Discursos e realidades do agronegócio: do PRODECER no cerrado brasileiro ao ProSAVANA no corredor de nacala em Moçambique

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Catsossa, Lucas Atanásio
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFGD
Texto Completo: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/1245
Resumo: Este trabalho, centrou-se nos aspectos considerados mais sensíveis sob ponto de vista social e ambiental, que são na sua maioria ignorados pelos executores do programa, sobretudo, quando confrontados pelas organizações da sociedade civil e certas pesquisas científicas. Essa análise, é sustentada tendo como base das contradições geradas pelo seu “homólogo” no cerrado brasileiro, o PRODECER. Os resultados evidenciam que dentro do programa ProSAVANA, há muitas ambiguidades e contradições discursivas, pois observa-se uma mudança repentina e sucessiva de discursos. Este fato, aliado a generalizada falta de transparência e clareza sobre as reais motivações da sua territorialização no Corredor de Nacala, cria dúvidas se o ProSAVANA, é na verdade um programa inclusivo como os documentos oficiais, sobretudo, o Plano Diretor versão zero, deixa transparecer. O trabalho constata ainda que o ProSAVANA, é mais um negócio agrícola que uma verdadeira “alavanca” para a promoção do desenvolvimento, pois ele espelha mais interesses da elite, ou seja, de frações da classe dominante dos três países envolvidos, do que os das comunidades afetadas. Isto se justifica pela forma como o programa foi concebido sem, no entanto, ouvir antes o parecer das comunidades locais e, por estes últimos serem impostos um modelo de produção para seguirem. A dúvida aumenta ainda por ter se verificado, logo após o início das atividades do ProSAVANA, ameças, intimidações e exclusão das organizações da sociedade civil, associações de camponeses e os próprios camponeses no processo de tomada de decisões, ações praticadas pelos seus executores. O trabalho constata também que, além de mitos, o ProSAVANA apresenta vários riscos, com consequências territoriais graves. Sob ponto de vista social os mitos do ProSAVANA, são vários, podemos destacar, o fato de alegar-se ser ele a solução da fome, da miséria, ser uma fonte tanto de geração de muitos postos de trabalho, como também de renda para às famílias afetadas no Corredor de Nacala. Partindo do pressuposto de que a territorialização do capital implica, ao mesmo na desterritorialização das práticas preexistentes, o risco da destruição do campesinato e dos sujeitos que o praticam no Corredor de Nacala, é maior. Sob ponto de vista territorial, as consequências são enormes, e começam com a sua apropriação (porque recortado ele já está) e depois a sua especialização para a produção de commodities, visando atender o mercado global. A apropriação deste território pelo capital, pode levar a ocorrência de vários conflitos relacionados com o uso e aproveitamento dos recursos naturais. Tendo em conta que a maior parte das famílias do Corredor de Nacala depende, não só da terra para a sua sobrevivência, mas também usam a floresta, a fauna, os rios para obterem outras fontes de renda, o risco é maior para a eclosão de conflitos relacionados com o uso e aproveitamento destes. Mesmo que os seus executores apontem os PRAI (Princípios de Investimentos Agrícola Responsável) como via para evitar os conflitos, os mesmos não são eficazes na vertente protecionista, tanto para os camponeses, como para com o meio ambiente. Os impactos socioambientais, são inevitavéis neste modelo de produção proposto para o desenvolvimento agrário do Corredor de Nacala, tais como a marginalização dos camponeses no processo produtivo e também a destruição da natureza. A agricultura sob contrato, que é vista pelos seus executores como uma estratégia para promover os tais win-win (ganhos mútuos), também é uma falácia, pois além de simbolizar a entrada indireta do agronegócio nos territórios camponeses, é uma via oculta para empreender a barbárie, isto é, explorar e expropriar o produtor que se integra ao seu modelo de produção e por cima em seu próprio território.
