Avaliação toxicológica com microcrustáceo Daphnia magna da qualidade de água de abastecimento público fortificada com agrotóxicos por meio do delineamento composto central rotacional

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Kin, Jaqueline
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFFS (Repositório Digital da UFFS)
Texto Completo: https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/3986
Resumo: O uso intensivo de agrotóxicos tem demostrado os riscos potenciais que essas substâncias causam ao meio ambiente e aos seres humanos, pois estes compostos não atingem somente o alvo. Dentre os agrotóxicos mais utilizados no Brasil, o glifosato e o 2,4-D classificados como medianamente tóxico e extremamente tóxico, respectivamente, têm sido encontrados nos solos e na água, ocasionando a contaminação do meio ambiente e dos seres humanos. Neste sentido, o objetivo deste trabalho foi fortificar uma amostra de água subterrânea utilizada para o abastecimento público de um município da Região das Missões do estado do Rio Grande do Sul, com os agrotóxicos glifosato e 2,4-D, visando identificar a toxicidade aguda e genotoxicidade que estes compostos químicos causam quando combinados em uma mesma amostra. Para isso, foi analisada uma amostra de água subterrânea utilizada para o abastecimento público, e avaliada a qualidade em relação aos parâmetros físico-químicos e microbiológicos, sendo estes, absorvância (λ - 254 nm), condutividade elétrica (µS cm-1), cor aparente (uC), dureza (mg CaCO3 L-1 ), fluoreto (mg L-1), oxigênio dissolvido (mg L-1), potencial hidrogeniônico, temperatura (ºC), turbidez (uT), coliformes totais e Escherichia coli, em seguida foi realizada a detecção e quantificação dos agrotóxicos, e posteriormente a comparação entre os resultados obtidos e os valores estabelecidos na Portaria de Consolidação n° 5/2017 do Ministério da Saúde e na Portaria nº 320/2014 da Secretária de Estado da Saúde do Rio Grande Do Sul. Para o teste de toxicidade aguda, foi realizado o cultivo do microcrustáceo Daphnia magna e para o teste de genotoxicidade foi utilizado o bioindicador Allium cepa, a amostra de água foi fortificada com os agrotóxicos em concentrações definidas no delineamento composto central rotacional, totalizando 12 experimentos. Os resultados indicaram valores de fluoreto, Escherichia coli e coliformes totais em dissonância com o estabelecido na Portaria de Consolidação nº 5/2017. Em relação aos agrotóxicos, identificouse a presença de atrazina, azoxistrobina, clomazona, fipronil, tebuconazol e trifloxistrobina, sendo que o fipronil apresentou concentração superior ao valor máximo permitido na Portaria nº 320/2014 da Secretária de Estado da Saúde do Rio Grande Do Sul. O teste de toxicidade aguda com Daphnia magna indicou que o herbicida 2,4-D possui toxicidade mais elevada quando comparada a toxicidade do glifosato, corroborando ao valor máximo permitido (VMP) na Portaria de Consolidação nº 5/2017, o qual é inferior ao VMP para o glifosato. Enquanto que, no teste de genotoxicidade foi possível concluir que os agrotóxicos interferem em um nível de significância de 95 % no processo de divisão celular. Por fim conclui-se que, a combinação de agrotóxicos em uma mesma amostra de água subterrânea utilizada para oabastecimento público causa danos ao microcrustáceo Daphnia magna, interfere nos processos de divisão celular e consequentemente origina danos a saúde humana e ao meio ambiente devido aos efeitos tóxicos e genotóxicos que estes compostos químicos apresentam.
