização, por meio da práxis, essas mulheres passaram a reivindicar o seu direito de participação em todas as tomadas de decisão, seja na família, seja na unidade produtiva; assim como, começaram a se identificar como camponesas e reconhecer o valor de suas antigas formas de gerar conhecimento. Com isso, dialogando com seus companheiros, iniciaram processos de transição agroecológica em suas unidades produtivas, gerando um processo de recampesinização. Uma recampesinização ressignificada, pois agora, não mais baseada em um campesinato fundado em relações desiguais de gênero, mas em um campesinato alicerçado na busca da construção da equidade de gênero.
publishDate 2017
dc.date.none.fl_str_mv 2017-02-17
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2017-06-29T16:03:11Z
dc.date.available.fl_str_mv 2017-06-29
2017-06-29T16:03:11Z
dc.date.issued.fl_str_mv 2017-02-17
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/581
url https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/581
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal da Fronteira Sul
dc.publisher.program.fl_str_mv Programa de Pós-Graduação em Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFFS
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
dc.publisher.department.fl_str_mv Campus Laranjeiras do Sul
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal da Fronteira Sul
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFFS (Repositório Digital da UFFS)
instname:Universidade Federal Fronteira do Sul (UFFS)
instacron:UFFS
instname_str Universidade Federal Fronteira do Sul (UFFS)
instacron_str UFFS
institution UFFS
reponame_str Repositório Institucional da UFFS (Repositório Digital da UFFS)
collection Repositório Institucional da UFFS (Repositório Digital da UFFS)
bitstream.url.fl_str_mv https://rd.uffs.edu.br:8443/bitstream/prefix/581/2/license.txt
https://rd.uffs.edu.br:8443/bitstream/prefix/581/1/GADELHA.pdf
bitstream.checksum.fl_str_mv 43cd690d6a359e86c1fe3d5b7cba0c9b
20867df1fa25beb38b24a5aaffd11253
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFFS (Repositório Digital da UFFS) - Universidade Federal Fronteira do Sul (UFFS)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1809094593713537024