Biologia e técnicas de criação de Trichospilus diatraeae (Hymenoptera: Eulophidae) em pupas de Tenebrio molitor (Coleoptera: Tenebrionidae) e Diatraea saccharalis (Lepidoptera: Crambidae)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Fávero, Kellen
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFGD
Texto Completo: http://200.129.209.58:8080/handle/prefix/258
Resumo: O potencial de Trichospilus diatraeae Cherian & Margabandhu, 1942 (Hymenoptera: Eulophidae) como agente de controle biológico no Brasil é pouco conhecido e, por isso, esta pesquisa avaliou a viabilidade de pupas de Tenebrio molitor Linnaeus, 1758 (Coleoptera: Tenebrionidae) como hospedeiro alternativo, visando otimizar sua produção em laboratório para o controle de Diatraea saccharalis (Fabricius, 1794) (Lepidoptera: Crambidae). Esta pesquisa foi conduzida no laboratório de Entomologia da Universidade Federal da Grande Dourados. Inicialmente, foi avaliado o desempenho reprodutivo de T. diatraeae no hospedeiro T. molitor através da construção de tabela de vida e fertilidade. Pupas desse hospedeiro foram individualizadas com fêmeas do parasitóide em tubos de vidro. Diariamente, as pupas foram trocadas, até a morte de todas as fêmeas. A sobrevivência dos imaturos foi de 92,65%. As fêmeas do parasitóide apresentaram longevidade média estimada de 8,28 ± 1,01 (dias), com capacidade inata de aumentar em número de 0,15; taxa líquida de reprodução de 37,50; razão finita de aumento de 1,16; tempo médio entre as gerações de 23,67 dias e tempo de duplicação da população de 4,52 semanas. Constata-se que pupas de T. molitor são adequadas para o desenvolvimento de T. diatraeae. Posteriormente, foi avaliado o efeito da densidade na capacidade reprodutiva de T. diatraeae criado em pupas de T. molitor. Para isso, pupas de T. molitor com 24 horas de idade foram expostas ao parasitismo de fêmeas de T. diatraeae com 48 horas de idade, por 72 horas nas relações hospedeiro-parasitóide 1:1, 1:7, 1:14, 1:21, 1:28 e 1:32, respectivamente, com 12 repetições para cada tratamento. Observou-se porcentagens de parasitismo de 33,33 e 83,33% para as densidades de 1:1 e 14:1, respectivamente e de 100% para as demais. A emergência de indivíduos de T. diatraeae em pupas de T. molitor foi de 75% na densidade de 1:1 e de 100% nas densidades de 21:1, 28:1, 32:1. A duração do ciclo de T. diatraeae variou de 21,00 ± 2,22 a 24,00 ± 2,00 dias, para as densidades de 32:1 e 1:1, respectivamente. A progênie de T. diatraeae por pupa de T. molitor foi maior na densidade de 21:1 com média de 246,50 ± 50,18. A razão sexual decresceu com o aumento das densidades de T. diatraeae, variando entre 0,82 ± 0,06 e 0,97 ± 0,01. A proporção de 21 fêmeas de T. diatraeae por pupa de T. molitor pode ser considerada a mais adequada para a criação desse parasitóide, devido a maior produção de descendentes em menor tempo de desenvolvimento. Em seguida avaliou-se o desempenho reprodutivo de T. diatraeae em pupas do hospedeiro natural D. saccharalis e alternativo T. molitor. Pupas desses hospedeiros com 24 horas de idade foram expostas ao parasitismo durante 72 horas por fêmeas de T. diatraeae de 48 horas de idade. A duração do ciclo de vida de T. diatraeae foi de 20,00 ± 0,00 e 22,89 ± 0,35 dias em pupas de D. saccharalis e T. molitor, respectivamente, com 100 e 80% de parasitismo e 40 e 75% de emergência desse parasitóide sobre o primeiro e segundo hospedeiro, respectivamente. A progênie de T. diatraeae foi de 354,00 ± 41,09 e 151,56 ± 30,97 por pupa de D. saccharalis e T. molitor, respectivamente. O número de indivíduos de T. diatraeae que não completaram o desenvolvimento foi maior em pupas de D. saccharalis (71,50 ± 19,33). A razão sexual de T. diatraeae em pupas de D. saccharalis e de T. molitor apresentou valores semelhantes (0,94 ± 0,01 e 0,93 ± 0,02), respectivamente. A longevidade de fêmeas e machos de T. diatraeae emergidos de pupas de D. saccharalis e de T. molitor foi de (5,93 ± 0,70 e 7,0 ± 1,53) e de (12,04 ± 0,69 e 8,4 ± 1,19) dias, respectivamente. De maneira geral, as características biológicas de T. diatraeae foram melhores em pupas de D. saccharalis do que em T. molitor. As técnicas desenvolvidas mostraram-se apropriadas para a criação de T. diatraeae em laboratório. Esses conhecimentos poderão aumentar as possibilidades de sucesso desse inimigo natural em programas de controle biológico da broca-da-cana-de-açúcar.
