Prevalência e variáreis associadas ao HIV na população indígena da reserva de Dourados – MS

• Autor(a) principal: Schnaufer, Erica Cristina dos Santos
• Data de Publicação: 2020
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFGD
• Texto Completo: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/4916
• topic: CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::MEDICINA::CLINICA MEDICA::DOENCAS INFECCIOSAS E PARASITARIAS; HIV; Doenças sexualmente transmissíveis; Povos indígenas - saúde; Sexually transmitted diseases; Indigenous peoples - health

Realizou-se um estudo transversal para avaliar a prevalência e as variáveis associadas à infecção pelo HIV em uma reserva indígena brasileira com o maior contingente populacional do país. A população indígena da reserva de Dourados, Mato Grosso do Sul (MS), Brasil foi entrevistada entre setembro de 2017 e março de 2020. Amostras de sangue foram coletadas para testes sorológicos para HIV, sífilis e hepatite B e C. Amostras HIV-1 positivas e indeterminadas foram submetidas a Western Blot e amplificação de ácido nucléico. O tratamento do HIV positivo foi avaliado pelos resultados da carga viral do HIV-1 e contagem de CD4. Dos 2.190 indígenas convidados, 1.927 (88%) concordaram em participar do estudo. A soroprevalência do HIV foi de 0,93% (18 / 1.927), 73,22% (1.411 / 1.927) desconheciam seu estado sorológico. Dos 18 pacientes HIV positivos em uso de anti-retrovirais, 66,67% (12/18) tinham carga viral do HIV abaixo de 1000 cópias / ml após 24 semanas de tratamento e 50% (9/18) tinham contagem de células CD4 superior a 350 células / ml. Além disso, 44,45% (8/18) das amostras HIV positivas amplificadas em Nested-PCR e 75% (6/8) destas eram de pacientes com tratamento irregular. Apesar do esforço mundial para conter a infecção pelo HIV, este estudo mostra que essa infecção tem avançado entre as populações indígenas. Vulnerabilidade social e fatores de comportamento de risco foram frequentes nos pacientes HIV avaliados. Além disso, muitos dos soropositivos não apresentaram sucesso terapêutico. Assim, uma maior cobertura diagnóstica e tratamento contínuo dos indígenas vivendo com HIV ainda é um desafio para a saúde pública brasileira.