A Organização produtiva dos Avá-Guarani nos Tekoha dos municípios de Terra Roxa e Guaíra/PR
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Data de Publicação: | 2019 |
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Texto Completo: | http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/1289 |
Resumo: | O processo de retomada dos territórios dos Avá-Guarani nos municípios de Guaíra e Terra Roxa, no Oeste do Paraná, é um tema ainda pouco explorado, mas que tem um grande apelo para a Geografia. Estudamos os fatos históricos, econômicos e sociais que levou a expulsão dos Avá-Guarani de suas terras de ocupação tradicional, destacando-se as suas relações com o agronegócio, assim como sua resistência e sua luta pela retomada da terra da qual foram expulsos no passado. É a terra onde viveram seus ancestrais, que lhes é garantida pela Constituição. A ausência de terra, de um território, para a sua reprodução social, os faz ainda mais dependentes dos programas assistenciais, das relações de consumo e interações desiguais com o agronegócio, dominante na região em estudo, assim como com o Estado. A luta dos Avá-Guarani pela retomada da terra nos municípios de Guaíra e Terra Roxa envolve inúmeros conflitos, um desses sobre o qual se pretende refletir, envolve de um lado, a lógica do modo de produção capitalista, pautada na mercadoria, na propriedade capitalista da terra e na acumulação de riqueza. De outro, a lógica de produção não capitalista dos Avá-Guarani, alicerçada no uso comum das suas terras, tendo como base a sua cultura e espiritualidade. Contudo, o avanço das frentes de ocupação não indígena sobre o território Avá-Guarani trouxe alguns impactos à sua organização produtiva coletiva, uma vez que ocasiona o distanciamento de seus costumes e tradições. Esse distanciamento levou os Avá-Guarani a inserir à sua organização produtiva algumas práticas que não são próprias de sua cultura, como a venda de sua força de trabalho e a transformação dos produtos do seu trabalho em valores de troca não capitalista. Neste sentido, entende-se que os Avá-Guarani produzem mercadorias, mas o seu modo de produção se diferencia dos parâmetros do modo de produção capitalista. Enquanto no capitalismo a produção tem como objetivo principal o lucro, a produção indígena tem como objetivo a sua reprodução física e espiritual. Analisamos o tema através de trabalhos de campo, visitas e entrevistas, abertas e estruturadas, além de pesquisas sobre as determinações governamentais, decisivas para a realidade conflituosa, de longa data e que ainda se apresenta neste momento. |
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Estudamos os fatos históricos, econômicos e sociais que levou a expulsão dos Avá-Guarani de suas terras de ocupação tradicional, destacando-se as suas relações com o agronegócio, assim como sua resistência e sua luta pela retomada da terra da qual foram expulsos no passado. É a terra onde viveram seus ancestrais, que lhes é garantida pela Constituição. A ausência de terra, de um território, para a sua reprodução social, os faz ainda mais dependentes dos programas assistenciais, das relações de consumo e interações desiguais com o agronegócio, dominante na região em estudo, assim como com o Estado. A luta dos Avá-Guarani pela retomada da terra nos municípios de Guaíra e Terra Roxa envolve inúmeros conflitos, um desses sobre o qual se pretende refletir, envolve de um lado, a lógica do modo de produção capitalista, pautada na mercadoria, na propriedade capitalista da terra e na acumulação de riqueza. De outro, a lógica de produção não capitalista dos Avá-Guarani, alicerçada no uso comum das suas terras, tendo como base a sua cultura e espiritualidade. Contudo, o avanço das frentes de ocupação não