O desejo masculino como construção da sexualidade feminina na regulamentação da prostituição

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pedroso, Vanessa
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Videre (Online)
Texto Completo: https://ojs.ufgd.edu.br/index.php/videre/article/view/5778
Resumo: Em tempos atuais, os Estados considerados centrais têm-se dedicado ao debate da prostituição. Porém referido debate está fundamentado em fóruns internacionais que possuem a preocupação de encontrar soluções outras para a problemática da saúde pública ou, ainda, das fronteiras internacionais, ou seja, o tema da prostituição passa, dessa forma, a uma condição de segundo plano, já que é resultante dos discursos referentes ao controle do HIV ou, ainda, do tráfico de seres humanos para sua posterior exploração sexual comercial e/ou imigração ilegal. Neste talante, os Estados centrais tem-se prestado, tão somente, a definir conceitos sobre exercício e exploração da sexualidade, assim como estabelecer teorias de disciplina e/ou regularização e quiçá proibição da prostituição. Olvida, no entanto, que a prostituição é consequência de uma escolha fundamentada em elementos anteriores à sua prática, seja ela forçada, seja ela livre e, por isso, tais discussões elencadas pelos Estados centrais em nada contribuem para a garantia de um futuro diferente para essas mulheres que ‘livremente’ optaram pela prostituição, bem como não desestimulam a prática da exploração sexual futura de crianças e adolescentes, ou seja, a preocupação dos Estados com relação ao fenômeno da prostituição consiste, em tempos atuais no menoscabo do individuo prostituído, pois que promove uma verdadeira coisificação e porque não falar em invisibilidade do cidadão em prostituição. Tem-se, então, a falácia do Estado Democrático de Direito, posto que este, pelo menos no que se refere ao assunto da prostituição, tem-se demonstrado como patrocinador de violência, já que não assegura e ofende às garantias civis e políticas a que todos os cidadãos são possuidores por direito. A importância desse trabalho reside no fato de observar o discurso em torno da construção da sexualidade feminina quando da regulamentação da prostituição. Estaria o referido discurso fundamentado na proteção e reconhecimento dos agentes envolvidos na referida prática ou, somente, mantém os ditames machistas que fundamentam a construção social do patriarcado? Daí, pode-se, então, identificar a real existência da autonomia dessas cidadãs/mulheres ora prostituídas quando da eleição para o exercício da prostituição, posto que, somente a partir de então, podem os Estados, sejam eles centrais ou periféricos, estabelecer políticas e debates no sentido de prevenir a exploração dessas mulheres e o controle da prostituição infantil nos diferentes Estados.
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Neste talante, os Estados centrais tem-se prestado, tão somente, a definir conceitos sobre exercício e exploração da sexualidade, assim como estabelecer teorias de disciplina e/ou regularização e quiçá proibição da prostituição. Olvida, no entanto, que a prostituição é consequência de uma escolha fundamentada em elementos anteriores à sua prática, seja ela forçada, seja ela livre e, por isso, tais discussões elencadas pelos Estados centrais em nada contribuem para a garantia de um futuro diferente para essas mulheres que ‘livremente’ optaram pela prostituição, bem como não desestimulam a prática da exploração sexual futura de crianças e adolescentes, ou seja, a preocupação dos Estados com relação ao fenômeno da prostituição consiste, em tempos atuais no menoscabo do individuo prostituído, pois que promove uma verdadeira coisificação e porque não falar em invisibilidade do cidadão em prostituição. Tem-se, então, a falácia do Estado Democrático de Direito, posto que este, pelo menos no que se refere ao assunto da prostituição, tem-se demonstrado como patrocinador de violência, já que não assegura e ofende às garantias civis e políticas a que todos os cidadãos são possuidores por direito. A importância desse trabalho reside no fato de observar o discurso em torno da construção da sexualidade feminina quando da regulamentação da prostituição. Estaria o referido discurso fundamentado na proteção e reconhecimento dos agentes envolvidos na referida prática ou, somente, mantém os ditames machistas que fundamentam a construção social do patriarcado? Daí, pode-se, então, identificar a real existência da autonomia dessas cidadãs/mulheres ora prostituídas quando da eleição para o exercício da prostituição, posto que, somente a partir de então, podem os Estados, sejam eles centrais ou periféricos, estabelecer políticas e debates no sentido de prevenir a exploração dessas mulheres e o controle da prostituição infantil nos diferentes Estados.In current times, the central states have been dedicated to the debate of prostitution. However, this debate is based on international forums that have the concern of fi nding other solutions to the problem of public health or, also, international borders, that is, the subject of prostitution thus becomes a condition of secondary, already Which is the result of discourses concerning HIV control or traffi  cking in human beings for subsequent commercial sexual exploitation and / or illegal immigration. In this sense, central states have only been able to defi ne concepts about the exercise and exploitation of sexuality, as well as to establish theories of discipline and / or regularization and perhaps prohibition of prostitution. It nevertheless forgets that prostitution is the result of a choice based on elements prior to its practice, whether it is forced or free, and therefore such discourses set forth by the central States do nothing to ensure a diff erent future for These women who ‘freely’ have opted for prostitution, and do not discourage the practice of future sexual exploitation of children and adolescents, that is, the concern of States with regard to the phenomenon of prostitution is, in modern times, Which promotes a true condemnation and why not talk about the invisibility of the citizen in prostitution. There is a fallacy of the Democratic State of Law, since it, at least as far as prostitution is concerned, has been shown to be a sponsor of violence, since it does not insure and off end civil and political That all citizens are owners by right. The importance of this work lies in the fact of observing the discourse around the construction of female sexuality when regulating prostitution. Is this discourse based on the protection and recognition of the agents involved in the said practice or does it only maintain the macho dictates that underlie the social construction of patriarchy? Hence, it is possible to identify the real existence of the autonomy of these female prostitutes when they are elected to prostitution, since it is only then and thereaft er that States, whether central or peripheral, can establish policies and debates to prevent the exploitation of these women and the control of child prostitution in the diff erent States.EDITORA - UFGD2017-02-08info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://ojs.ufgd.edu.br/index.php/videre/article/view/5778Revista Videre; v. 8 n. 16 (2016): Revista Videre; 115-1272177-7837reponame:Revista Videre (Online)instname:Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)instacron:UFGDporhttps://ojs.ufgd.edu.br/index.php/videre/article/view/5778/3112Copyright (c) 2017 REVISTA VIDERE DA FACULDADE DE DIREITO E RELAÇÕES INTERNACIONAIS DA UFGDinfo:eu-repo/semantics/openAccessPedroso, Vanessa2019-05-03T17:58:30Zoai:ojs.pkp.sfu.ca:article/5778Revistahttps://ojs.ufgd.edu.br/index.php/viderePUBhttp://ojs.ufgd.edu.br/index.php/videre/oaihttps://ojs.ufgd.edu.br/index.php/videre/oai2177-78372177-2150opendoar:2019-05-03T17:58:30Revista Videre (Online) - Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)false
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