id UFGD-2_3b02a1adbc5857c2037e21cd68c1868c
oai_identifier_str oai:https://repositorio.ufgd.edu.br/jspui:prefix/1245
network_acronym_str UFGD-2
network_name_str Repositório Institucional da UFGD
repository_id_str 2116
spelling Moretti, Edvaldo Cesarhttp://lattes.cnpq.br/5366579116704716Fabrini, João Edmilsonhttp://lattes.cnpq.br/4467547391168593Farias, Marisa de Fátima Lomba dehttp://lattes.cnpq.br/2092414039602121http://lattes.cnpq.br/1986094447915292Catsossa, Lucas Atanásio2019-07-09T18:35:31Z2019-07-09T18:35:31Z2017-03-02CATSOSSA, Lucas Atanásio. Discursos e realidades do agronegócio: do PRODECER no cerrado brasileiro ao ProSAVANA no corredor de nacala em Moçambique. 2017. 295 f. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Faculdades de Ciências Humanas, Universidade Federal da Grande Dourados, Dourados, 2017.http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/1245Este trabalho, centrou-se nos aspectos considerados mais sensíveis sob ponto de vista social e ambiental, que são na sua maioria ignorados pelos executores do programa, sobretudo, quando confrontados pelas organizações da sociedade civil e certas pesquisas científicas. Essa análise, é sustentada tendo como base das contradições geradas pelo seu “homólogo” no cerrado brasileiro, o PRODECER. Os resultados evidenciam que dentro do programa ProSAVANA, há muitas ambiguidades e contradições discursivas, pois observa-se uma mudança repentina e sucessiva de discursos. Este fato, aliado a generalizada falta de transparência e clareza sobre as reais motivações da sua territorialização no Corredor de Nacala, cria dúvidas se o ProSAVANA, é na verdade um programa inclusivo como os documentos oficiais, sobretudo, o Plano Diretor versão zero, deixa transparecer. O trabalho constata ainda que o ProSAVANA, é mais um negócio agrícola que uma verdadeira “alavanca” para a promoção do desenvolvimento, pois ele espelha mais interesses da elite, ou seja, de frações da classe dominante dos três países envolvidos, do que os das comunidades afetadas. Isto se justifica pela forma como o programa foi concebido sem, no entanto, ouvir antes o parecer das comunidades locais e, por estes últimos serem impostos um modelo de produção para seguirem. A dúvida aumenta ainda por ter se verificado, logo após o início das atividades do ProSAVANA, ameças, intimidações e exclusão das organizações da sociedade civil, associações de camponeses e os próprios camponeses no processo de tomada de decisões, ações praticadas pelos seus executores. O trabalho constata também que, além de mitos, o ProSAVANA apresenta vários riscos, com consequências territoriais graves. Sob ponto de vista social os mitos do ProSAVANA, são vários, podemos destacar, o fato de alegar-se ser ele a solução da fome, da miséria, ser uma fonte tanto de geração de muitos postos de trabalho, como também de renda para às famílias afetadas no Corredor de Nacala. Partindo do pressuposto de que a territorialização do capital implica, ao mesmo na desterritorialização das práticas preexistentes, o risco da destruição do campesinato e dos sujeitos que o praticam no Corredor de Nacala, é maior. Sob ponto de vista territorial, as consequências são enormes, e começam com a sua apropriação (porque recortado ele já está) e depois a sua especialização para a produção de commodities, visando atender o mercado global. A apropriação deste território pelo capital, pode levar a ocorrência de vários conflitos relacionados com o uso e aproveitamento dos recursos naturais. Tendo em conta que a maior parte das famílias do Corredor de Nacala depende, não só da terra para a sua sobrevivência, mas também usam a floresta, a fauna, os rios para obterem outras fontes de renda, o risco é maior para a eclosão de conflitos relacionados com o uso e aproveitamento destes. Mesmo que os seus executores apontem os PRAI (Princípios de Investimentos Agrícola Responsável) como via para evitar os conflitos, os mesmos não são eficazes na vertente protecionista, tanto para os camponeses, como para com o meio ambiente. Os impactos socioambientais, são inevitavéis neste modelo de produção proposto para o desenvolvimento agrário do Corredor de Nacala, tais como a marginalização dos