Desempenho ambiental e econômico da produção de carne bovina no Centro-Oeste Brasileiro

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Florindo, Thiago José
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFGD
Texto Completo: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/1514
Resumo: O Brasil é o segundo maior produtor de carne bovina no mundo, com uma produção de 10,2 milhões de toneladas equivalentes em carcaça em 2014. Os sistemas de produção da pecuária de corte brasileira são conduzidos principalmente em pastejo dos animais a campo, com pastagens naturais ou cultivadas. No entanto, a nível mundial, a cadeia de produção da pecuária de corte é tida como um dos principais contribuintes para emissões de gases de efeito estufa (GEE), potenciais para aquecimento global. Neste sentido, critica-se ainda que o aumento do consumo de carne bovina produzida no Brasil implicaria em desmatamento e conversão de novas áreas da região Amazônica em pastagens para suprir a demanda. A fim de estimar-se as emissões de GEE da cadeia de produção da carne bovina, a Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) têm sido amplamente utilizada, contudo, poucos estudos foram realizados no Brasil, principalmente na Região Centro-Oeste. Além disto, muitos estudos relatados foram realizados a partir de dados de fazendas experimentais ou simulação de propriedades rurais, os quais podem não refletir a realidade da atividade, uma vez que fatores regionais podem influenciar diretamente os resultados. Devido às dimensões continentais do Brasil, a pecuária de corte possui uma ampla diversidade de sistemas de produção, permitindo melhor adaptação às condições climáticas de cada região. Desta forma, o objetivo deste estudo foi avaliar o desempenho ambiental e econômico de quatro sistemas de produção da pecuária de corte utilizados em uma fazenda na Região Centro-Oeste brasileira, utilizando a ACV, Custeio do Ciclo de Vida ambiental (CCV) e ferramentas de análise de investimentos. A principal fonte de emissão de GEE dos sistemas foi a fermentação entérica dos animais, respondendo por mais de 95% do total das emissões em todos os sistemas. As emissões de GEE dos sistemas de produção variaram de 15,5 a 28,3 kg de CO2 eq por quilo de peso vivo animal. O custo de uso da terra foi um dos principais custos de produção dos sistemas de produção, devido a baixa carga animal por hectare da fazenda, inferior a 400 kg de peso vivo animal por hectare. O valor presente líquido (VPL) dos sistemas de produção variou de R$ 1,26 a R$ 1,72 por quilo de peso vivo. O sistema de produção IV, com menor peso ao abate e com uma alimentação mais intensiva no período seco do ano (maio a agosto) obteve os melhores resultados em relação aos critérios ambientais e econômicos. Comparado ao sistema de produção base (SP I), permitiu reduzir as emissões em 45% e aumentar a rentabilidade financeira em aproximadamente 27%. Desta forma, utilizar estratégias de alimentação mais intensivas em períodos seco, onde as pastagens apresentam baixa qualidade nutricional, podem proporcionar redução nas emissões de GEE e maior lucratividade ao produtor rural. A implantação dessas estratégias permitiria aumentar a produção de carne bovina, sem a necessidade de conversão de novas áreas em pastagens para produção além de possibilitar um incremento de renda ao produtor. Por fim, novos estudos são necessários em diferentes regiões climáticas brasileiras, de forma que permita uma clara compressão das emissões e estratégias para mitigação.
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No entanto, a nível mundial, a cadeia de produção da pecuária de corte é tida como um dos principais contribuintes para emissões de gases de efeito estufa (GEE), potenciais para aquecimento global. Neste sentido, critica-se ainda que o aumento do consumo de carne bovina produzida no Brasil implicaria em desmatamento e conversão de novas áreas da região Amazônica em pastagens para suprir a demanda. A fim de estimar-se as emissões de GEE da cadeia de produção da carne bovina, a Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) têm sido amplamente utilizada, contudo, poucos estudos foram realizados no Brasil, principalmente na Região Centro-Oeste. Além disto, muitos estudos relatados foram realizados a partir de dados de fazendas experimentais ou simulação de propriedades rurais, os quais podem não refletir a realidade da atividade, uma vez que fatores regionais podem influenciar diretamente os resultados. 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Por fim, novos estudos são necessários em diferentes regiões climáticas brasileiras, de forma que permita uma clara compressão das emissões e estratégias para mitigação.Brazil is the second largest producer of beef in the world, with a production of 10.2 million tonnes in carcass equivalent in 2014. The production systems of Brazilian beef cattle are conducted mainly in animal grazing into the field with pastures natural or cultured. However at the global level, beef cattle production chain is seen as a major contributor to greenhouse gases (GHG), potential for global warming. In this sense, it is still critical that the increased consumption of beef produced in Brazil would imply deforestation and conversion of new areas of the Amazon region in pastures to meet the demand. In order to estimate GHG emissions from the beef production chain, Life Cycle Assessment (LCA) have been widely used, however, few studies have been conducted in Brazil, mainly in the Midwest Region. In addition, many studies have been conducted using data from experimental farms or simulation farms, which cannot reflect the reality of the activity, because regional factors can directly influence the results. Due to the continental dimensions of Brazil, the beef cattle has a wide diversity of production systems, allowing better adaptation to the climatic conditions of each region. Thus, the objective of this study was to evaluate the environmental and economic performance of four beef cattle production systems used on a farm in the region Brazilian Midwest, using LCA, Environmental Life Cycle Costing (LCC) and tools investment analysis. The main source of GHG emission systems was the enteric fermentation of animals, accounting for over 95% of total emissions in all systems. GHG emissions from production systems differ from 15.5 to 28.3 kg CO2 eq per kg of animal live weight. The cost of land use was a major production cost of production systems, due to low stocking rate per hectare of the farm, less than 400 kg of live weight per hectare. The net present value (NPV) of production systems ranged from R$ 1.26 to R$ 1.72 per kilogram of live weight. The IV production system, with lower slaughter weight and a more intensive feeding in the dry season (May to August) achieved the best results in relation to environmental and economic criteria. Compared to base production system (SP I), has reduced emissions by 45% and increase financial profitability by approximately 27%. Thus, use more intensive feeding strategies in dry periods, where pastures have low nutritional quality, can provide a reduction in GHG emissions and increased profitability for the farmer. The implementation of these strategies would increase beef production without the need for conversion of new areas for pasture production and enables an increase of income to the producer. Finally, further studies are needed in different Brazilian climatic regions in order to allow a clear compression of emissions and strategies for mitigation.Submitted by Alison Souza (alisonsouza@ufgd.edu.br) on 2019-08-21T18:34:24Z No. of bitstreams: 1 ThiagoJoseFlorindo.pdf: 2134680 bytes, checksum: 4e047bd758f301e13cadc6f59825db3a (MD5)Made available in DSpace on 2019-08-21T18:34:24Z (GMT). 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