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Neste sentido, o objetivo deste trabalho foi fortificar uma amostra de água subterrânea utilizada para o abastecimento público de um município da Região das Missões do estado do Rio Grande do Sul, com os agrotóxicos glifosato e 2,4-D, visando identificar a toxicidade aguda e genotoxicidade que estes compostos químicos causam quando combinados em uma mesma amostra. Para isso, foi analisada uma amostra de água subterrânea utilizada para o abastecimento público, e avaliada a qualidade em relação aos parâmetros físico-químicos e microbiológicos, sendo estes, absorvância (λ - 254 nm), condutividade elétrica (µS cm-1), cor aparente (uC), dureza (mg CaCO3 L-1 ), fluoreto (mg L-1), oxigênio dissolvido (mg L-1), potencial hidrogeniônico, temperatura (ºC), turbidez (uT), coliformes totais e Escherichia coli, em seguida foi realizada a detecção e quantificação dos agrotóxicos, e posteriormente a comparação entre os resultados obtidos e os valores estabelecidos na Portaria de Consolidação n° 5/2017 do Ministério da Saúde e na Portaria nº 320/2014 da Secretária de Estado da Saúde do Rio Grande Do Sul. Para o teste de toxicidade aguda, foi realizado o cultivo do microcrustáceo Daphnia magna e para o teste de genotoxicidade foi utilizado o bioindicador Allium cepa, a amostra de água foi fortificada com os agrotóxicos em concentrações definidas no delineamento composto central rotacional, totalizando 12 experimentos. Os resultados indicaram valores de fluoreto, Escherichia coli e coliformes totais em dissonância com o estabelecido na Portaria de Consolidação nº 5/2017. Em relação aos agrotóxicos, identificouse a presença de atrazina, azoxistrobina, clomazona, fipronil, tebuconazol e trifloxistrobina, sendo que o fipronil apresentou concentração superior ao valor máximo permitido na Portaria nº 320/2014 da Secretária de Estado da Saúde do Rio Grande Do Sul. O teste de toxicidade aguda com Daphnia magna indicou que o herbicida 2,4-D possui toxicidade mais elevada quando comparada a toxicidade do glifosato, corroborando ao valor máximo permitido (VMP) na Portaria de Consolidação nº 5/2017, o qual é inferior ao VMP para o glifosato. Enquanto que, no teste de genotoxicidade foi possível concluir que os agrotóxicos interferem em um nível de significância de 95 % no processo de divisão celular. Por fim conclui-se que, a combinação de agrotóxicos em uma mesma amostra de água subterrânea utilizada para oabastecimento público causa danos ao microcrustáceo Daphnia magna, interfere nos processos de divisão celular e consequentemente origina danos a saúde humana e ao meio ambiente devido aos efeitos tóxicos e genotóxicos que estes compostos químicos apresentam.The intensive use of pesticides has demonstrated the potential risks that these substances cause to the environment and humans, as these compounds do not only reach the target. Among the most used pesticides in Brazil, glyphosate and 2.4-D classified as medium toxic and extremely toxic, respectively, have been found in soils and water, causing contamination of the environment and humans. In this sense, the objective of this work was to fortify a sample of groundwater used for public supply of a municipality in the Missions Region of the state of Rio Grande do Sul, with the glyphosate and 2.4-D pesticides, aiming to identify the acute and genotoxicity that these chemical compounds cause when combined in the same sample. For this, a sample of groundwater used for public supply was analyzed, and its quality was evaluated in relation to the physicochemical and microbiological parameters, namely, absorbance (λ – 254 nm), electrical conductivity (µS cm-1), apparent color (uC), hardness (mg CaCO3 L-1), fluoride (mg L-1), dissolved oxygen (mg L-1), hydrogen potential, temperature (° C), turbidity (uT), total coliforms and Escherichia coli, Then the detection and quantification of the pesticides was performed, and then the comparison between the results obtained and the values established in the Consolidation Ordinance nº 5/2017 of the Ministry of Health and the Ordinance nº 320/2014 of the Secretary of State for Health of Rio Grande Do Sul. For the acute toxicity test, the cultivation of the micro crustacean Daphnia magna was performed and for the genotoxicity test the bioindicator Allium cepa was used, the water sample was fortified with the pesticides in conception defined in the central rotational composite design, totaling 12 experiments. The results indicated fluoride, Escherichia coli and total coliforms values in dissonance with the established in Consolidation Ordinance nº 5/2017. Regarding pesticides, the presence of atrazine, azoxystrobin, clomazone, fipronil, tebuconazole and trifloxystrobin were identified, and fipronil was higher than the maximum allowed in Ordinance nº 320/2014 of the Secretary of State of Rio Grande Do The acute toxicity test with Daphnia magna indicated that the herbicide 2.4-D has higher toxicity when compared to glyphosate toxicity, corroborating the maximum allowed value (VMP) in Consolidation Ordinance nº 5/2017, which is lower. VMP for glyphosate. While in the genotoxicity test it was possible to conclude that pesticides interfere with a 95 % significance level in the cell division process. Finally, it is concluded that the combination of pesticides in the same sample of groundwater used for public supply causes damage to the Daphnia magna microcrustacean, interferes with the processes of celldivision and consequently causes damage to human health and the environment due to the effects. toxic and genotoxic effects of these chemical compounds.Submitted by Rafael Pinheiro de Almeida (rafael.almeida@uffs.edu.br) on 2020-02-13T12:30:35Z No. of bitstreams: 1 EMBARGO - KIN.pdf: 2408746 bytes, checksum: 80bea880bb46be3d00bfd98bc257b198 (MD5)Approved for entry into archive by Franciele Scaglioni da Cruz (franciele.cruz@uffs.edu.br) on 2021-04-09T18:44:48Z (GMT) No. of bitstreams: 1 EMBARGO - KIN.pdf: 2408746 bytes, checksum: 80bea880bb46be3d00bfd98bc257b198 (MD5)Made available in DSpace on 2021-04-09T18:44:48Z (GMT). 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