Estratégias de comunicação da Comissão Pastoral da Terra: uma análise a partir do Dossiê Santa Idalina

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Zanchett, Stella Adriana
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFGD
Texto Completo: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/1254
Resumo: Ao analisar 208 documentos que compõem o Dossiê Santa Idalina buscamos identificar as ações de comunicação utilizadas no processo organização coletiva em torno da ocupação da Gleba Santa Idalina, no município de Ivinhema-MS, em maio de 1984. Reconhecemos, nessas atividades, ações classificadas como comunicação popular, comunitária ou alternativa (MIANI, 2011; PERUZZO, 2008). Aplicando uma metodologia de Estudo de Caso (CHIZOTTI, 2006), partimos de uma tipologia (BELLOTTO, 2002) para qualificar os documentos conforme sua origem, sua função e seu conteúdo, para diferenciar os arquivos entre si. Os documentos são divididos em: Comunicação estratégica para formação de rede, Cartas de apoio, Cartas de repúdio, Jornalismo, Comunicação oficial da Diocese, Documentos de organização, e Comunicação e cultura popular. Após a tipologia, nos propomos a analisar os conteúdos desses documentos a partir de uma metodologia histórico-dialética, confrontando as informações e as hipóteses levantadas a partir do material com entrevistas orais realizadas com agentes da Comissão Pastoral da Terra que acompanharam o caso da ocupação da Gleba Santa Idalina. Concluímos que as atividades de comunicação realizadas em tal episódio histórico são de caráter popular e comunitário, em outras palavras, de cunho contra-hegemônico e de formação de identidades coletivas. Essa comunicação pautada em processos, marcada pela pessoalidade, compôs o que consideramos uma ecologia de comunicações (GONZÁLEZ, 2015), resultando na sensibilização de indivíduos e organizações da sociedade civil, tecendo uma rede de apoio ao movimento. Ainda, concluímos que os agentes da CPT/MS contribuíram com o processo de comunicação principalmente pela sua atuação como intelectuais orgânicos (GRAMSCI, 1982), auxiliando na construção de um discurso que traduzisse consensos entre elementos da cultura camponesa, da religiosidade popular e do conhecimento sociológico sobre a realidade do campesinato brasileiro. Caracterizamos este discurso como contra-hegemônico teleológico libertário, uma vez que seu questionamento à sociedade estabelecida se dá tendo como referência uma sociedade imaginada a partir dos valores morais, tradicionais e essencialmente comunitários. Esses valores de origens anti-capitalistas nortearam a identidade coletiva dos sem-terra, mobilizaram atores sociais de todo o país a expressar sua solidariedade à pauta da Reforma Agrária em Mato Grosso do Sul.
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Aplicando uma metodologia de Estudo de Caso (CHIZOTTI, 2006), partimos de uma tipologia (BELLOTTO, 2002) para qualificar os documentos conforme sua origem, sua função e seu conteúdo, para diferenciar os arquivos entre si. Os documentos são divididos em: Comunicação estratégica para formação de rede, Cartas de apoio, Cartas de repúdio, Jornalismo, Comunicação oficial da Diocese, Documentos de organização, e Comunicação e cultura popular. Após a tipologia, nos propomos a analisar os conteúdos desses documentos a partir de uma metodologia histórico-dialética, confrontando as informações e as hipóteses levantadas a partir do material com entrevistas orais realizadas com agentes da Comissão Pastoral da Terra que acompanharam o caso da ocupação da Gleba Santa Idalina. Concluímos que as atividades de comunicação realizadas em tal episódio histórico são de caráter popular e comunitário, em outras palavras, de cunho contra-hegemônico e de formação de identidades coletivas. Essa comunicação