Cooperativismo em assentamentos de reforma agrária: o caso da Cooperativa de Produção Agropecuária de Trindade do Sul

• Autor(a) principal: Bieseck, Angela Maria
• Data de Publicação: 2017
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFFS (Repositório Digital da UFFS)
• Texto Completo: https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/1106
• topic: Assentamento rural; Cooperativismo agrícola; Cooperativismo

O Cooperativismo é considerado como um importante pilar na construção de uma sociedade que busca através do trabalho em conjunto uma produtividade com qualidade, responsabilidade e lucratividade. O cooperativismo é baseado nos valores de autoajuda, responsabilidade própria, democracia, igualdade, equidade e solidariedade. Através deste contexto percebe-se que boa parte dos estudos brasileiros sobre cooperativismo e agricultura familiar é dedicada a compreensão dos Assentamentos Rurais, que são considerados como um espaço de relações sociais influenciadas pela origem de assentados do Movimento Sem-Terra. E com o propósito de geração e criação de alternativas que garantam a sobrevivência deste público no campo surgem às Cooperativas de Produção Agrícola (CPAs), idealizadas no Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-terra MST, e que possuem em sua constituição a inspiração socialista no qual o fator econômico não é visto somente como um fim, mas também como um meio para a sobrevivência da cooperativa num mercado que na sua maioria é capitalista. Diante disto este trabalho tem como processo de análise a Cooperativa de Produção Agropecuária de Trindade do Sul-Coopatrisul, e tendo como principal objetivo compreender o desempenho da Coopatrisul, verificando se suas práticas de gestão são eficientes, eficazes e efetivas na percepção dos produtores rurais associados, para que esses mantenham um vínculo dentro da mesma. O presente estudo classifica-se como descritivo e de abordagem qualitativa, se caracterizando como exploratório em seus procedimentos metodológicos, pela prática da pesquisa bibliográfica e da pesquisa de campo, respectivamente. A estruturação do instrumento de coleta de dados se deu através da observação participativa e através de entrevistas semiestruturadas visando identificar e avaliar o comportamento dos assentados que desistiram da associação na Coopatrisul; assentados que nunca se associaram na cooperativa e associados que mantém vínculo a organização até os dias atuais, podendo assim perceber quais os pontos negativos e positivos da gestão da cooperativa e o porquê das desistências dos associados na cooperativa. Os resultados do estudo apontam que há dificuldades na gestão da Coopatrisul principalmente na evasão dos sócios, mostrando assim que cada indivíduo que faz parte da Coopatrisul possui um perfil diferente e por isso as dificuldades de trabalhar em grupo faz com que a produção individual seja mais atrativa, além disso, foram abordadas as questões de dificuldades com a produtividade, com as crises econômicas e com os aspectos culturais que envolvem a cooperativa sendo estes os principais causadores de desistências na associação da Coopatrisul, e consequentemente a não associação de muitos assentados. Esses fatores apontam que a associação na Coopatrisul é muitas vezes ariscada, tornando o processo complexo e duvidoso, tendo como perceptivos aspectos negativos e positivos em relação aos lucros e a produtividade almejada, sendo que a necessidade de trabalhar essas dificuldades apontadas nesta pesquisa é um grande avanço para mudar os aspectos organizacionais da cooperativa, e levantar as principais dificuldades para manter a Coopatrisul em destaque no âmbito do cooperativismo em assentamento do Movimento Sem-Terra.