indígena sobre o território Avá-Guarani trouxe alguns impactos à sua organização produtiva coletiva, uma vez que ocasiona o distanciamento de seus costumes e tradições. Esse distanciamento levou os Avá-Guarani a inserir à sua organização produtiva algumas práticas que não são próprias de sua cultura, como a venda de sua força de trabalho e a transformação dos produtos do seu trabalho em valores de troca não capitalista. Neste sentido, entende-se que os Avá-Guarani produzem mercadorias, mas o seu modo de produção se diferencia dos parâmetros do modo de produção capitalista. Enquanto no capitalismo a produção tem como objetivo principal o lucro, a produção indígena tem como objetivo a sua reprodução física e espiritual. Analisamos o tema através de trabalhos de campo, visitas e entrevistas, abertas e estruturadas, além de pesquisas sobre as determinações governamentais, decisivas para a realidade conflituosa, de longa data e que ainda se apresenta neste momento.The process of resumption of the territories of the Avá-Guarani in the municipalities of Guaíra and Terra Roxa, in the West of Paraná, is a subject still little explored, but that has a great appeal for Geography. This process involves numerous conflicts, one of which is intended to reflect, involves, on the one hand, the logic of capitalist occupation, based on the commodity, capitalist ownership of land and accumulation of wealth. On the other hand, the logic of occupation of the Avá-Guarani, based on the common use of their lands based on culture and spirituality. We study the historical, economic and social facts that forced them to leave their lands of traditional occupation, their relations with agribusiness, as well as their resistance and their struggle for a land that is not "any land." It is the land where their ancestors lived, guaranteed to them by the Constitution. The absence of land, a territory, for their social reproduction, makes them even more dependent on welfare programs, consumer relations and unequal interactions with agribusiness, dominant in the region under study, as well as with the State. The Avá-Guarani develop a productive organization in tekoha camps, in order to guarantee their physical and spiritual reproduction. However, the advance of the fronts of non-indigenous occupation on the Avá-Guarani territory brought some impacts to its collective productive organization, since it causes the distancing of its customs and traditions. The Avá-Guarani began to insert into their productive organization some practices that are not specific to their culture, such as the sale of their work force and the transformation of the products of their work into values of non-capitalist. In this sense, it is understood that the Avá-Guarani produce commodities, but their model of production differs from the parameters of the mode of capitalist production. While in capitalism production aims to profit, indigenous production aims at its physical and spiritual reproduction. We analyze the subject through fieldwork, visits and interviews, open and structured, as well as research on governmental determinations, decisive for the conflictive reality, of a long standing and still present at this moment.Submitted by Alison Souza (alisonsouza@ufgd.edu.br) on 2019-07-15T18:01:44Z No. of bitstreams: 1 TeresaItsumiMasuzaki.pdf: 7313423 bytes, checksum: 6bde3b4073fa9286cd15eb22274c32f4 (MD5)Made available in DSpace on 2019-07-15T18:01:45Z (GMT). No. of bitstreams: 1 TeresaItsumiMasuzaki.pdf: 7313423 bytes, checksum: 6bde3b4073fa9286cd15eb22274c32f4 (MD5) Previous issue date: 2019-04-04Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)porUniversidade Federal da Grande DouradosPrograma de pós-graduação em GeografiaUFGDBrasilFaculdade de Ciências