pautada em processos, marcada pela pessoalidade, compôs o que consideramos uma ecologia de comunicações (GONZÁLEZ, 2015), resultando na sensibilização de indivíduos e organizações da sociedade civil, tecendo uma rede de apoio ao movimento. Ainda, concluímos que os agentes da CPT/MS contribuíram com o processo de comunicação principalmente pela sua atuação como intelectuais orgânicos (GRAMSCI, 1982), auxiliando na construção de um discurso que traduzisse consensos entre elementos da cultura camponesa, da religiosidade popular e do conhecimento sociológico sobre a realidade do campesinato brasileiro. Caracterizamos este discurso como contra-hegemônico teleológico libertário, uma vez que seu questionamento à sociedade estabelecida se dá tendo como referência uma sociedade imaginada a partir dos valores morais, tradicionais e essencialmente comunitários. Esses valores de origens anti-capitalistas nortearam a identidade coletiva dos sem-terra, mobilizaram atores sociais de todo o país a expressar sua solidariedade à pauta da Reforma Agrária em Mato Grosso do Sul.Having as a starting point 208 documents composing Santa Idalina's portfolio struggle for land, we aim to identify communicative actions in the process of collective organization and resistance of Santa Idalina's Land at Ivinhema city, Mato Grosso do Sul state, in May 1984. We recognize these activities as popular, community-based or alternative communication (MIANI, 2011; PERUZZO, 2008). Applying a Case Study methodology (CHIZOTTI, 2006), we depart from a specific typology (BELLOTTO, 2002) to qualify the documents according to their origin, function, and content, in order to differentiate archives. The documents are organized into: Strategic communication for union formation, Support letters, Rejection letters, Journalism, Official Diocese's communication, Organizational documents, and Popular culture and communication. Then, we proceed to analyse these documents' contents from a dialectic historic methodology, comparing the information and the hypothesis lifted up from the material with oral interviews of the Pastoral Commission of Land's members (Comissão Pastoral da Terra, or CPT) that monitored Santa Idalina's Land struggles. We concluded that the communication activities in the event have popular and community characteristics, in other words, a counter-hegemonic, collective, and identitybased character. This communication is based in processes, marked by personal relations, composing what we consider as an ecology of communications (GONZÁLEZ, 2015), resulting in the awareness of individuals and civil society organizations constructing a network of support. Still, we conclude that CPT's agents contributed with the process of communication mainly by their performance as organic intellectuals (GRAMSCI, 1982), supporting a discourse that translated into consensus of elements of rural culture, popular religiosity, and sociological knowledge about the Brazilian grassroots rural culture. We name this as a Liberation counter hegemonic and teleological discourse, since it questions the established society and states an imaginative moral, traditional, and essentially communitybased community. These anti-capitalist values guide the collective identity of landless individuals, mobilizing social actors of all over the country to express identity to the agenda of land reform in Mato Grosso do Sul.Submitted by Alison Souza (alisonsouza@ufgd.edu.br) on 2019-07-10T19:23:46Z No. of bitstreams: 1 StellaAdrianaZanchett.pdf: 1211766 bytes, checksum: 790d23b7ab1d4234043020097245b303 (MD5)Made available in DSpace on 2019-07-10T19:23:46Z (GMT). No. of bitstreams: 1 StellaAdrianaZanchett.pdf: 1211766 bytes, checksum: 790d23b7ab1d4234043020097245b303 (MD5) Previous issue date: 2017-08-29porUniversidade Federal da