camponeses no processo produtivo e também a destruição da natureza. A agricultura sob contrato, que é vista pelos seus executores como uma estratégia para promover os tais win-win (ganhos mútuos), também é uma falácia, pois além de simbolizar a entrada indireta do agronegócio nos territórios camponeses, é uma via oculta para empreender a barbárie, isto é, explorar e expropriar o produtor que se integra ao seu modelo de produção e por cima em seu próprio território.This work presented here has focused on the social and environmental aspects of ProSAVANA which are considered most sensitive and are mostly ignored by its executors once confronted with civil society organizations and certain scientific researches.The analisis is sustained through the contradictions managed by its “counterpart” in the Brasilian cerrado – PRODECER. The results leave clear evidences that there are many ambiguities and discursive contradictions within ProSAVANA since there are abrupt and successive discourses. This fact coupled with the general lack of transparency and clarity about the real motivations of its territorialization in the Nacala corridor leaves doubts on the ProSAVANA whether it being or not an inclusive program as argued by the official documents as the Master Plan on its “zero version”. It has been found out that ProSAVANA is as much an agricultural business rather than a true “lever” for promotion of development since it reflects much elite interests, that is, the interests of the bourgeoisie of the three countries involved than their communities. These findings are justified by the way in which the program has been conceived in which there was no space to allow local communities express their willings and opinions being then imposed the production mdel to follow. The doubts on the ProSAVANA as an inclusive program arise and get stronger when there has been observed situations of threats, intimidations and exclusion of civil society organizations, peasant associations and peasant themselves in the decision-making process perpertrated by its executer. It has been noted also that in addition to myth ProSAVANA presents several risks with serious territorial consequences. From a social point of view the myth of ProSAVANA are many including the solution to hunger and poverty, to be a source of both income and income generation for the affected families in the Nacala orridor. Assuming that the territorialization of capital does imply the deterritorialization of preexisting practices, the risk of the distruction of peasantry and those ones who practice it in the Nacala corridor is greater. From a territorial stand point the consequences are enormous which begins with its appropriation (for it is already cut) and then its specialization for production of commodities to serve the global market after which the territorial sovereignty shall be lost. Appropriation of territory by capital may lead to occurrence of several conflicts related to land use and natural resources as a whole. Given that most Nacala Corridor families rely not only on land for their survival but also use forests, wildlife, and rivers to obtain other income resources the risk of social convulsions is higher if these relations are broken. Even though its executers point out the PRAI (Best Agrarian Investment Practices) as a way to avoid conflicts they are not effective on the protectionism side for both peasants and the environment. The socio-environmental impacts are inevitable in this proposed production model for the agrarian development of the Nacala Corridor, such as the marginalization of peasants in the production process, as well as forest destruction and environmental degradation. Under contract agriculture that is seen by its executors as a strategy to promote such win-win (mutual gain) is also a farce, as it symbolizes the indirect entry of agribusiness into the peasant territories, it is a hidden way to undertake barbarism, that is to say, to exploit and expropriate the producer who is integrated with his scheme of production and above in his own territory.Submitted by Alison Souza (alisonsouza@ufgd.edu.br) on 2019-07-09T18:35:31Z No. of bitstreams: 1 LucasAtanasioCatsossa.pdf: 