Vozes que constituem o discurso da igualdade educacional na base nacional comum curricular brasileira
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFFS (Repositório Digital da UFFS) |
Texto Completo: | https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/3048 |
Resumo: | Esta pesquisa tem como objetivo compreender o discurso da igualdade educacional presente na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). De tal modo, abordo o discurso da igualdade educacional como objeto de pesquisa, tendo a BNCC como principal documento para a busca desse discurso. Assim, a questão norteadora da pesquisa se propôs saber: como se constrói e se sustenta o discurso da igualdade educacional na BNCC? Com base nessa pergunta, construí três objetivos específicos, que seguem: a) Discutir sobre as vozes hegemônicas presentes no discurso da igualdade na BNCC; b) Compreender quais são as relações que se travam entre igualdade educacional e igualdade social na BNCC; e c) Auscultar nos enunciados da materialidade da BNCC possibilidades de frestas libertárias como contrapalavras ao discurso da igualdade educacional. Desta forma, o texto se organiza em três capítulos que compreendem o esforço de alcançar os três objetivos propostos, um em cada capítulo, respectivamente. Esta pesquisa está embasada na perspectiva teórica da Filosofia da Linguagem, pelo pensamento bakhtiniano. Os referenciais teóricos utilizados como base para compreender e desenvolver a metodologia da pesquisa são os escritos de Bakhtin e do seu Círculo, bem como de estudiosos contemporâneos da teoria bakhtiniana, como Geraldi, Miotello, Ponzio, entre outros. Deste modo, o cotejamento foi usado como meio de pôr as vozes constituintes da BNCC em relação. Portanto, parto dos enunciados da BNCC para, assim, cotejar com vozes que se caracterizam como contrapalavras que surgiram durante o processo de construção da BNCC, assim, trago para dialogar com a BNCC, como contrapalavra o Ofício nº 01/2015, da Anped e, Notas de Repúdio da Anped e da Anfope. Assim, feita a busca pelas vozes que constituem o enunciado da BNCC, por meio do estudo do discurso, foi possível compreender que o enunciado da BNCC é constituído por vozes hegemônicas e não-hegemônicas, e que as vozes hegemônicas aparecem ativamente como tentativa de abafar as palavras outras, sendo a BNCC uma porta de entrada para a educação mercantilizada e, para o discurso hegemônico, visto que ela é constituída predominantemente por vozes hegemônicas, caracterizadas por agentes do setor financeiro que estão presentes na sua construção. Porém, considerando a afirmação bakhtiniana de que um discurso é sempre dialógico, em que há, no mínimo, duas vozes, compreendo que na materialidade da BNCC existem frestas libertárias, que são as vozes não hegemônicas constituindo o discurso como ato responsivo, sendo compreendidas assim como contrapalavras ao pensamento hegemônico que constitui o discurso da igualdade educacional na BNCC. Há, portanto, na materialidade do documento, uma disputa forte, com vozes em tensionamento que, por vezes, lutam para manter uma determinada ordem das coisas e, outras vezes, lutam para colocar no jogo palavras e possibilidades outras. |
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Caracelli Scherma, CamilaBarleta, Ilma de AndradeSantos, Gisele da Silva20192019-07-29T17:00:22Z20192019-07-29T17:00:22Z2019https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/3048Esta pesquisa tem como objetivo compreender o discurso da igualdade educacional presente na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). De tal modo, abordo o discurso da igualdade educacional como objeto de pesquisa, tendo a BNCC como principal documento para a busca desse discurso. Assim, a questão norteadora da pesquisa se propôs saber: como se constrói e se sustenta o discurso da igualdade educacional na BNCC? Com base nessa pergunta, construí três objetivos específicos, que seguem: a) Discutir sobre as vozes hegemônicas presentes no discurso da igualdade na BNCC; b) Compreender quais são as relações que se travam entre igualdade educacional e igualdade social na BNCC; e c) Auscultar nos enunciados da materialidade da BNCC possibilidades de frestas libertárias como contrapalavras ao discurso da igualdade educacional. Desta forma, o texto se organiza em três capítulos que compreendem o esforço de alcançar os três objetivos propostos, um em cada capítulo, respectivamente. Esta pesquisa está embasada na perspectiva teórica da Filosofia da Linguagem, pelo pensamento bakhtiniano. Os referenciais teóricos utilizados como base para compreender e desenvolver a metodologia da pesquisa são os escritos de Bakhtin e do seu Círculo, bem como de estudiosos contemporâneos da teoria bakhtiniana, como Geraldi, Miotello, Ponzio, entre outros. Deste modo, o cotejamento foi usado como meio de pôr as vozes constituintes da BNCC em