Agricultura e gênero: a categoria feminina na sucessão rural

• Autor(a) principal: Vorpagel, Lara Betina
• Data de Publicação: 2017
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFFS (Repositório Digital da UFFS)
• Texto Completo: https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/1878
• topic: Êxodo rural; Masculinização; Trabalho feminino; População rural; Juventude rural; Categoria feminina

A sucessão rural seletiva vem tornando-se objeto de estudo nos últimos anos. Os processos de masculinização e envelhecimento da população rural ocorrem, dentre outros fatores, a partir da modernização e da entrada da tecnologia agrícola, que substitui a mão de obra reduzindo o número de pessoas necessárias para a condução de uma unidade de produção, e, consequentemente, parte desta mão de obra acaba sendo direcionada para atividades não agrícolas ou deslocadas para centros urbanos. A permanência da mulher no meio rural é fundamental na estruturação do núcleo familiar e vem ganhando destaque com o reconhecimento da importância da agricultura familiar que é um modelo de produção que, geralmente, utiliza mão de obra própria. O objetivo geral da pesquisa foi avaliar as causas da permanência e evasão das mulheres do meio rural de quatro localidades no município de São Paulo das Missões/RS. Como ferramentas metodológicas utilizaram-se o referencial teórico e aplicação de 39 entrevistas semiestruturadas, aplicadas a mulheres entre 15 e 29 anos, residentes em quatro comunidades selecionadas de acordo com a localização geográfica, sistemas de produção adotados e nível organizativo da juventude rural. Os resultados apontam a continuidade do processo de migração das mulheres jovens para a cidade em busca de educação ou emprego sendo 79% das jovens entre 15 e 20 anos, e 60% das mulheres entre 20 e 29 anos pretendem permanecer. Destaca-se entre as repostas uma tendência à busca por trabalho pluriativo, onde 33% desejam continuar residindo no meio rural, porém, trabalhando na cidade. Constata-se que a participação em atividade religiosas e organizativas das comunidades influenciou sobre as perspectivas de continuidade no meio rural. No entendimento das entrevistadas destaca-se a importância das políticas públicas como meio de manter as jovens na atividade rural, somado a renda, acesso, tecnologia, valorização. As comunidades diferem quanto a expectativa de permanência, sendo a comunidade da Linha Lavina a que mais jovens pretendem permanecer em relação ao número de entrevistadas.