4621168 bytes, checksum: 355a56a0f784d8beb888d204839e22a0 (MD5)Made available in DSpace on 2019-07-09T18:35:31Z (GMT). No. of bitstreams: 1 LucasAtanasioCatsossa.pdf: 4621168 bytes, checksum: 355a56a0f784d8beb888d204839e22a0 (MD5) Previous issue date: 2017-03-02Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq)porUniversidade Federal da Grande DouradosPrograma de pós-graduação em GeografiaUFGDBrasilFaculdade de Ciências HumanasCNPQ::CIENCIAS HUMANAS::GEOGRAFIA::GEOGRAFIA REGIONALAgronegócioCampesinoProSAVANAPRODECERAgribusinessPeasantsDiscursos e realidades do agronegócio: do PRODECER no cerrado brasileiro ao ProSAVANA no corredor de nacala em Moçambiqueinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFGDinstname:Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)instacron:UFGDTEXTLucasAtanasioCatsossa.pdf.txtLucasAtanasioCatsossa.pdf.txtExtracted texttext/plain830254https://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/bitstream/prefix/1245/3/LucasAtanasioCatsossa.pdf.txt6c1211af4abe5eeea492795f48596875MD53LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81866https://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/bitstream/prefix/1245/2/license.txt43cd690d6a359e86c1fe3d5b7cba0c9bMD52ORIGINALLucasAtanasioCatsossa.pdfLucasAtanasioCatsossa.pdfapplication/pdf4621168https://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/bitstream/prefix/1245/1/LucasAtanasioCatsossa.pdf355a56a0f784d8beb888d204839e22a0MD51prefix/12452023-09-14 01:36:14.264oai:https://repositorio.ufgd.edu.br/jspui:prefix/1245TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEKCkNvbSBhIGFwcmVzZW50YcOnw6NvIGRlc3RhIGxpY2Vuw6dhLCB2b2PDqiAobyBhdXRvciAoZXMpIG91IG8gdGl0dWxhciBkb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IpIGNvbmNlZGUgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIApJbnN0aXR1Y2lvbmFsIG8gZGlyZWl0byBuw6NvLWV4Y2x1c2l2byBkZSByZXByb2R1emlyLCAgdHJhZHV6aXIgKGNvbmZvcm1lIGRlZmluaWRvIGFiYWl4byksIGUvb3UgZGlzdHJpYnVpciBhIApzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIApmb3JtYXRvcyDDoXVkaW8gb3UgdsOtZGVvLgoKVm9jw6ogY29uY29yZGEgcXVlIG8gRGVwb3NpdGEgcG9kZSwgc2VtIGFsdGVyYXIgbyBjb250ZcO6ZG8sIHRyYW5zcG9yIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBwYXJhIHF1YWxxdWVyIG1laW8gb3UgZm9ybWF0byAKcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIERlcG9zaXRhIHBvZGUgbWFudGVyIG1haXMgZGUgdW1hIGPDs3BpYSBkZSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIHBhcmEgZmlucyBkZSBzZWd1cmFuw6dhLCBiYWNrLXVwIAplIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gw6kgb3JpZ2luYWwgZSBxdWUgdm9jw6ogdGVtIG8gcG9kZXIgZGUgY29uY2VkZXIgb3MgZGlyZWl0b3MgY29udGlkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EuIApWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgCmRlIG5pbmd1w6ltLgoKQ2FzbyBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gY29udGVuaGEgbWF0ZXJpYWwgcXVlIHZvY8OqIG7Do28gcG9zc3VpIGEgdGl0dWxhcmlkYWRlIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcywgdm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgCm9idGV2ZSBhIHBlcm1pc3PDo28gaXJyZXN0cml0YSBkbyBkZXRlbnRvciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgcGFyYSBjb25jZWRlciBhbyBEZXBvc2l0YSBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgCm5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLCBlIHF1ZSBlc3NlIG1hdGVyaWFsIGRlIHByb3ByaWVkYWRlIGRlIHRlcmNlaXJvcyBlc3TDoSBjbGFyYW1lbnRlIGlkZW50aWZpY2FkbyBlIHJlY29uaGVjaWRvIG5vIHRleHRvIApvdSBubyBjb250ZcO6ZG8gZGEgcHVibGljYcOnw6NvIG9yYSBkZXBvc2l0YWRhLgoKQ0FTTyBBIFBVQkxJQ0HDh8ODTyBPUkEgREVQT1NJVEFEQSBURU5IQSBTSURPIFJFU1VMVEFETyBERSBVTSBQQVRST0PDjU5JTyBPVSBBUE9JTyBERSBVTUEgQUfDik5DSUEgREUgRk9NRU5UTyBPVSBPVVRSTyAKT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgCkVYSUdJREFTIFBPUiBDT05UUkFUTyBPVSBBQ09SRE8uCgpPIERlcG9zaXRhIHNlIGNvbXByb21ldGUgYSBpZGVudGlmaWNhciBjbGFyYW1lbnRlIG8gc2V1IG5vbWUgKHMpIG91IG8ocykgbm9tZShzKSBkbyhzKSBkZXRlbnRvcihlcykgZG9zIGRpcmVpdG9zIAphdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufgd.edu.br/jspui:8080/oai/requestopendoar:21162023-09-14T05:36:14Repositório Institucional da UFGD - Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Discursos e realidades do agronegócio: do PRODECER no cerrado brasileiro ao ProSAVANA no corredor de nacala em Moçambique
