Entre figurantes e antagonistas: os kaingang no enredo da demarcação da terra indígena Iraí-RS
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFFS (Repositório Digital da UFFS) |
Texto Completo: | https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/2131 |
Resumo: | O presente trabalho discute como os conceitos de progresso e modernidade foram usados para tentar impedir a demarcação da Terra Indígena Kaingang de Iraí. Os discursos investidos contra os Kaingang sustentaram-se na retórica de que os indígenas não estavam em seu território tradicional e promoviam o desmatamento e a poluição das fontes termais – importante recurso natural explorado comercialmente pela atividade turística. Entretanto, para compreender historicamente o processo em que esses discursos surgiram, é preciso analisar a construção do aeroporto em Iraí – sobre território tradicional indígena – e o quadro histórico e econômico a ele associado. Além disso, a emergência do movimento indígena para demarcação do seu território refletiu na proposição de uma ação judicial por parte de entidades que se diziam ambientalistas para impedir a demarcação da terra indígena. Esse processo, bem como algumas matérias publicadas em jornais, especialmente o jornal Zero Hora, foram usadas como principais fontes dessa pesquisa. Como hipótese, admite-se que os discursos preservacionistas foram acionados a partir do movimento Kaingang para demarcação, com a intenção de ocultar o real motivo: impedir a demarcação da Terra Indígena Kaingang de Iraí e manter a exploração comercial das fontes termais por agentes políticos e privados, interessados nos lucros provenientes dessa atividade turística. |
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Lino, Jaisson TeixeiraAraújo, Fábio2018-082018-09-26T11:50:26Z20182018-09-26T11:50:26Z2018-08-08https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/2131O presente trabalho discute como os conceitos de progresso e modernidade foram usados para tentar impedir a demarcação da Terra Indígena Kaingang de Iraí. Os discursos investidos contra os Kaingang sustentaram-se na retórica de que os indígenas não estavam em seu território tradicional e promoviam o desmatamento e a poluição das fontes termais – importante recurso natural explorado comercialmente pela atividade turística. Entretanto, para compreender historicamente o processo em que esses discursos surgiram, é preciso analisar a construção do aeroporto em Iraí – sobre território tradicional indígena – e o quadro histórico e econômico a ele associado. Além disso, a emergência do movimento indígena para demarcação do seu território refletiu na proposição de uma ação judicial por parte de entidades que se diziam ambientalistas para impedir a demarcação da terra indígena. Esse processo, bem como algumas matérias publicadas em jornais, especialmente o jornal Zero Hora, foram usadas como principais fontes dessa pesquisa. Como hipótese, admite-se que os discursos preservacionistas foram acionados a partir do movimento Kaingang para demarcação, com a intenção de ocultar o real motivo: impedir a demarcação da Terra Indígena Kaingang de Iraí e manter a exploração comercial das fontes termais por agentes políticos e privados, interessados nos lucros provenientes dessa atividade turística.The present work discusses how the concepts of progress and modernity were used to try to prevent the demarcation of the Indigenous Land by Kaingang people from Iraí. The discourses invested against the Kaingang were based on the rhetoric that Indians weren’t in their traditional territory and promoted the deforestation and the pollution of the hot springs - an important natural resource commercially exploited by tourism. However, to understand historically the process in which these discourses arose, it’s necessary to analyze the airport construction in Iraí city – over traditional indigenous territory – and the historical and economic framework associated with it. Beside this, the emergence of the indigenous movement to demarcate its territory reflected in the proposition of a lawsuit by entities that called themselves environmentalists, to prevent the demarcation of indigenous land. This process, as well as some articles published in newspapers, especially the newspaper Zero Hora, were used as main sources of this research. As hypothesis, it’s accepted that the preservationist discourses were triggered from the Kaingang movement for demarcation, with the intention to hiding the real motive: to prevent the demarcation of the Kaingang de Iraí Indigenous Land, and to maintain commercial exploitation of the hot springs by political agents and private companies interested in the profits from this tourist activity.Submitted by ADAIR PERDOMO FALCÃO (adair.falcao@uffs.edu.br) on 2018-09-25T14:19:25Z No. of bitstreams: 1 ARAUJO.pdf: 2509096 bytes, checksum: 1b14898594e5272b81cf274630f41c00 (MD5)Approved for entry into archive by Diego dos Santos Borba (dborba@uffs.edu.br) on 2018-09-26T11:50:26Z (GMT) No. of bitstreams: 1 ARAUJO.pdf: 2509096 bytes, checksum: 1b14898594e5272b81cf274630f41c00 (MD5)Made available in DSpace on 2018-09-26T11:50:26Z (GMT). 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