Grande DouradosPrograma de pós-graduação em SociologiaUFGDBrasilFaculdade de Ciências HumanasCNPQ::CIENCIAS HUMANAS::SOCIOLOGIAComissão Pastoral da TerraComunicação nas organizaçõesIdentidade coletivaCommunication in organizationsGroup identityEstratégias de comunicação da Comissão Pastoral da Terra: uma análise a partir do Dossiê Santa Idalinainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFGDinstname:Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)instacron:UFGDTEXTStellaAdrianaZanchett.pdf.txtStellaAdrianaZanchett.pdf.txtExtracted texttext/plain445121https://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/bitstream/prefix/1254/3/StellaAdrianaZanchett.pdf.txtf5c15644f87c1b4c54a024556aeb7ec0MD53LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81866https://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/bitstream/prefix/1254/2/license.txt43cd690d6a359e86c1fe3d5b7cba0c9bMD52ORIGINALStellaAdrianaZanchett.pdfStellaAdrianaZanchett.pdfapplication/pdf1211766https://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/bitstream/prefix/1254/1/StellaAdrianaZanchett.pdf790d23b7ab1d4234043020097245b303MD51prefix/12542023-09-14 01:35:03.112oai:https://repositorio.ufgd.edu.br/jspui:prefix/1254TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEKCkNvbSBhIGFwcmVzZW50YcOnw6NvIGRlc3RhIGxpY2Vuw6dhLCB2b2PDqiAobyBhdXRvciAoZXMpIG91IG8gdGl0dWxhciBkb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IpIGNvbmNlZGUgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIApJbnN0aXR1Y2lvbmFsIG8gZGlyZWl0byBuw6NvLWV4Y2x1c2l2byBkZSByZXByb2R1emlyLCAgdHJhZHV6aXIgKGNvbmZvcm1lIGRlZmluaWRvIGFiYWl4byksIGUvb3UgZGlzdHJpYnVpciBhIApzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIApmb3JtYXRvcyDDoXVkaW8gb3UgdsOtZGVvLgoKVm9jw6ogY29uY29yZGEgcXVlIG8gRGVwb3NpdGEgcG9kZSwgc2VtIGFsdGVyYXIgbyBjb250ZcO6ZG8sIHRyYW5zcG9yIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBwYXJhIHF1YWxxdWVyIG1laW8gb3UgZm9ybWF0byAKcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIERlcG9zaXRhIHBvZGUgbWFudGVyIG1haXMgZGUgdW1hIGPDs3BpYSBkZSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIHBhcmEgZmlucyBkZSBzZWd1cmFuw6dhLCBiYWNrLXVwIAplIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gw6kgb3JpZ2luYWwgZSBxdWUgdm9jw6ogdGVtIG8gcG9kZXIgZGUgY29uY2VkZXIgb3MgZGlyZWl0b3MgY29udGlkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EuIApWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgCmRlIG5pbmd1w6ltLgoKQ2FzbyBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gY29udGVuaGEgbWF0ZXJpYWwgcXVlIHZvY8OqIG7Do28gcG9zc3VpIGEgdGl0dWxhcmlkYWRlIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcywgdm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgCm9idGV2ZSBhIHBlcm1pc3PDo28gaXJyZXN0cml0YSBkbyBkZXRlbnRvciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgcGFyYSBjb25jZWRlciBhbyBEZXBvc2l0YSBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgCm5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLCBlIHF1ZSBlc3NlIG1hdGVyaWFsIGRlIHByb3ByaWVkYWRlIGRlIHRlcmNlaXJvcyBlc3TDoSBjbGFyYW1lbnRlIGlkZW50aWZpY2FkbyBlIHJlY29uaGVjaWRvIG5vIHRleHRvIApvdSBubyBjb250ZcO6ZG8gZGEgcHVibGljYcOnw6NvIG9yYSBkZXBvc2l0YWRhLgoKQ0FTTyBBIFBVQkxJQ0HDh8ODTyBPUkEgREVQT1NJVEFEQSBURU5IQSBTSURPIFJFU1VMVEFETyBERSBVTSBQQVRST0PDjU5JTyBPVSBBUE9JTyBERSBVTUEgQUfDik5DSUEgREUgRk9NRU5UTyBPVSBPVVRSTyAKT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgCkVYSUdJREFTIFBPUiBDT05UUkFUTyBPVSBBQ09SRE8uCgpPIERlcG9zaXRhIHNlIGNvbXByb21ldGUgYSBpZGVudGlmaWNhciBjbGFyYW1lbnRlIG8gc2V1IG5vbWUgKHMpIG91IG8ocykgbm9tZShzKSBkbyhzKSBkZXRlbnRvcihlcykgZG9zIGRpcmVpdG9zIAphdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufgd.edu.br/jspui:8080/oai/requestopendoar:21162023-09-14T05:35:03Repositório Institucional da UFGD - Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)false
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