A prática da mística e a luta pela terra no MST

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Coelho, Fabiano
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFGD
Texto Completo: http://200.129.209.58:8080/handle/prefix/331
Resumo: O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) tem sido objeto de pesquisa nos mais variados campos do saber, evidenciando, assim, sua riqueza e amplitude de ações face à sociedade. Emergido na primeira metade da década de 1980, sobretudo, a partir da realidade política, econômica e social da época, e por meio do apoio fundamental de agentes religiosos ligados à CPT, o Movimento resiste há mais de vinte e seis anos no cenário brasileiro e se configura como um Movimento em movimento, em que sua história está em seu devir. Desde sua criação, entre tantas atividades e ações, sua organização desenvolveu uma prática chamada mística. Nesta perspectiva, este trabalho tem por objetivo discutir como o MST pensou e vem sistematizando a prática da mística em sua organização. Para a escrita da narrativa, analisou-se um conjunto variado de fontes, destacando diversos materiais impressos publicados pelo MST, imagens e fontes orais. O recorte temporal delimitado situa-se entre a década de 1980 e o ano de 2009, caracterizando o trabalho no que pode ser denominada história do tempo presente. A mística era desenvolvida pelos agentes religiosos que prestavam assessoria ao Movimento e tinha grande aceitação entre os sujeitos. Deste modo, o MST se apropriou de tal prática e a ressignificou para as suas lutas, investindo em uma mística própria, ou melhor, em um novo fazer. O investimento no fazer da mística é intenso por parte do Movimento, devendo ela ser desenvolvida nos mais distintos espaços e circunstâncias. A mística pode ser realizada de maneira diversa e plural, levando em consideração o contexto e a realidade do grupo. O seu fazer é em forma de teatro, contendo músicas, poesias e muitos símbolos em seu interior. Como uma prática cultural e política, e um momento em que o Movimento consegue se comunicar eficazmente com os sujeitos, construindo representações sobre tudo aquilo que compõe o modo de ser Sem Terra, a mística se tornou essencial e estratégica na organização do MST, sendo ela dotada de poder, isto é, desencadeadora de memória, representação e ação política. No acampamento Madre Cristina e no assentamento Estrela da Ilha, os sujeitos tiveram experiências com essa prática, tendo ela significados e sentidos em suas vidas. A mística era desenvolvida no acampamento de acordo com o contexto e o cotidiano do grupo. Já no assentamento, os sujeitos não realizavam a mística, evidenciando que essa prática também tem seus limites, não podendo assim, estender seus efeitos para todos os espaços em que se fazem presentes integrantes do MST.
id UFGD-2_9fc1e54b536ec2a74fa4b58eaae4e923
oai_identifier_str oai:https://repositorio.ufgd.edu.br/jspui:prefix/331
network_acronym_str UFGD-2
network_name_str Repositório Institucional da UFGD
repository_id_str 2116
spelling Souza, João Carlos dehttp://lattes.cnpq.br/4035362631140031Brepohl de Magalhães, Marionilde Diashttp://lattes.cnpq.br/2049493954300365Borges, Maria Celmahttp://lattes.cnpq.br/4160177534611725http://lattes.cnpq.br/2579737768415195Coelho, Fabiano2018-12-04T12:10:25Z2018-12-04T12:10:25Z2010-06-15COELHO, Fabiano. A prática da mística e a luta pela terra no MST. 2010. 284 f. Dissertação (Mestrado em História) – Faculdades de Ciências Humanas, Universidade Federal da Grande Dourados, Dourados, 2010.http://200.129.209.58:8080/handle/prefix/331O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) tem sido objeto de pesquisa nos mais variados campos do saber, evidenciando, assim, sua riqueza e amplitude de ações face à sociedade. Emergido na primeira metade da década de 1980, sobretudo, a partir da realidade política, econômica e social da época, e por meio do apoio fundamental de agentes religiosos ligados à CPT, o Movimento resiste há mais de vinte e seis anos no cenário brasileiro e se configura como um Movimento em movimento, em que sua história está em seu devir. Desde sua criação, entre tantas atividades e ações, sua organização desenvolveu uma prática chamada mística. Nesta perspectiva, este trabalho tem por objetivo discutir como o MST pensou e vem sistematizando a prática da mística em sua organização. Para a escrita da narrativa, analisou-se um conjunto variado de fontes, destacando diversos materiais impressos publicados pelo MST, imagens e fontes orais. O recorte temporal delimitado situa-se entre a década de 1980 e o ano de 2009, caracterizando o trabalho no que pode ser denominada história do tempo presente. A mística era desenvolvida pelos agentes religiosos que prestavam assessoria ao Movimento e tinha grande aceitação entre os sujeitos. Deste