HumanasCNPQ::CIENCIAS HUMANAS::GEOGRAFIAPovos indígenas - Avá-GuaranisPovos indígenas - posse da terraTerritorialidade humanaIndigenous peoples - Avá-GuaranisIndigenous peoples - Land tenureHuman territorialityA Organização produtiva dos Avá-Guarani nos Tekoha dos municípios de Terra Roxa e Guaíra/PRinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFGDinstname:Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)instacron:UFGDTEXTTeresaItsumiMasuzaki.pdf.txtTeresaItsumiMasuzaki.pdf.txtExtracted texttext/plain462214https://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/bitstream/prefix/1289/3/TeresaItsumiMasuzaki.pdf.txt43be23e6c491117edfbb368c4a5066f4MD53LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81866https://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/bitstream/prefix/1289/2/license.txt43cd690d6a359e86c1fe3d5b7cba0c9bMD52ORIGINALTeresaItsumiMasuzaki.pdfTeresaItsumiMasuzaki.pdfapplication/pdf7313423https://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/bitstream/prefix/1289/1/TeresaItsumiMasuzaki.pdf6bde3b4073fa9286cd15eb22274c32f4MD51prefix/12892023-09-14 01:38:41.832oai:https://repositorio.ufgd.edu.br/jspui:prefix/1289TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEKCkNvbSBhIGFwcmVzZW50YcOnw6NvIGRlc3RhIGxpY2Vuw6dhLCB2b2PDqiAobyBhdXRvciAoZXMpIG91IG8gdGl0dWxhciBkb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IpIGNvbmNlZGUgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIApJbnN0aXR1Y2lvbmFsIG8gZGlyZWl0byBuw6NvLWV4Y2x1c2l2byBkZSByZXByb2R1emlyLCAgdHJhZHV6aXIgKGNvbmZvcm1lIGRlZmluaWRvIGFiYWl4byksIGUvb3UgZGlzdHJpYnVpciBhIApzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIApmb3JtYXRvcyDDoXVkaW8gb3UgdsOtZGVvLgoKVm9jw6ogY29uY29yZGEgcXVlIG8gRGVwb3NpdGEgcG9kZSwgc2VtIGFsdGVyYXIgbyBjb250ZcO6ZG8sIHRyYW5zcG9yIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBwYXJhIHF1YWxxdWVyIG1laW8gb3UgZm9ybWF0byAKcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIERlcG9zaXRhIHBvZGUgbWFudGVyIG1haXMgZGUgdW1hIGPDs3BpYSBkZSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIHBhcmEgZmlucyBkZSBzZWd1cmFuw6dhLCBiYWNrLXVwIAplIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gw6kgb3JpZ2luYWwgZSBxdWUgdm9jw6ogdGVtIG8gcG9kZXIgZGUgY29uY2VkZXIgb3MgZGlyZWl0b3MgY29udGlkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EuIApWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgCmRlIG5pbmd1w6ltLgoKQ2FzbyBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gY29udGVuaGEgbWF0ZXJpYWwgcXVlIHZvY8OqIG7Do28gcG9zc3VpIGEgdGl0dWxhcmlkYWRlIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcywgdm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgCm9idGV2ZSBhIHBlcm1pc3PDo28gaXJyZXN0cml0YSBkbyBkZXRlbnRvciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgcGFyYSBjb25jZWRlciBhbyBEZXBvc2l0YSBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgCm5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLCBlIHF1ZSBlc3NlIG1hdGVyaWFsIGRlIHByb3ByaWVkYWRlIGRlIHRlcmNlaXJvcyBlc3TDoSBjbGFyYW1lbnRlIGlkZW50aWZpY2FkbyBlIHJlY29uaGVjaWRvIG5vIHRleHRvIApvdSBubyBjb250ZcO6ZG8gZGEgcHVibGljYcOnw6NvIG9yYSBkZXBvc2l0YWRhLgoKQ0FTTyBBIFBVQkxJQ0HDh8ODTyBPUkEgREVQT1NJVEFEQSBURU5IQSBTSURPIFJFU1VMVEFETyBERSBVTSBQQVRST0PDjU5JTyBPVSBBUE9JTyBERSBVTUEgQUfDik5DSUEgREUgRk9NRU5UTyBPVSBPVVRSTyAKT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgCkVYSUdJREFTIFBPUiBDT05UUkFUTyBPVSBBQ09SRE8uCgpPIERlcG9zaXRhIHNlIGNvbXByb21ldGUgYSBpZGVudGlmaWNhciBjbGFyYW1lbnRlIG8gc2V1IG5vbWUgKHMpIG91IG8ocykgbm9tZShzKSBkbyhzKSBkZXRlbnRvcihlcykgZG9zIGRpcmVpdG9zIAphdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufgd.edu.br/jspui:8080/oai/requestopendoar:21162023-09-14T05:38:41Repositório Institucional da UFGD - Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)false |
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