Luta por moradia em Erechim / RS: a ação do movimento popular urbano

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Psidonik, Jorge Valdair
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFFS (Repositório Digital da UFFS)
Texto Completo: https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/3341
Resumo: O presente trabalho consiste no resgate histórico da luta do Movimento Popular Urbano (MPU) de Erechim / RS, atuante, entre os anos de 2007 a 2016, na defesa do direito à moradia dos trabalhadores que construíram suas casas e suas vidas à beira dos trilhos e à beira da BR 153. Tem como objetivo compreender quais foram as motivações que resultaram na criação deste Movimento, quais as ações desenvolvidas e quais os fatores que contribuíram para a desarticulação de suas atividades, dentro do recorte temporal de 1996 a 2016. A organização deste Movimento Social surgiu a partir da ameaça de despejo das famílias em decorrência da possível volta dos trens e da construção de vias paralelas na travessia urbana da BR 153. No entanto suas raízes são percebidas ao longo do processo de ocupação e luta pelo espaço na região, iniciado em 1908, pelos imigrantes europeus e nas transformações econômicas ocorridas ao longo do século XX, as quais resultaram em déficit habitacional manifestado, dentre outras formas, nas ocupações de diversas áreas da cidade de Erechim, como, as faixas de domínio das vias. A pesquisa foi articulada em torno do conceito de fronteiras em movimento, tendo a estrada de ferro como símbolo emblemático e paradoxal da região na mobilidade desta fronteira e como questão de fundo à luta pelo espaço. A busca do progresso, a modernização e a exclusão avançaram no mesmo ritmo. A mesma ferrovia que excluiu os caboclos do contestado na divisa entre Santa Catarina e Paraná, no advento do século XX, vai excluir os beira-trilhos de suas margens, no início do século XXI. A metodologia utilizada envolve pesquisa bibliográfica, documental e História Oral, através de entrevistas com participantes do Movimento Popular Urbano, gestores municipais, assessorias e lideranças comunitárias que coordenaram o processo de remoção e reassentamento das famílias beira-trilhos e beira-BR. O estudo também resgata o processo de ocupação do espaço na região de Erechim/RS e as políticas de habitação implantadas pela União e Município. Ao longo de três capítulos, demonstra como a resistência e a luta do povo pela disputa do espaço promove conquistas que, de alguma forma, melhoram suas vidas, assim como o MPU garantiu, através de sua ação, que as famílias não fossem despejadas e conquistassem novos espaços de moradias em loteamentos sociais, efetivando, desta maneira direitos constitucionais historicamente negados às classes populares.
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No entanto suas raízes são percebidas ao longo do processo de ocupação e luta pelo espaço na região, iniciado em 1908, pelos imigrantes europeus e nas transformações econômicas ocorridas ao longo do século XX, as quais resultaram em déficit habitacional manifestado, dentre outras formas, nas ocupações de diversas áreas da cidade de Erechim, como, as faixas de domínio das vias. A pesquisa foi articulada em torno do conceito de fronteiras em movimento, tendo a estrada de ferro como símbolo emblemático e paradoxal da região na mobilidade desta fronteira e como questão de fundo à luta pelo espaço. A busca do progresso, a modernização e a exclusão avançaram no mesmo ritmo. A mesma ferrovia que excluiu os caboclos do contestado na divisa entre Santa Catarina e Paraná, no advento do século XX, vai excluir os beira-trilhos de suas margens, no início do século XXI. A metodologia utilizada envolve pesquisa bibliográfica, documental e História Oral, através de entrevistas com participantes do Movimento Popular Urbano, gestores municipais, assessorias e lideranças comunitárias que coordenaram o processo de remoção e reassentamento das famílias beira-trilhos e beira-BR. O estudo também resgata o processo de ocupação do espaço na região de Erechim/RS e as políticas de habitação implantadas pela União e Município. Ao longo de três capítulos, demonstra como a resistência e a luta do povo pela disputa do espaço promove conquistas que, de alguma forma, melhoram suas vidas, assim como o MPU garantiu, através de sua ação, que as famílias não fossem despejadas e conquistassem novos espaços de moradias em loteamentos sociais, efetivando, desta maneira direitos constitucionais historicamente negados às classes populares.The present work consists in the historical rescue of the struggle of Urban Popular Movement (MPU) of Erechim / RS, active, from 2007 to 2016, in the defense of rights to housing of workers who built their houses and their lives on the edge of railroads and BR 153. It aims to understand what were the motivations that resulted in the creation of this Movement, which actions were developed and which factors contributed to the disarticulation of its activities, within the time frame from 1996 to 2016. The organization This Social Movement emerged from the threat of eviction of families due to the possible return of trains and the construction of parallel roads in the urban crossing of BR 153. However, its roots are perceived throughout the process of occupation and struggle for space in the region, begun in 1908, by European immigrants. The economic transformations that occurred throughout the twentieth century, which resulted in a deficit housing, among others, in occupations in various areas of the city of Erechim, such as , roadway anes. The research was articulated around the concept of “moving borders”, with the railroad as the emblematic and paradoxical symbol of the region in the mobility of this border and as a fundamental issue in the struggle for space. The pursuit of progress, modernization and exclusion advanced at the same pace. The same railroad that excluded the “caboclos” from the contested border between Santa Catarina and Paraná at the advent of the twentieth century will exclude the railroad tracks from its shores at the beginning of the 21st century. The methodology used involves bibliographic research, documentary and oral history, through interviews with participants of the Urban Popular Movement, municipal managers, advisors and community leaders who coordinated the process of removal and resettlement of edge of railroads and edge of highway. The study also rescues the process of space occupation in the region of Erechim/RS and the housing policies implemented by the Union and the Municipality. Over the course of three chapters, it demonstrates how people's resistance and struggle for the space dispute promotes achievements that somehow improve their lives, just as the MPU has ensured through its action that families are not evicted and conquered new housing spaces in social subdivisions, thus effecting constitutional rights historically denied to the popular classes.Submitted by Suelen Spindola Bilhar (suelen.bilhar@uffs.edu.br) on 2019-12-19T19:46:21Z No. of bitstreams: 1 PSIDONIK.pdf: 2284782 bytes, checksum: 745e28471574c32a686518f86470a9b0 (MD5)Approved for entry into archive by Franciele Scaglioni da Cruz (franciele.cruz@uffs.edu.br) on 2020-01-10T15:46:56Z (GMT) No. of bitstreams: 1 PSIDONIK.pdf: 2284782 bytes, checksum: 745e28471574c32a686518f86470a9b0 (MD5)Made available in DSpace on 2020-01-10T15:46:56Z (GMT). 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