A polissemia e a representação espacial das preposições 'de' e 'para' do português brasileiro
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Data de Publicação: | 2014 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
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Resumo: | Esse trabalho apresenta uma proposta de descrição da polissemia das preposições ‘de’ e ‘para’ do português brasileiro, através da abordagem localista de Jackendoff (1983; 1992). De acordo com nossa pesquisa, as preposições ‘de’ e ‘para’ podem ser consideradas como itens polissêmicos, pois cada uma dessas preposições, individualmente, pode atribuir diferentes significados ao seu objeto de referência, e esses significados podem estar ligados cognitivamente por meio de uma representação espacial conceitual de trajetória. Segundo Ilari et al. (2008), as preposições ‘de’ e ‘para’ são preposições que ocupam posições de ponto de origem e ponto final, respectivamente, em uma trajetória espacial de eixo horizontal. No entanto, o uso básico dessas preposições, ou seja, aquele em que conseguimos interpretar um significado diretamente ligado a um espaço físico, pode ser estendido para outros significados, que podem ser interpretados conceptualmente como espaciais. Para uma interpretação metafórica do esquema imagético de trajetória, Jackendoff (1983; 1992) propõe a Hipótese de Relação Temática, em que os significados espaciais conceituais das preposições, podem ser explicados através de campos semânticos distintos. Essa possibilidade de extensão, para significados espaciais conceituais, é baseada na experiência corporificada dos falantes, pois quando interpretamos, de maneira conceitual, um item lexical, afirmamos que o mundo real nos fornece o substrato para nossas percepções sensoriais e as conceituações decorrentes dele. Através dessa experiência, construímos inconscientemente experiências estruturais de significados, que são esquemas imagéticos, e projeções metafóricas (JOHNSON, 1987). Desse modo, levantamos a hipótese de que os diferentes significados estabelecidos pelas preposições ‘de’ e ‘para’ podem ter relação entre si, isto é, o mesmo esquema de imagem, corroborando a ideia de polissemia dessas preposições. Propomos que, através da corporificação, o falante é capaz de estender, cognitivamente, o significado de um item lexical para outros significados conceituais, ou seja, o uso espacial básico de uma preposição pode ser estendido para usos metafóricos, cuja interpretação, de caráter espacial, pode ser resgatada através dos campos semânticos propostos por Jackendoff (1983; 1992). Os campos semânticos que tratamos nessa pesquisa são: Temporal, Possessional, Identificacional, Circunstancial e Existencial. Desse modo, estabelecemos como objetivos de pesquisa: a) a apresentação das relações de significados estabelecidas pelas preposições ‘de’ e ‘para’; b) a apresentação do processo cognitivo de experiência corporificada; c) a apresentação do esquema imagético dessas duas preposições e d) a conexão dos campos semânticos não espaciais, das relações de significados dessas preposições, com uma abordagem localista. Como metodologia de pesquisa, faremos análises das relações semânticas de sentenças do português brasileiro, em que as preposições ‘de’ e ‘para’ estabelecem relações de significado, buscando identificar, por meio da teoria de Hipótese de Relação Temática, a relação dos significados conceituais, de seus respectivos campos semânticos, com os significados espaciais de base. |
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Cambrussi, Morgana FabiolaJeremias, Daiana do Amaral2017-04-13T20:17:01Z2017-04-132017-04-13T20:17:01Z2014-06-27https://localhost:443/handle/prefix/89Esse trabalho apresenta uma proposta de descrição da polissemia das preposições ‘de’ e ‘para’ do português brasileiro, através da abordagem localista de Jackendoff (1983; 1992). De acordo com nossa pesquisa, as preposições ‘de’ e ‘para’ podem ser consideradas como itens polissêmicos, pois cada uma dessas preposições, individualmente, pode atribuir diferentes significados ao seu objeto de referência, e esses significados podem estar ligados cognitivamente por meio de uma representação espacial conceitual de trajetória. Segundo Ilari et al. (2008), as preposições ‘de’ e ‘para’ são preposições que ocupam posições de ponto de origem e ponto final, respectivamente, em uma trajetória espacial de eixo horizontal. No entanto, o uso básico dessas preposições, ou seja, aquele em que conseguimos interpretar um significado diretamente ligado a um espaço físico, pode ser estendido para outros significados, que podem ser interpretados conceptualmente como espaciais. Para uma interpretação metafórica do esquema imagético de trajetória, Jackendoff (1983; 1992) propõe a Hipótese de Relação Temática, em que os significados espaciais conceituais das preposições, podem ser explicados através de campos semânticos distintos. Essa possibilidade de extensão, para significados espaciais conceituais, é baseada na experiência corporificada dos falantes, pois quando interpretamos, de maneira conceitual, um item lexical, afirmamos