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Dissertação (Mestrado em Entomologia e Conservação da Biodiversidade)–Universidade Federal da Grande Dourados, Dourados, MS, 2009.http://200.129.209.58:8080/handle/prefix/258O potencial de Trichospilus diatraeae Cherian & Margabandhu, 1942 (Hymenoptera: Eulophidae) como agente de controle biológico no Brasil é pouco conhecido e, por isso, esta pesquisa avaliou a viabilidade de pupas de Tenebrio molitor Linnaeus, 1758 (Coleoptera: Tenebrionidae) como hospedeiro alternativo, visando otimizar sua produção em laboratório para o controle de Diatraea saccharalis (Fabricius, 1794) (Lepidoptera: Crambidae). Esta pesquisa foi conduzida no laboratório de Entomologia da Universidade Federal da Grande Dourados. Inicialmente, foi avaliado o desempenho reprodutivo de T. diatraeae no hospedeiro T. molitor através da construção de tabela de vida e fertilidade. Pupas desse hospedeiro foram individualizadas com fêmeas do parasitóide em tubos de vidro. Diariamente, as pupas foram trocadas, até a morte de todas as fêmeas. A sobrevivência dos imaturos foi de 92,65%. As fêmeas do parasitóide apresentaram longevidade média estimada de 8,28 ± 1,01 (dias), com capacidade inata de aumentar em número de 0,15; taxa líquida de reprodução de 37,50; razão finita de aumento de 1,16; tempo médio entre as gerações de 23,67 dias e tempo de duplicação da população de 4,52 semanas. Constata-se que pupas de T. molitor são adequadas para o desenvolvimento de T. diatraeae. Posteriormente, foi avaliado o efeito da densidade na capacidade reprodutiva de T. diatraeae criado em pupas de T. molitor. Para isso, pupas de T. molitor com 24 horas de idade foram expostas ao parasitismo de fêmeas de T. diatraeae com 48 horas de idade, por 72 horas nas relações hospedeiro-parasitóide 1:1, 1:7, 1:14, 1:21, 1:28 e 1:32, respectivamente, com 12 repetições para cada tratamento. Observou-se porcentagens de parasitismo de 33,33 e 83,33% para as densidades de 1:1 e 14:1, respectivamente e de 100% para as demais. A emergência de indivíduos de T. diatraeae em pupas de T. molitor foi de 75% na densidade de 1:1 e de 100% nas densidades de 21:1, 28:1, 32:1. A duração do ciclo de T. diatraeae variou de 21,00 ± 2,22 a 24,00 ± 2,00 dias, para as densidades de 32:1 e 1:1, respectivamente. A progênie de T. diatraeae por pupa de T. molitor foi maior na densidade de 21:1 com média de 246,50 ± 50,18. A razão sexual decresceu com o aumento das densidades de T. diatraeae, variando entre 0,82 ± 0,06 e 0,97 ± 0,01. A proporção de 21 fêmeas de T. diatraeae por pupa de T. molitor pode ser considerada a mais adequada para a criação desse parasitóide, devido a maior produção de descendentes em menor tempo de desenvolvimento. Em seguida avaliou-se o desempenho reprodutivo de T. diatraeae em pupas do hospedeiro natural D. saccharalis e alternativo T. molitor. Pupas desses hospedeiros com 24 horas de idade foram expostas ao parasitismo durante 72 horas por fêmeas de T. diatraeae de 48 horas de idade. A duração do ciclo de vida de T. diatraeae foi de 20,00 ± 0,00 e 22,89 ± 0,35 dias em pupas de D. saccharalis e T. molitor, respectivamente, com 100 e 80% de parasitismo e 40 e 75% de emergência desse parasitóide sobre o primeiro e segundo hospedeiro, respectivamente. A progênie de T. diatraeae foi de 354,00 ± 41,09 e 151,56 ± 30,97 por pupa de D. saccharalis e T. molitor, respectivamente. O número de indivíduos de T. diatraeae que não completaram o desenvolvimento foi maior em pupas de D. saccharalis (71,50 ± 19,33). A razão sexual de T. diatraeae em pupas de D. saccharalis e de T. molitor apresentou valores semelhantes (0,94 ± 0,01 e 0,93 ± 0,02), respectivamente. A longevidade de fêmeas e machos de T. diatraeae emergidos de pupas de D. saccharalis e de T. molitor foi de (5,93 ± 0,70 e 7,0 ± 1,53) e de (12,04 ± 0,69 e 8,4 ± 1,19) dias, respectivamente. De maneira geral, as características biológicas de T. diatraeae foram melhores em pupas de D. saccharalis do que em T. molitor. As técnicas desenvolvidas mostraram-se apropriadas para a criação de T. diatraeae em laboratório. Esses conhecimentos poderão aumentar as possibilidades de sucesso desse inimigo