relação. Portanto, parto dos enunciados da BNCC para, assim, cotejar com vozes que se caracterizam como contrapalavras que surgiram durante o processo de construção da BNCC, assim, trago para dialogar com a BNCC, como contrapalavra o Ofício nº 01/2015, da Anped e, Notas de Repúdio da Anped e da Anfope. Assim, feita a busca pelas vozes que constituem o enunciado da BNCC, por meio do estudo do discurso, foi possível compreender que o enunciado da BNCC é constituído por vozes hegemônicas e não-hegemônicas, e que as vozes hegemônicas aparecem ativamente como tentativa de abafar as palavras outras, sendo a BNCC uma porta de entrada para a educação mercantilizada e, para o discurso hegemônico, visto que ela é constituída predominantemente por vozes hegemônicas, caracterizadas por agentes do setor financeiro que estão presentes na sua construção. Porém, considerando a afirmação bakhtiniana de que um discurso é sempre dialógico, em que há, no mínimo, duas vozes, compreendo que na materialidade da BNCC existem frestas libertárias, que são as vozes não hegemônicas constituindo o discurso como ato responsivo, sendo compreendidas assim como contrapalavras ao pensamento hegemônico que constitui o discurso da igualdade educacional na BNCC. Há, portanto, na materialidade do documento, uma disputa forte, com vozes em tensionamento que, por vezes, lutam para manter uma determinada ordem das coisas e, outras vezes, lutam para colocar no jogo palavras e possibilidades outras.This research aims to understand the discourse of educational equality present in the National Curricular Common Base (BNCC). Therefore, I approach the discourse of educational equality as an object of research, with the BNCC as the main document for the search for this discourse. Therefore, the guiding question of the research was to know: how is the discourse of educational equality in BNCC built and sustained? Based on this question, I have built three specific objectives, which are as follows: a) To discuss the hegemonic voices present in the discourse of equality in the BNCC; b) Understand the relationships between educational equality and social equality in BNCC; c) To listen in the statements of BNCC materiality possibilities of libertarian gaps as counterwords to the discourse of educational equality. In this way, the text is organized into three chapters, which comprise the effort to achieve the three proposed objectives, one in each chapter, respectively. This research is based on the theoretical perspective of Philosophy of Language, by the Bakhtinian thought. The theoretical references used as a basis for understanding and developing the research methodology are the writings of Bakhtin and his Circle, as well as contemporary scholars of Bakhtin's theory, such as Geraldi, Miotello, Ponzio, among others. Therefore, the collation was used as a means of putting the constituent voices of BNCC in relation. Thus, I start from the statements of the BNCC so as to compare with voices that are characterized as counter-words that arse during the BNCC‘s construction process, so I bring the dialogue with the BNCC, as a counterpart to Letter 01/2015 from Anped and, Repudiation Notes from Anped and Anfope. Thus, made the search for the voices that constitute the statement from BNCC statement, through the study of the discourse, it was possible to understand that the statement of the BNCC is constituted by hegemonic and non-hegemonic voices and that the hegemonic voices appear actively as an attempt to smother the other words, the BNCC being a gateway to commodified education and, for the hegemonic discourse, since it is predominantly constituted by hegemonic voices, characterized by agents of the financial sector who are present in its construction. However, considering the Bakhtinian assertion that a discourse is always dialogical, in which there are at least two voices, I understand that in the materiality of the BNCC there are libertarian chinks, which are non-hegemonic voices constituting discourse as a responsive act, being understood as such as counterwords to the hegemonic thinking that constitutes the discourse of educational equality in the BNCC. There is, in the materiality of the document, a strong dispute, with voices in tension that sometimes struggle to maintain a certain order of things and, at other times, struggle to put in words other possibilities.Submitted by SUELEN SPINDOLA BILHAR (suelen.bilhar@uffs.edu.br) on 2019-07-29T12:32:31Z No. of bitstreams: 1 SANTOS.pdf: 2372007 bytes, checksum: 617c7f013d571d66bcfc66386835564f (MD5)Approved for entry into archive by Franciele Scaglioni da Cruz (franciele.cruz@uffs.edu.br) on 2019-07-29T17:00:22Z (GMT) No. of bitstreams: 1 SANTOS.pdf: 2372007 bytes, checksum: 617c7f013d571d66bcfc66386835564f (MD5)Made available in DSpace on 2019-07-29T17:00:22Z (GMT). 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