que o mundo real nos fornece o substrato para nossas percepções sensoriais e as conceituações decorrentes dele. Através dessa experiência, construímos inconscientemente experiências estruturais de significados, que são esquemas imagéticos, e projeções metafóricas (JOHNSON, 1987). Desse modo, levantamos a hipótese de que os diferentes significados estabelecidos pelas preposições ‘de’ e ‘para’ podem ter relação entre si, isto é, o mesmo esquema de imagem, corroborando a ideia de polissemia dessas preposições. Propomos que, através da corporificação, o falante é capaz de estender, cognitivamente, o significado de um item lexical para outros significados conceituais, ou seja, o uso espacial básico de uma preposição pode ser estendido para usos metafóricos, cuja interpretação, de caráter espacial, pode ser resgatada através dos campos semânticos propostos por Jackendoff (1983; 1992). Os campos semânticos que tratamos nessa pesquisa são: Temporal, Possessional, Identificacional, Circunstancial e Existencial. Desse modo, estabelecemos como objetivos de pesquisa: a) a apresentação das relações de significados estabelecidas pelas preposições ‘de’ e ‘para’; b) a apresentação do processo cognitivo de experiência corporificada; c) a apresentação do esquema imagético dessas duas preposições e d) a conexão dos campos semânticos não espaciais, das relações de significados dessas preposições, com uma abordagem localista. Como metodologia de pesquisa, faremos análises das relações semânticas de sentenças do português brasileiro, em que as preposições ‘de’ e ‘para’ estabelecem relações de significado, buscando identificar, por meio da teoria de Hipótese de Relação Temática, a relação dos significados conceituais, de seus respectivos campos semânticos, com os significados espaciais de base.This work employs Jackendoff’s localist approach (1983; 1992) to advance a proposal for a description of the polysemy of prepositions “from” and “to” in Brazilian Portuguese. According to our research, prepositions “from” and “to” can be considered polysemic items, given that each of these prepositions, individually, can attribute different meanings to its object of reference and these meanings can be cognitively related by a spatial-conceptual representation of trajectory. According to Ilari et al. (2008), the prepositions “from” and “to” occupy the origin and the final positions, respectively, in a spatial trajectory of the horizontal axis. However, the basic use of these prepositions, that is, the one in which we are able to interpret a meaning directly related to a physical space, can be extended to other meanings that can be conceptually interpreted as spatial. For a metaphoric interpretation of the imagetic scheme of the trajectory, Jackendoff (1983; 1992) proposes the Thematic Relation Hypothesis, according to which the spatial-conceptual spaces of prepositions can be explained through distinct semantic fields. This possibility of extension for spatial-conceptual meanings is based on the embodied experience of the speakers, because when we interpret conceptually a lexical item, we state that the real world furnishes us a substratum for our sensorial perceptions and for the conceptualizations that follow from it. Through this experience we unconsciously build structural experiences of meanings that are imagetic schemes, and metaphoric projections (JOHNSON, 1987). Thus, we hypothesize that the different meanings established by prepositions “from” and “to” can be related among themselves, that is, they have the same image scheme, corroborating the idea of a polysemy for these prepositions. We propose that through embodiment the speaker is able to extend cognitively the meaning of a lexical item to other conceptual meanings, that is, the basic spatial use of a preposition can be extended to metaphoric uses whose interpretation, of a spatial character, can be recovered through the semantic fields proposed by Jackendoff (1983; 1992). The semantic fields we shall deal with in this work are: Temporal, Possessional, Identificational, Circumstantial and Existential. Thus, we establish as the goals of our research as follows: a) to present the meaning relations established by prepositions “from” and “to”; b) to present the congnitive process of the embodied experience; c) to present the imagetic scheme of these two prepositions and d) the connection of non-spatial semantic fields, of the semantic relations of these propositions, within a localist approach. As our research methodology, we will analyze the semantic relations of Brazilian Portuguese sentences in which prepositions “from” and “to” establish meaning relationships, trying to identify, through the theory of the Thematic Relation Hypothesis, the relation of conceptual meanings, their respective semantic fields, with special base meanings.Submitted by Diego dos Santos Borba (dborba@uffs.edu.br) on 2017-04-13T20:17:01Z No. of bitstreams: 1 JEREMIAS.pdf: 1290468 bytes, checksum: 911798db957a7a07487d5a06e4da71ba (MD5)Made available in DSpace on 2017-04-13T20:17:01Z (GMT). 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