Efeitos da Punica granatum L. (romã) na saúde cardiovascular e cardiorrespiratória de indivíduos saudáveis praticantes de exercício físico aeróbico: revisão sistemática de estudos controlados aleatorizados e não aleatorizados

• Autor(a) principal: Pereira, Tiago Teixeira
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFGD
• Texto Completo: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/4940
• topic: CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS::FARMACOLOGIA; Compostos fitoquímicos; Exercício físico; Doenças cardiovasculares; Phytochemicals; Exercise; Cardiovascular diseases

Introdução: Punica granatum L. (PG) foi investigada em praticantes de diversos tipos de exercícios devido ao conteúdo polifenólico com alta capacidade antioxidante, promovendo a melhora da aptidão aeróbica e sugerindo efeitos ergogênicos no desempenho. Objetivo: Investigar os efeitos do consumo de PG na saúde cardiovascular e cardiorrespiratória de adultos saudáveis praticantes do exercício físico aeróbico. Métodos: Uma revisão sistemática de ensaios clínicos controlados, aleatorizados ou não, foi realizada em cinco bases de dados (Cochrane (Central), PubMed, Scopus, SPORTDiscus, Web of Science) e em busca manual de estudos até 10 de maio de 2020. Foram incluídos os estudos que os indivíduos tinham a partir de 18 anos, receberam intervenção suco ou cápsula de romã (polpa) e realizaram teste de exercício aeróbico. Foram excluídos os estudos em que a população apresentava patologia de qualquer natureza, sedentários, receberam intervenção de outras partes do fruto que não a poupa e, atendiam os critérios de inclusão, mas tiveram outros desfechos investigados. Os desfechos primários englobaram o consumo de oxigênio (O2); consumo máximo de oxigênio (VO2max), pressão arterial (PA) e frequência cardíaca (FC). Não houve restrições de idioma ou data. As evidências foram sintetizadas por meio de diferença de média. O risco de viés foi avaliado pelas ferramentas ROB 2 e ROBINS-I. Esta revisão sistemática foi registrada na plataforma PROSPERO – CRD42020173612. Resultados: De 10.094 registros, 5 cumpriram os critérios de elegibilidade. A amostra total resultou em 73 participantes (59 homens e 14 mulheres) com idade média entre 17,5 e 37 (27,25 ± 11) anos, a maioria sendo ciclistas amadores ou de elite. A PG foi administrada via oral em cápsula ou suco, em doses que, respectivamente, variaram entre 750 a 1350mg e 20 a 1000 mL, e o protocolo de exercício variou entre teste progressivo (até 100% do VO2max) e blocos de sprints repetidos de 5 a 6 segundos. Somente o VO2 (três intervenções, 46 participantes) teve resultado significativo, e em apenas um estudo (-2.1 mL·min−1 ·kg−1 , IC = 95% [-2.8 -0.23]; p < 0.04). Discussão: Os estudos tinham alto risco de viés e pequeno tamanho amostral, além do tempo de tratamento apresentar caráter agudo, fatores que provavelmente contribuíram para a não ocorrência de resultados significativos. Conclusão: Não houve efeitos significativos para melhora de desfechos cardiovasculares e cardiorrespiratório em adultos saudáveis praticantes do exercício aeróbico suplementados com extrato de PG. As evidências clínicas até o momento são insuficientes e futuros estudos com desenhos mais robustos, baixo risco de viés e maior tamanho amostral são necessários para esclarecer o papel da PG como recurso ergogênico em praticantes de exercício físico aeróbico.