modo, o MST se apropriou de tal prática e a ressignificou para as suas lutas, investindo em uma mística própria, ou melhor, em um novo fazer. O investimento no fazer da mística é intenso por parte do Movimento, devendo ela ser desenvolvida nos mais distintos espaços e circunstâncias. A mística pode ser realizada de maneira diversa e plural, levando em consideração o contexto e a realidade do grupo. O seu fazer é em forma de teatro, contendo músicas, poesias e muitos símbolos em seu interior. Como uma prática cultural e política, e um momento em que o Movimento consegue se comunicar eficazmente com os sujeitos, construindo representações sobre tudo aquilo que compõe o modo de ser Sem Terra, a mística se tornou essencial e estratégica na organização do MST, sendo ela dotada de poder, isto é, desencadeadora de memória, representação e ação política. No acampamento Madre Cristina e no assentamento Estrela da Ilha, os sujeitos tiveram experiências com essa prática, tendo ela significados e sentidos em suas vidas. A mística era desenvolvida no acampamento de acordo com o contexto e o cotidiano do grupo. Já no assentamento, os sujeitos não realizavam a mística, evidenciando que essa prática também tem seus limites, não podendo assim, estender seus efeitos para todos os espaços em que se fazem presentes integrantes do MST.The Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST (Landless Worker Movement) has been a research aim in the most varied knowledge fields, hence evidencing its wealth and action amplitude among society. This movement has emerged in the first half of the eighties, mainly owing to the social, political and economical reality of the time, not to mention the fundamental support from the religious agents connected with the CPT. Therefore, the movement has resisted over twenty-six years in the Brazilian setting and it is known as a movement in motion whose history is in its coming-to-be. Since its creation, and among many activities and actions, its organization has developed one practice called mystic. In this perspective, this work has as its aim the discussion of how the MST had thought and has been systematizing the practice of the mystic in its organization. So as to write this narrative, a varied set of sources was analyzed, highlighting the several printed materials, images as well as oral sources published by the MST. This temporal cutting delimited between the decade of 1980 and the year of 2009 characterizes the work into something that may be denominated as present time story. The mystic was developed by the religious agents who advised the Movement. These advisors were very popular among the workers. Thus, the MST has grasped such practice and has re-meant it for its struggle, investing in their own mystic, or even better, in a new doing. Investing in creating the mystic is something intense for the Movement, so it must be developed in the most distinct spaces and circumstances. The mystic might be performed in a very diverse and plural way, taking into consideration the context and the reality of the group. Its making is in a theatrical way, by having music, poetry and many symbols. As a cultural and political practice, this is a moment in which the Movement is able to communicate effectively with the subjects, producing representations concerning everything that composes the way of being of the landless worker. The mystic has become essential and strategical in the organization of the MST, and it is gifted with power, id est, it brings about memory, representation and political action. In both camping sites Madre Cristina and Estrela da Ilha, the subjects have experienced with this practice, resulting in meanings and senses in their lives. The mystic was developed in the settlement according to the context and the quotidian of the people. While in the settlements, the subjects did not perform the mystic, evidencing that this practice also has its own limits, not being able to extend its effects for all the areas in which the participants of the MST are.Submitted by Repositorio Institucional (repositorio@ufgd.edu.br) on 2018-12-04T12:10:25Z No. of bitstreams: 1 FabianoCoelho.pdf: 4680551 bytes, checksum: c4fda71e5eb88fa0d38e11a450da07a0 (MD5)Made available in DSpace on 2018-12-04T12:10:25Z (GMT). No. of bitstreams: 1 FabianoCoelho.pdf: 4680551 bytes, checksum: c4fda71e5eb88fa0d38e11a450da07a0 (MD5) Previous issue date: 2010-06-15Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (FUNDECT)porUniversidade Federal da Grande DouradosPrograma de pós-graduação em HistóriaUFGDBrasilFaculdade de Ciências HumanasCNPQ::CIENCIAS HUMANAS::HISTORIAMovimento dos Trabalhadores Sem TerraA prática da mística e a luta pela terra no MSTinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFGDinstname:Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)instacron:UFGDTEXTFabianoCoelho.pdf.txtFabianoCoelho.pdf.txtExtracted