Investigação dos conceitos de “religiosidade” e “espiritualidade” em amostra clínica e não clínica em contexto brasileiro: um estudo quali-quantitativo

• Autor(a) principal: Curcio, Cristiane Schumann Silva
• Data de Publicação: 2018
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFJF
• Texto Completo: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/8535
• topic: CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE; Religiosidade; Espiritualidade; Conceito; Definição; Pacientes; Acompanhantes; Religiosity; Spirituality; Concept; Definition; Patients; Companions

Introdução: Já é conhecido o papel (geralmente positivo) da religiosidade e espiritualidade (R/E) sobre a saúde física e mental dos indivíduos, porém, mesmo com evidências de robustas entre essas associações, não existe um consenso científico com relação aos conceitos de R/E, fato que leva a implicações como instrumentos não acurados, a ampliação ou “redução” dos conceitos à outros constructos que não necessariamente são R/E, além de aspectos clínicos que podem “confundir” R/E com aspectos psicopatológicos. Objetivo: avaliar de forma quantitativa e qualitativa os principais atributos que os conceitos de religiosidade e espiritualidade possuem em uma amostra clínica e não clínica do contexto brasileiro. Métodos: pacientes e acompanhantes de 2 hospitais gerais de Juiz de Fora-MG responderam a um questionário socio-demografico, a Brief Multidimensional Measure of Religiousness and Spirituality, a escala de religiosidade de Duke, uma auto-avaliação de saúde, e 2 questões referentes à crenças transcedentais e em vida após a morte. Para a coleta dos dados qualitativos, 14 sujeitos foram sortedados e respoderam a um questionário semi estruturado sobre os conceitos de religiosidade e espiritualidade. Foi utilizado o SPSS para as anaálises estatísticas e testes como o chi-quadrado, t-student (variáveis contínuas), Spearman (correlações), Anova e Bonferroni. Resultados: a amostra foi composta de 651 pessoas (262 pacientes e 389 acompanhantes) e foi composta por uma maioria de mulheres, de raça branca, casados ou em união estável, com segundo grau de escolaridade completo. A religião mais frequente foi a católica, seguida por protestantes, espíritas e outras religiões. Da amostra, 3,3% se disseram “sem religião”. Na regressão logística multivariada, apenas religiosidade intrínseca e religiosidade não organizacional mantiveram associação estatisticamente significativa com ‘ser religioso’. Filiação religiosa, religiosidade não organizacional e coping religioso espiritual mantiveram associação estatisticamente significativa com ‘ser espiritualizado’. A correlação entre ‘ser religioso’ e ‘ser espiritualizado’ foi de 0,483 (p>0,001). Os principais destaques das entrevistas qualitativas foi a insegurança para a definição dos conceitos, a importância dos aspectos religiosos na vida dos respondentes, a associação que os alguns participantes fizeram entre espiritualidade e espiritismo e a maioria acreditar haver algo além do mundo material, especialmente após a morte. Conclusão: fé, religiosidade não organizacional, religiosidade intrínseca e coping religioso espiritual foram dimensões associadas a ambos os conceitos. A correlação entre religiosidade e espiritualidade foi moderada, demonstrando serem constructos distintos, mas bastante interligados. Notou-se insegurança para a definição dos conceitos de religiosidade e principalmente espiritualidade.