title Discursos e realidades do agronegócio: do PRODECER no cerrado brasileiro ao ProSAVANA no corredor de nacala em Moçambique
spellingShingle Discursos e realidades do agronegócio: do PRODECER no cerrado brasileiro ao ProSAVANA no corredor de nacala em Moçambique
Catsossa, Lucas Atanásio
CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::GEOGRAFIA::GEOGRAFIA REGIONAL
Agronegócio
Campesino
ProSAVANA
PRODECER
Agribusiness
Peasants
title_short Discursos e realidades do agronegócio: do PRODECER no cerrado brasileiro ao ProSAVANA no corredor de nacala em Moçambique
title_full Discursos e realidades do agronegócio: do PRODECER no cerrado brasileiro ao ProSAVANA no corredor de nacala em Moçambique
title_fullStr Discursos e realidades do agronegócio: do PRODECER no cerrado brasileiro ao ProSAVANA no corredor de nacala em Moçambique
title_full_unstemmed Discursos e realidades do agronegócio: do PRODECER no cerrado brasileiro ao ProSAVANA no corredor de nacala em Moçambique
title_sort Discursos e realidades do agronegócio: do PRODECER no cerrado brasileiro ao ProSAVANA no corredor de nacala em Moçambique
author Catsossa, Lucas Atanásio
author_facet Catsossa, Lucas Atanásio
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Moretti, Edvaldo Cesar
dc.contributor.advisor1Lattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/5366579116704716
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Fabrini, João Edmilson
dc.contributor.referee1Lattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/4467547391168593
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Farias, Marisa de Fátima Lomba de
dc.contributor.referee2Lattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/2092414039602121
dc.contributor.authorLattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/1986094447915292
dc.contributor.author.fl_str_mv Catsossa, Lucas Atanásio
contributor_str_mv Moretti, Edvaldo Cesar
Fabrini, João Edmilson
Farias, Marisa de Fátima Lomba de
dc.subject.cnpq.fl_str_mv CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::GEOGRAFIA::GEOGRAFIA REGIONAL
topic CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::GEOGRAFIA::GEOGRAFIA REGIONAL
Agronegócio
Campesino
ProSAVANA
PRODECER
Agribusiness
Peasants
dc.subject.por.fl_str_mv Agronegócio
Campesino
ProSAVANA
PRODECER
dc.subject.eng.fl_str_mv Agribusiness
Peasants
description Este trabalho, centrou-se nos aspectos considerados mais sensíveis sob ponto de vista social e ambiental, que são na sua maioria ignorados pelos executores do programa, sobretudo, quando confrontados pelas organizações da sociedade civil e certas pesquisas científicas. Essa análise, é sustentada tendo como base das contradições geradas pelo seu “homólogo” no cerrado brasileiro, o PRODECER. Os resultados evidenciam que dentro do programa ProSAVANA, há muitas ambiguidades e contradições discursivas, pois observa-se uma mudança repentina e sucessiva de discursos. Este fato, aliado a generalizada falta de transparência e clareza sobre as reais motivações da sua territorialização no Corredor de Nacala, cria dúvidas se o ProSAVANA, é na verdade um programa inclusivo como os documentos oficiais, sobretudo, o Plano Diretor versão zero, deixa transparecer. O trabalho constata ainda que o ProSAVANA, é mais um negócio agrícola que uma verdadeira “alavanca” para a promoção do desenvolvimento, pois ele espelha mais interesses da elite, ou seja, de frações da classe dominante dos três países envolvidos, do que os das comunidades afetadas. Isto se justifica pela forma como o programa foi concebido sem, no entanto, ouvir antes o parecer das comunidades locais e, por estes últimos serem impostos um modelo de produção para seguirem. A dúvida aumenta ainda por ter se verificado, logo após o início das atividades do ProSAVANA, ameças, intimidações e exclusão das organizações da sociedade civil, associações de camponeses e os próprios camponeses no processo de tomada de decisões, ações praticadas pelos seus executores. O trabalho constata também que, além de mitos, o ProSAVANA apresenta vários riscos, com consequências territoriais graves. Sob ponto de vista social os mitos do ProSAVANA, são vários, podemos destacar, o fato de alegar-se ser ele a solução da