texttext/plain792151https://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/bitstream/prefix/331/3/FabianoCoelho.pdf.txtbcaf594c6604aae6532fb9de0eea6418MD53ORIGINALFabianoCoelho.pdfFabianoCoelho.pdfapplication/pdf4680551https://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/bitstream/prefix/331/1/FabianoCoelho.pdfc4fda71e5eb88fa0d38e11a450da07a0MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81866https://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/bitstream/prefix/331/2/license.txt43cd690d6a359e86c1fe3d5b7cba0c9bMD52prefix/3312023-09-14 01:12:05.754oai:https://repositorio.ufgd.edu.br/jspui:prefix/331TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEKCkNvbSBhIGFwcmVzZW50YcOnw6NvIGRlc3RhIGxpY2Vuw6dhLCB2b2PDqiAobyBhdXRvciAoZXMpIG91IG8gdGl0dWxhciBkb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IpIGNvbmNlZGUgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIApJbnN0aXR1Y2lvbmFsIG8gZGlyZWl0byBuw6NvLWV4Y2x1c2l2byBkZSByZXByb2R1emlyLCAgdHJhZHV6aXIgKGNvbmZvcm1lIGRlZmluaWRvIGFiYWl4byksIGUvb3UgZGlzdHJpYnVpciBhIApzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIApmb3JtYXRvcyDDoXVkaW8gb3UgdsOtZGVvLgoKVm9jw6ogY29uY29yZGEgcXVlIG8gRGVwb3NpdGEgcG9kZSwgc2VtIGFsdGVyYXIgbyBjb250ZcO6ZG8sIHRyYW5zcG9yIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBwYXJhIHF1YWxxdWVyIG1laW8gb3UgZm9ybWF0byAKcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIERlcG9zaXRhIHBvZGUgbWFudGVyIG1haXMgZGUgdW1hIGPDs3BpYSBkZSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIHBhcmEgZmlucyBkZSBzZWd1cmFuw6dhLCBiYWNrLXVwIAplIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gw6kgb3JpZ2luYWwgZSBxdWUgdm9jw6ogdGVtIG8gcG9kZXIgZGUgY29uY2VkZXIgb3MgZGlyZWl0b3MgY29udGlkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EuIApWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgCmRlIG5pbmd1w6ltLgoKQ2FzbyBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gY29udGVuaGEgbWF0ZXJpYWwgcXVlIHZvY8OqIG7Do28gcG9zc3VpIGEgdGl0dWxhcmlkYWRlIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcywgdm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgCm9idGV2ZSBhIHBlcm1pc3PDo28gaXJyZXN0cml0YSBkbyBkZXRlbnRvciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgcGFyYSBjb25jZWRlciBhbyBEZXBvc2l0YSBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgCm5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLCBlIHF1ZSBlc3NlIG1hdGVyaWFsIGRlIHByb3ByaWVkYWRlIGRlIHRlcmNlaXJvcyBlc3TDoSBjbGFyYW1lbnRlIGlkZW50aWZpY2FkbyBlIHJlY29uaGVjaWRvIG5vIHRleHRvIApvdSBubyBjb250ZcO6ZG8gZGEgcHVibGljYcOnw6NvIG9yYSBkZXBvc2l0YWRhLgoKQ0FTTyBBIFBVQkxJQ0HDh8ODTyBPUkEgREVQT1NJVEFEQSBURU5IQSBTSURPIFJFU1VMVEFETyBERSBVTSBQQVRST0PDjU5JTyBPVSBBUE9JTyBERSBVTUEgQUfDik5DSUEgREUgRk9NRU5UTyBPVSBPVVRSTyAKT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgCkVYSUdJREFTIFBPUiBDT05UUkFUTyBPVSBBQ09SRE8uCgpPIERlcG9zaXRhIHNlIGNvbXByb21ldGUgYSBpZGVudGlmaWNhciBjbGFyYW1lbnRlIG8gc2V1IG5vbWUgKHMpIG91IG8ocykgbm9tZShzKSBkbyhzKSBkZXRlbnRvcihlcykgZG9zIGRpcmVpdG9zIAphdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufgd.edu.br/jspui:8080/oai/requestopendoar:21162023-09-14T05:12:05Repositório Institucional da UFGD - Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv A prática da mística e a luta pela terra no MST
title A prática da mística e a luta pela terra no MST
spellingShingle A prática da mística e a luta pela terra no MST
Coelho, Fabiano
CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::HISTORIA
Movimento dos Trabalhadores Sem Terra
title_short A prática da mística e a luta pela terra no MST
title_full A prática da mística e a luta pela terra no MST
title_fullStr A prática da mística e a luta pela terra no MST
title_full_unstemmed A prática da mística e a luta pela terra no MST
title_sort A prática da mística e a luta pela terra no MST
author Coelho, Fabiano
author_facet Coelho, Fabiano
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Souza, João Carlos de
dc.contributor.advisor1Lattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/4035362631140031
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Brepohl de Magalhães, Marionilde Dias
dc.contributor.referee1Lattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/2049493954300365
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Borges, Maria Celma
dc.contributor.referee2Lattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/4160177534611725
dc.contributor.authorLattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/2579737768415195
dc.contributor.author.fl_str_mv Coelho, Fabiano
contributor_str_mv Souza, João Carlos de
Brepohl de Magalhães, Marionilde Dias
Borges, Maria Celma
dc.subject.cnpq.fl_str_mv CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::HISTORIA
topic CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::HISTORIA