natural em programas de controle biológico da broca-da-cana-de-açúcar.The potential for Trichospilus diatraeae Cherian & Margabandhu, 1942 (Hymenoptera: Eulophidae) as biological control agent in Brazil is unknown and, therefore, this research assessed the feasibility of pupae of Tenebrio molitor Linnaeus, 1758 (Coleoptera: Tenebrionidae) as host alternative, to optimize its production in the laboratory for the control of Diatraea saccharalis (Fabricius, 1794) (Lepidoptera: Crambidae). This research was conducted in the laboratory of Entomology of the Federal University of Grande Dourados. Initially, it was evaluated the reproductive performance of T. diatraeae in the host T. molitor by building the table of life and fertility. Host pupae that were individualized with females of the parasitoid in glass tubes. Daily, the pupae were exchanged, until the death of all females. The survival of immatures was 92.65%. The females of the parasitoid had estimated average life of 8.28 ± 1.01 (days), with innate capacity of increase in number of 0.15, net reproductive rate of 37.50; finite rate of increase of 1.16; average time between generations of 23.67 days and time of doubling the population of 4.52 weeks. It appears that pupae of T. molitor are suitable for the development of T. diatraeae. It was subsequently assessed the effect of density on the reproductive capacity of T. diatraeae created in pupae of T. molitor. For this, pupae of T. molitor with 24 hours of age were exposed to parasitism of females of T. diatraeae with 48 hours of age, for 72 hours in host-parasitoid relationships 1:1, 1:7, 1:14, 1:21, 1:28 and 1:32, respectively, with 12 repetitions for each treatment. There are percentages of parasitism of 33.33 and 83.33% for the densities of 1:1 and 14:1, respectively and 100% for the other. The emergence of individuals of T. diatraeae in pupae of T. molitor was 75% in the density of 1:1 and 100% at densities of 21:1, 28:1, 32:1. The cycle length of T. diatraeae ranged from 21.00 ± 2.22 to 24.00 ± 2.00 days for the densities of 32:1 and 1:1, respectively. The progeny of T. diatraeae by pupa of T. molitor was higher in density of 21:1 with an average of 246.50 ± 50.18. The sex ratio decreased with increasing densities of T. diatraeae, ranging from 0.82 ± 0.06 and 0.97 ± 0.01. The proportion of 21 females of T. diatraeae by pupa of T. molitor can be considered more appropriate for the establishment of the parasitoid, due to higher production of offspring in less development time. Then evaluated the reproductive performance of T. diatraeae pupae in the natural host D. saccharalis and alternative T. molitor. Pupae of hosts with 24 hours of age were exposed to parasitism for 72 hours for females of T. diatraeae of 48 hours of age. The duration of the life cycle of T. diatraeae was 20.00 ± 0.00 and 22.89 ± 0.35 days for pupae of D. saccharalis and T. molitor, respectively, with 100 and 80% parasitism and 40 emergency and 75% of this parasitoid on the first and second host, respectively. The progeny of T. diatraeae was 354.00 ± 41.09 and 151.56 ± 30.97 per pupa of D. saccharalis and T. molitor, respectively. The number of individuals of T. diatraeae not completed the development was higher in pupae of D. saccharalis (71.50 ± 19.33). The sex ratio of T. diatraeae in pupae of D. saccharalis and T. molitor showed similar values (0.94 ± 0.01 and 0.93 ± 0.02), respectively. The longevity of females and males of T. diatraeae emerged from pupae of D. saccharalis and T. molitor was (5.93 ± 0.70 and 7.0 ± 1.53) and (12.04 ± 0.69 and 8.4 ± 1.19) days, respectively. In general, the biological characteristics of T. diatraeae were better in pupae of D. saccharalis than T. molitor. The techniques developed have proved suitable for the establishment of T. diatraeae in the laboratory. This knowledge may increase the chances of success of natural enemies in biological control programs for the drilling of sugar cane.Submitted by Repositorio Institucional (repositorio@ufgd.edu.br) on 2018-10-23T18:00:38Z No. of bitstreams: 1 KellenFavero.pdf: 1080845 bytes, checksum: f0dcb9117326e947bb696118627e33b8 (MD5)Made available in DSpace on 2018-10-23T18:00:38Z (GMT). 