Associação entre trauma na infância e sintomas de depressão, dor e função executiva em pessoas que vivem com HIV - estudo transversal em amostra de um centro de referência no interior do Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Batistetti, Cyntia Leticia
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFGD
Texto Completo: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/1073
Resumo: Pessoas que vivem com HIV possuem riscos elevados de desenvolverem no curso de suas vidas doenças neuropsiquiátricas, desordens neurocognitivas e dor. Um histórico de trauma nas primeiras fases do desenvolvimento pode induzir modificações neurobiológicas nas funções cerebrais e provocam decréscimo na saúde mental e função cognitiva. Recentemente, a vivência de eventos traumáticos na infância tem sido relacionada a severidade dos sintomas de dor, depressão e decréscimo cognitivo em PVHIV na vida adulta. Neste contexto, o objetivo do presente estudo foi avaliar a prevalência de trauma na infância e depressão em PVHIV em um centro de referência no Centro-Oeste do Brasil e suas possíveis associações a desordens neuropsiquiátricas, dor, declínio cognitivo e variáveis socioeconômicas. Para isto, 80 pessoas que vivem com HIV provenientes do SAE/Dourados, foram avaliadas para contagem de linfócitos CD4 e carga viral, inquérito sociodemográfico, Questionário de Trauma na Infância (QTI), Escala de Rastreamento Populacional para Depressão do Centro de Estudos Epidemiológicos (EDCE), Inventário Breve de Dor (IBD) e triagem para transtornos neurocognitivos (Teste de Trilhas A e B, Teste Stroop e Bateria de Avaliação Frontal). A prevalência de trauma na infância foi 72,6% com 31,3% para traumas moderados a extremos. Trauma na infância se associou a sintomas depressivos (p<0,001; ρ=0,350), classe social desfavorecida (p<0,05, ρ=0,241) e baixo emprego (p<0,001; ρ= -0,306). Dor e déficit cognitivo se associaram a sintomas de depressão (p<0,001; ρ=0,487 e p<0,05; ρ=-0,220, respectivamente), entretanto, não estiveram associados a trauma na infância. Esses resultados sugerem alta prevalência de trauma infantil nas PVHIV e moderada associação com sintomas depressivos, mas não houve relação com a severidade da dor e declínio cognitivo.
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Um histórico de trauma nas primeiras fases do desenvolvimento pode induzir modificações neurobiológicas nas funções cerebrais e provocam decréscimo na saúde mental e função cognitiva. Recentemente, a vivência de eventos traumáticos na infância tem sido relacionada a severidade dos sintomas de dor, depressão e decréscimo cognitivo em PVHIV na vida adulta. Neste contexto, o objetivo do presente estudo foi avaliar a prevalência de trauma na infância e depressão em PVHIV em um centro de referência no Centro-Oeste do Brasil e suas possíveis associações a desordens neuropsiquiátricas, dor, declínio cognitivo e variáveis socioeconômicas. Para isto, 80 pessoas que vivem com HIV provenientes do SAE/Dourados, foram avaliadas para contagem de linfócitos CD4 e carga viral, inquérito sociodemográfico, Questionário de Trauma na Infância (QTI), Escala de Rastreamento Populacional para Depressão do Centro de Estudos Epidemiológicos (EDCE), Inventário Breve de Dor (IBD) e triagem para transtornos neurocognitivos (Teste de Trilhas A e B, Teste Stroop e Bateria de Avaliação Frontal). A prevalência de trauma na infância foi 72,6% com 31,3% para traumas moderados a extremos. Trauma na infância se associou a sintomas depressivos (p<0,001; ρ=0,350), classe social desfavorecida (p<0,05, ρ=0,241) e baixo emprego (p<0,001; ρ= -0,306). Dor e déficit cognitivo se associaram a sintomas de depressão (p<0,001; ρ=0,487 e p<0,05; ρ=-0,220, respectivamente), entretanto, não estiveram associados a trauma na infância. Esses resultados sugerem alta prevalência de trauma infantil nas PVHIV e moderada associação com sintomas depressivos, mas não houve relação com a severidade da dor e declínio cognitivo.People living with HIV have high risks of developing neuropsychiatric diseases, neurocognitive disorders and pain in the course of their lives. A history of trauma in the early stages of development may induce neurobiological changes in brain functions and lead to a decrease in mental health and cognitive function. Recently, the experience of traumatic events in childhood has been related to the severity of symptoms of pain, depression and cognitive decline in PLHIV in adult life. In this context, the objective of the present study was to evaluate the prevalence of childhood trauma and depression in PLHIV in a reference center in the Center-West of Brazil and its possible associations to neuropsychiatric disorders, pain, cognitive decline and socioeconomic variables. For this, 80 people living with HIV (PLVHIV) from SAE / Dourados were evaluated for CD4 + lymphocyte count and viral load, sociodemographic survey, Childhood Trauma Questionnaire (CTQ), Population Screening Scale for Depression of the Center for Epidemiological Studies (CES-D), Brief Pain Inventory (BPI) and screening for neurocognitive disorders (Trial Making Test A and B, Stroop Test and Frontal Assessment Battery). The prevalence of trauma in childhood was 72.6% with 31.3% for moderate to extreme trauma. Childhood trauma was associated with depressive symptoms (p <0.001), social class disadvantaged (p <0.05) and low employment (p <0.001). Trauma was not associated with pain and cognitive decline, but depressive symptoms showed a significant association with pain (p <0.001) and neurocognitive disorder (p <0.05). These data suggest a high prevalence of childhood trauma in PLHIV and a moderate association with depressive symptoms, but did not interfere with the presence of pain and cognitive dysfunction.Submitted by Alison Souza (alisonsouza@ufgd.edu.br) on 2019-06-17T17:20:13Z No. of bitstreams: 1 CyntiaLeticiaBatistetti.pdf: 2329953 bytes, checksum: c1048bde0e016a827abb7350d2ed17fe (MD5)Made available in DSpace on 2019-06-17T17:20:13Z (GMT). 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