Manifestações culturais na ditadura militar

• Autor(a) principal: Madeira, Izabela Garcia Fonseca
• Data de Publicação: 2019
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFJF
• Texto Completo: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/10613
• topic: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::HISTORIA; Cultura; Ditadura militar; Repressão; Culture; Military dictatorship; Repression

Este artigo busca analisar a repressão e a censura à vida cultural do país que foram intensas à época da ditadura militar, particularmente entre dezembro de 1968, quando foi promulgado o AI-5 e no início do processo de abertura política "lenta e gradual" adotado pelo presidente Geisel, a partir de 1975. Logo após o golpe, os militares desencadearam forte repressão apenas aos setores da produção cultural que mantinham algum tipo de vínculo com os movimentos populares politicamente organizados, como era o caso dos Centros Populares de Cultura, criados pela União Nacional dos Estudantes. Censurou indistintamente todo tipo de obra, atacou a vida universitária e afetou gravemente o destino imediato de vários segmentos da produção cultural. Em alguns casos, poderia até concluir que ela desejava estabelecer um verdadeiro "vazio cultural" que, na prática, ajudaria a criar um estado de indiferença das massas em relação ao próprio destino imediato do país. Nessas circunstâncias, a censura pode provocar o aparecimento de novos modos expressivos que, em alguns casos, chegam a ser bastante singulares. Além disso, o público consumidor que era sua grande vítima pode criar uma estratégia de decodificação, o que estabelece uma cumplicidade entre ele próprio e os produtores de cultura, inaceitável, porém, para a ditadura.