Do policentrismo relacional ao policentrismo morfológico: estudo da área funcional urbana de Passo Fundo (RS)

• Autor(a) principal: Mesquita, Lucas Ponte
• Data de Publicação: 2020
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFFS (Repositório Digital da UFFS)
• Texto Completo: https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/4053
• topic: Centralidades; Redes urbanas; Movimentos pendulares

As redes e as centralidades urbanas na atual fase do processo de globalização e financeirização dos espaços, em especial na inter-relação com áreas agrícolas voltadas ao agronegócio, de um lado, configura-se maior e próspera que as administrações isoladas dos municípios, e de outro, passam a ser o meio através do qual a produção, a circulação e o consumo de capital se realiza efetivamente. Modelos clássicos de estruturação das redes, e das centralidades urbanas, principalmente sob a ótica dos ecologistas urbanos são cada vez mais limitadas diante dos padrões complexos de crescimento urbano, e das formas que se constituem as novas morfologias urbanas. O fenômeno policêntrico surge como uma chave de interpretação para a compreender a complexidade destes processos urbanos. O Policentrismo, como elemento teórico e metodológico, trata-se de uma forma de estudo geográfico que leva em conta determinado recorte espacial que agrupa em si vários centros de atividades e reflete o dinamismo das cidades do século XXI. Caracteriza-se também, pelo detalhamento da descentralização das atividades econômicas, aumento da mobilidade, complexo ´cross-commuting´ e distribuição espacial fragmentada de atividades, empregos e serviços. Como objetivo geral, este TCC busca propor novas abordagens as análises espaciais com base nas concepções teórico-metodológicas do conceito de Policentrismo para a área funcional urbana de Passo Fundo. A definição das FUAS com base na metodologia de origem desenvolvida pela Europe Spatial Planning Observation Network (ESPON), foi adaptada para a realidade local do Rio Grande do Sul. Frente a estas perspectivas que procuram analisar a dinâmica recente das redes e das centralidades urbanas, indo das ideias de policentrismo relacional ao policentrismo morfológico, caracterizando-os na realidade espacial do norte do Rio Grande do Sul. Para isto, a pesquisa foi desenvolvida em três eixos metodológicos: a) levantamento e sistematização de bases informacionais, identificando os principais fluxos em termos de mobilidade pendular a trabalho e a estudo, caracterizando o policentrismo relacional; b) tipificação das centralidades, e como estas se estruturam nas dinâmicas espaciais em torno das densidades de empregos, serviços, comércios e nos impactos às clássicas divisões dos setores produtivos econômicos, caracterizando o policentrismo morfológico; c) estruturação de modelos configuracionais policêntricos em realidades não metropolitanas, inter-relacionando o desenvolvimento teórico-conceitual, os dados secundários e as análises locais. Nota-se importantes avanços ao propor novas abordagens espaciais que não se restringem aos limites político-administrativos. Os resultados obtidos permitem concluir que os conceitos de Policentrismo na perspectiva relacional - com as redes, e na morfológica - com as centralidades, demonstraram que dialogam de forma clara e possibilitadora a fim de entender as atuais dinâmicas espaciais que extrapolam tais limites políticos, e se mostram como caminhos teóricos e metodológicos possíveis para as novas interpretações da dinâmica regional. A estruturação de modelos esquemáticos configuracionais espaciais, unido a análise de dados secundários e aos objetivos fins ao planejamento policêntrico podem sim efetivar bases para o desenvolvimento de instrumentos espaciais de planejamento regional, em vista de um maior equilíbrio, coesão e cooperação territorial.