Decisões de investimentos em estruturas de armazenagem de grãos em propriedades agrícolas: uma análise a partir das técnicas de orçamento de capital e da Teoria do Comportamento Planejado

• Autor(a) principal: Vaz, Elisangela Domingues
• Data de Publicação: 2019
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFGD
• Texto Completo: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/940
• topic: CNPQ::OUTROS::ADMINISTRACAO RURAL; Armazenamento de grãos; Teoria do Comportamento Planejado; Tomada de decisão - investimento; Grain storage; Theory of Planned Behavior; Investments - Decision making

Diante de uma produção superior a 230 milhões de toneladas, o agronegócio brasileiro possui expectativas positivas, porém, sua competitividade torna-se comprometida pelos gargalos da armazenagem da produção, cujo déficit determina perdas de mais de 2 milhões de reais por ano. Contudo, o investimento em estrutura de armazenagem é uma decisão complexa e envolve inúmeras variáveis e riscos, cujos resultados e desempenho são demasiadamente difíceis de avaliar. Neste cenário, é que surge o objetivo geral deste estudo, que é identificar e compreender os fatores psicossociais, no âmbito da intenção comportamental, que influenciam as decisões dos produtores em investir numa estrutura de armazenagem de grãos na propriedade rural e se esta decisão de investimento apresenta-se viável sob os aspectos econômico-financeiros. Para tanto, essa dissertação foi estruturada em três capítulos, sendo que no primeiro, objetivou-se levantar o estado da arte sobre armazenagem de soja e milho a partir de uma revisão sistemática, mesclando análise de conteúdo e análise bibliométrica, onde ficou evidente o interesse da comunidade cientifica em compreender questões relacionadas ao desenvolvimento de tecnologias que permitem elucidar problemas de contamiação dos grãos por pragas e insetos, diminuir as perdas da produção, amenizar a insegurança alimentar, tanto por perdas quanto por contaminações. Os resultados revelam que, apesar da evolução da produção científica sobre essa temática, ainda existem lacunas a ser preenchidas, principalmente sobre aspectos logísticos e financeiros em relação a implantação de uma estrutura de armazenagem de grãos em nível de propriedade. No Capítulo 2, foi utiliza a Teoria do Comportamento Planejado (TPB) para analisar os fatores psicológicos que influenciam na adoção de estrutura de armazenagem. Os resultados mostram que a intenção dos agricultores em adotar uma estrutura de armazenagem em suas propriedades foi influenciada pela avaliação dos agricultores em relação à adoção de estrutura de armazenagem (atitude), suas percepções sobre a pressão social em adotar este comportamento (norma subjetiva) e suas percepções sobre a sua própria capacidade (controle comportamental percebido). Sete crenças comportamentais foram os direcionadores da atitude. Cinco crenças de controle foram os direcionadores do controle comportamental percebido. As crenças normativas que representam as pessoas ou grupos importantes, não tiveram influência no comportamento do produtor. O capítulo 3, teve como objetivo validar um investimento em estrutura de armazenagem de grãos em propriedade rural sob a ótica das técnicas de orçamento de capital no município de Dourados, estado do Mato Grosso do Sul, com capacidade de 210 mil sacos de 60 kg. O estudo se diferencia dos demais, na forma como o risco do investimento é tratado, ou seja, na determinação da taxa mínima de atratividade do produtor considerou-se o risco do projeto, ajustado para as especificidades de economias emergentes, como é o caso do Brasil. Foram utilizadas as seguintes técnicas de avaliação de investimentos de capital: Valor Presente líquido (VPL), Taxa Interna de Retorno (TIR), Valor Anual Uniforme Equivalente (VAUE), Playback Descontado (PD), Índice de Lucratividade (IL), Taxa Interna de Retorno Modificada (TIRM), Relação Benefício/Custo (B/C), Modelo de Precificação de Ativos Financeiros (CAPM) e análise de sensibilidade. Os resultados apurados sinalizam a viabilidade econômico-financeira do investimento com áreas a partir de 1.100ha a uma distância de 120 km do local de entrega dos grãos.