Movimento dos Trabalhadores Sem Terra
dc.subject.por.fl_str_mv Movimento dos Trabalhadores Sem Terra
description O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) tem sido objeto de pesquisa nos mais variados campos do saber, evidenciando, assim, sua riqueza e amplitude de ações face à sociedade. Emergido na primeira metade da década de 1980, sobretudo, a partir da realidade política, econômica e social da época, e por meio do apoio fundamental de agentes religiosos ligados à CPT, o Movimento resiste há mais de vinte e seis anos no cenário brasileiro e se configura como um Movimento em movimento, em que sua história está em seu devir. Desde sua criação, entre tantas atividades e ações, sua organização desenvolveu uma prática chamada mística. Nesta perspectiva, este trabalho tem por objetivo discutir como o MST pensou e vem sistematizando a prática da mística em sua organização. Para a escrita da narrativa, analisou-se um conjunto variado de fontes, destacando diversos materiais impressos publicados pelo MST, imagens e fontes orais. O recorte temporal delimitado situa-se entre a década de 1980 e o ano de 2009, caracterizando o trabalho no que pode ser denominada história do tempo presente. A mística era desenvolvida pelos agentes religiosos que prestavam assessoria ao Movimento e tinha grande aceitação entre os sujeitos. Deste modo, o MST se apropriou de tal prática e a ressignificou para as suas lutas, investindo em uma mística própria, ou melhor, em um novo fazer. O investimento no fazer da mística é intenso por parte do Movimento, devendo ela ser desenvolvida nos mais distintos espaços e circunstâncias. A mística pode ser realizada de maneira diversa e plural, levando em consideração o contexto e a realidade do grupo. O seu fazer é em forma de teatro, contendo músicas, poesias e muitos símbolos em seu interior. Como uma prática cultural e política, e um momento em que o Movimento consegue se comunicar eficazmente com os sujeitos, construindo representações sobre tudo aquilo que compõe o modo de ser Sem Terra, a mística se tornou essencial e estratégica na organização do MST, sendo ela dotada de poder, isto é, desencadeadora de memória, representação e ação política. No acampamento Madre Cristina e no assentamento Estrela da Ilha, os sujeitos tiveram experiências com essa prática, tendo ela significados e sentidos em suas vidas. A mística era desenvolvida no acampamento de acordo com o contexto e o cotidiano do grupo. Já no assentamento, os sujeitos não realizavam a mística, evidenciando que essa prática também tem seus limites, não podendo assim, estender seus efeitos para todos os espaços em que se fazem presentes integrantes do MST.
publishDate 2010
dc.date.issued.fl_str_mv 2010-06-15
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2018-12-04T12:10:25Z
dc.date.available.fl_str_mv 2018-12-04T12:10:25Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.citation.fl_str_mv COELHO, Fabiano. A prática da mística e a luta pela terra no MST. 2010. 284 f. Dissertação (Mestrado em História) – Faculdades de Ciências Humanas, Universidade Federal da Grande Dourados, Dourados, 2010.
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://200.129.209.58:8080/handle/prefix/331
identifier_str_mv COELHO, Fabiano. A prática da mística e a luta pela terra no MST. 2010. 284 f. Dissertação (Mestrado em História) – Faculdades de Ciências Humanas, Universidade Federal da Grande Dourados, Dourados, 2010.
url http://200.129.209.58:8080/handle/prefix/331
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal da Grande Dourados
dc.publisher.program.fl_str_mv Programa de pós-graduação em História
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFGD
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
dc.publisher.department.fl_str_mv Faculdade de Ciências Humanas
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal da Grande Dourados
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFGD
instname:Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)
instacron:UFGD
instname_str Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)
instacron_str UFGD
institution UFGD
reponame_str Repositório Institucional da UFGD
collection Repositório Institucional da UFGD
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/bitstream/prefix/331/3/FabianoCoelho.pdf.txt
https://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/bitstream/prefix/331/1/FabianoCoelho.pdf
https://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/bitstream/prefix/331/2/license.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv bcaf594c6604aae6532fb9de0eea6418
c4fda71e5eb88fa0d38e11a450da07a0
43cd690d6a359e86c1fe3d5b7cba0c9b
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFGD - Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1798042044832153600