fome, da miséria, ser uma fonte tanto de geração de muitos postos de trabalho, como também de renda para às famílias afetadas no Corredor de Nacala. Partindo do pressuposto de que a territorialização do capital implica, ao mesmo na desterritorialização das práticas preexistentes, o risco da destruição do campesinato e dos sujeitos que o praticam no Corredor de Nacala, é maior. Sob ponto de vista territorial, as consequências são enormes, e começam com a sua apropriação (porque recortado ele já está) e depois a sua especialização para a produção de commodities, visando atender o mercado global. A apropriação deste território pelo capital, pode levar a ocorrência de vários conflitos relacionados com o uso e aproveitamento dos recursos naturais. Tendo em conta que a maior parte das famílias do Corredor de Nacala depende, não só da terra para a sua sobrevivência, mas também usam a floresta, a fauna, os rios para obterem outras fontes de renda, o risco é maior para a eclosão de conflitos relacionados com o uso e aproveitamento destes. Mesmo que os seus executores apontem os PRAI (Princípios de Investimentos Agrícola Responsável) como via para evitar os conflitos, os mesmos não são eficazes na vertente protecionista, tanto para os camponeses, como para com o meio ambiente. Os impactos socioambientais, são inevitavéis neste modelo de produção proposto para o desenvolvimento agrário do Corredor de Nacala, tais como a marginalização dos camponeses no processo produtivo e também a destruição da natureza. A agricultura sob contrato, que é vista pelos seus executores como uma estratégia para promover os tais win-win (ganhos mútuos), também é uma falácia, pois além de simbolizar a entrada indireta do agronegócio nos territórios camponeses, é uma via oculta para empreender a barbárie, isto é, explorar e expropriar o produtor que se integra ao seu modelo de produção e por cima em seu próprio território.
publishDate 2017
dc.date.issued.fl_str_mv 2017-03-02
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2019-07-09T18:35:31Z
dc.date.available.fl_str_mv 2019-07-09T18:35:31Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.citation.fl_str_mv CATSOSSA, Lucas Atanásio. Discursos e realidades do agronegócio: do PRODECER no cerrado brasileiro ao ProSAVANA no corredor de nacala em Moçambique. 2017. 295 f. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Faculdades de Ciências Humanas, Universidade Federal da Grande Dourados, Dourados, 2017.
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/1245
identifier_str_mv CATSOSSA, Lucas Atanásio. Discursos e realidades do agronegócio: do PRODECER no cerrado brasileiro ao ProSAVANA no corredor de nacala em Moçambique. 2017. 295 f. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Faculdades de Ciências Humanas, Universidade Federal da Grande Dourados, Dourados, 2017.
url http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/1245
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal da Grande Dourados
dc.publisher.program.fl_str_mv Programa de pós-graduação em Geografia
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFGD
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
dc.publisher.department.fl_str_mv Faculdade de Ciências Humanas
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal da Grande Dourados
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFGD
instname:Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)
instacron:UFGD
instname_str Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)
instacron_str UFGD
institution UFGD
reponame_str Repositório Institucional da UFGD
collection Repositório Institucional da UFGD
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/bitstream/prefix/1245/3/LucasAtanasioCatsossa.pdf.txt
https://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/bitstream/prefix/1245/2/license.txt
https://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/bitstream/prefix/1245/1/LucasAtanasioCatsossa.pdf
bitstream.checksum.fl_str_mv 6c1211af4abe5eeea492795f48596875
43cd690d6a359e86c1fe3d5b7cba0c9b
355a56a0f784d8beb888d204839e22a0
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFGD - Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1823225139714588672