Depois de agosto, antes do fim: a AIDS como discurso autoficcional na obra de Caio Fernando Abreu

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ozório, Letícia
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFGD
Texto Completo: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/2306
Resumo: Na década de 1980, a descoberta do vírus HIV e a consequente epidemia de AIDS causaram grande espanto na população mundial. A falta de amparo científico sobre o assunto resultou na disseminação de um discurso preconceituoso que associava o vírus à homossexualidade a ponto de a AIDS ficar conhecida como “peste gay”, estigma que mais tarde foi ampliado às outras camadas marginalizadas da sociedade, implicando, assim, em um alto nível de discriminação, agravado pela veiculação de informações tendenciosas e pela exploração romanesca sobre o assunto feita pela mídia. Todo esse cenário fez com que a literatura brasileira daquela época se manifestasse de forma um tanto retraída, principalmente quando se tratava dos gêneros autobiográficos. Porém, nadando contra essa corrente, surge o escritor gaúcho Caio Fernando Abreu, com textos de diversos gêneros (romances, contos, crônicas, cartas, etc.), mas de caráter predominantemente intimista, que retratavam a doença de forma emocional e chocante, conquistando muitos leitores e marcando a literatura brasileira dessa época. Tendo o próprio autor vivido a experiência da AIDS na condição de soropositivo, o presente trabalho tem como objetivo investigar as intersecções entre o real e o ficcional, passíveis de serem identificadas em várias esferas textuais experimentadas por Caio Fernando Abreu, e assim reconhecer tais narrativas como autoficções. Para este fim, privilegiamos a análise do conto “Depois de agosto”, publicado em Ovelhas negras (2011); de crônicas publicadas em Pequenas epifanias (2012); além de correspondências reunidas em Caio Fernando Abreu: Cartas (2002). Considerando a autoficção como um termo cunhado por Serge Doubrovsky (1977) a partir da teoria de Philippe Lejeune (1975), cujo conceito ainda se encontra em fase de desenvolvimento, o alicerce teórico aqui utilizado é composto, além destes mencionados acima, por críticos franceses que se engajam em delinear a autoficção, como Colonna (2014), Vilain (2014) e Gasparini (2014).
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A falta de amparo científico sobre o assunto resultou na disseminação de um discurso preconceituoso que associava o vírus à homossexualidade a ponto de a AIDS ficar conhecida como “peste gay”, estigma que mais tarde foi ampliado às outras camadas marginalizadas da sociedade, implicando, assim, em um alto nível de discriminação, agravado pela veiculação de informações tendenciosas e pela exploração romanesca sobre o assunto feita pela mídia. Todo esse cenário fez com que a literatura brasileira daquela época se manifestasse de forma um tanto retraída, principalmente quando se tratava dos gêneros autobiográficos. Porém, nadando contra essa corrente, surge o escritor gaúcho Caio Fernando Abreu, com textos de diversos gêneros (romances, contos, crônicas, cartas, etc.), mas de caráter predominantemente intimista, que retratavam a doença de forma emocional e chocante, conquistando muitos leitores e marcando a literatura brasileira dessa época. Tendo o próprio autor vivido a experiência da AIDS na condição de soropositivo, o presente trabalho tem como objetivo investigar as intersecções entre o real e o ficcional, passíveis de serem identificadas em várias esferas textuais experimentadas por Caio Fernando Abreu, e assim reconhecer tais narrativas como autoficções. Para este fim, privilegiamos a análise do conto “Depois de agosto”, publicado em Ovelhas negras (2011); de crônicas publicadas em Pequenas epifanias (2012); além de correspondências reunidas em Caio Fernando Abreu: Cartas (2002). Considerando a autoficção como um termo cunhado por Serge Doubrovsky (1977) a partir da teoria de Philippe Lejeune (1975), cujo conceito ainda se encontra em fase de desenvolvimento, o alicerce teórico aqui utilizado é composto, além destes mencionados acima, por críticos franceses que se engajam em delinear a autoficção, como Colonna (2014), Vilain (2014) e Gasparini (2014).In the 1980’s, the discovery of HIV virus and the resulting epidemic of AIDS caused a big astonishment in the world population. The lack of scientific basis about the subject resulted in the spread of a prejudiced discourse which associated the virus to the homosexuality that the AIDS has become known as the “gay plague”, a social stigma which was extended to other marginalized layers of population later, therefore implied in a high level of discrimination, exacerbated by the propagation of media tendentious information and the fanciful exploration of the matter. This whole scenery limited the Brazilian Literature, at that time, to shy manifestations, mainly with regard to the autobiographical genres. However, fighting against it, the writer Caio Fernando Abreu emerged with great texts in different genres (novels, short stories, chronicles, letters etc), all of them related to an intimate atmosphere, considering the AIDS in a shocking and emotional way, conquering many readers and highlighting the Brazilian Literature in that period. Considering the fact that the writer himself lived the AIDS experience in a seropositive condition, this work aims at investigating the intersections between the real and the fictional, amenable of being identified in several textual fields used by Caio Fernando Abreu, and, thus, recognize such narratives as self- insertions. For such purpose, we decided to detach the analysis of the short story “Depois de agosto” [“After August”], published in Ovelhas negras [Black sheep] (2011); some chronicles included in Pequenas epifanias [Little epiphanies] (2012); and some letters collected in Caio Fernando Abreu: cartas [Caio Fernando Abreu: letters] (2002). The self- insertion (autofiction in French) is a term proposed by Serge Doubrovsky (1977) from the concepts of Philippe Lejeune’s theory (1975), concepts which are still being developed by French critics like Colonna (2014), Vilain (2014) and Gasparini (2014).Submitted by Alison Souza (alisonsouza@ufgd.edu.br) on 2020-01-23T16:21:19Z No. of bitstreams: 1 LeticiaGoncalvesOzorioSilva.pdf: 971248 bytes, checksum: fe42050a08d045c0cea8327974dbb951 (MD5)Made available in DSpace on 2020-01-23T16:21:19Z (GMT). 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