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description O potencial de Trichospilus diatraeae Cherian & Margabandhu, 1942 (Hymenoptera: Eulophidae) como agente de controle biológico no Brasil é pouco conhecido e, por isso, esta pesquisa avaliou a viabilidade de pupas de Tenebrio molitor Linnaeus, 1758 (Coleoptera: Tenebrionidae) como hospedeiro alternativo, visando otimizar sua produção em laboratório para o controle de Diatraea saccharalis (Fabricius, 1794) (Lepidoptera: Crambidae). Esta pesquisa foi conduzida no laboratório de Entomologia da Universidade Federal da Grande Dourados. Inicialmente, foi avaliado o desempenho reprodutivo de T. diatraeae no hospedeiro T. molitor através da construção de tabela de vida e fertilidade. Pupas desse hospedeiro foram individualizadas com fêmeas do parasitóide em tubos de vidro. Diariamente, as pupas foram trocadas, até a morte de todas as fêmeas. A sobrevivência dos imaturos foi de 92,65%. As fêmeas do parasitóide apresentaram longevidade média estimada de 8,28 ± 1,01 (dias), com capacidade inata de aumentar em número de 0,15; taxa líquida de reprodução de 37,50; razão finita de aumento de 1,16; tempo médio entre as gerações de 23,67 dias e tempo de duplicação da população de 4,52 semanas. Constata-se que pupas de T. molitor são adequadas para o desenvolvimento de T. diatraeae. Posteriormente, foi avaliado o efeito da densidade na capacidade reprodutiva de T. diatraeae criado em pupas de T. molitor. Para isso, pupas de T. molitor com 24 horas de idade foram expostas ao parasitismo de fêmeas de T. diatraeae com 48 horas de idade, por 72 horas nas relações hospedeiro-parasitóide 1:1, 1:7, 1:14, 1:21, 1:28 e 1:32, respectivamente, com 12 repetições para cada tratamento. Observou-se porcentagens de parasitismo de 33,33 e 83,33% para as densidades de 1:1 e 14:1, respectivamente e de 100% para as demais. A emergência de indivíduos de T. diatraeae em pupas de T. molitor foi de 75% na densidade de 1:1 e de 100% nas densidades de 21:1, 28:1, 32:1. A duração do ciclo de T. diatraeae variou de 21,00 ± 2,22 a 24,00 ± 2,00 dias, para as densidades de 32:1 e 1:1, respectivamente. A progênie de T. diatraeae por pupa de T. molitor foi maior na densidade de 21:1 com média de 246,50 ± 50,18. A razão sexual decresceu com o aumento das densidades de T. diatraeae, variando entre 0,82 ± 0,06 e 0,97 ± 0,01. A proporção de 21 fêmeas de T. diatraeae por pupa de T. molitor pode ser considerada a mais adequada para a criação desse parasitóide, devido a maior produção de descendentes em menor tempo de desenvolvimento. Em seguida avaliou-se o desempenho reprodutivo de T. diatraeae em pupas do hospedeiro natural D. saccharalis e alternativo T. molitor. Pupas desses hospedeiros com 24 horas de idade foram expostas ao parasitismo durante 72 horas por fêmeas de T. diatraeae de 48 horas de idade. A duração do ciclo de vida de T. diatraeae foi de 20,00 ± 0,00 e 22,89 ± 0,35 dias em pupas de D. saccharalis e T. molitor, respectivamente, com 100 e 80% de parasitismo e 40 e 75% de emergência desse parasitóide sobre o primeiro e segundo hospedeiro, respectivamente. A progênie de T. diatraeae foi de 354,00 ± 41,09 e 151,56 ± 30,97 por pupa de D. saccharalis e T. molitor, respectivamente. O número de indivíduos de T. diatraeae que não completaram o desenvolvimento foi maior em pupas de D. saccharalis (71,50 ± 19,33). A razão sexual de T. diatraeae em pupas de D. saccharalis e de T. molitor apresentou valores semelhantes (0,94 ± 0,01 e 0,93 ± 0,02), respectivamente. A longevidade de fêmeas e machos de T. diatraeae emergidos de pupas de D. saccharalis e de T. molitor foi de (5,93 ± 0,70 e 7,0 ± 1,53) e de (12,04 ± 0,69 e 8,4 ± 1,19) dias, respectivamente. De maneira geral, as características biológicas de T. diatraeae foram melhores em pupas de D. saccharalis do que em T. molitor. As técnicas desenvolvidas mostraram-se apropriadas para a criação de T. diatraeae em laboratório. Esses conhecimentos poderão aumentar as possibilidades de sucesso desse inimigo natural em programas de controle biológico da broca-da-cana-de-açúcar.
publishDate 2009
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