Relação entre qualidade de vida e estilo de vida de idosos residentes em Juiz de Fora-MG: uma investigação mista sequencial

• Autor(a) principal: Ferreira, Luana Karoline
• Data de Publicação: 2019
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFJF
• Texto Completo: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/9906
• topic: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA; Envelhecimento; Qualidade de vida; Estilo de vida; Idosos; Aging; Quality of life; Lifestyle; Elderly

O aumento da população idosa trouxe a necessidade de compreender os aspectos que influenciam na percepção da qualidade de vida dessa população. Sabe-se que comportamentos adotados como estilo de vida podem influenciar diretamente a forma como esses indivíduos vivenciam a velhice. Objetivo: Investigar a qualidade de vida e o estilo de vida de idosos residentes do município de Juiz de Fora - MG. Método: Essa investigação foi dividida em dois estudos. Participaram da primeira etapa, 383 idosos de ambos os sexos com mais de 60 anos. Foi aplicado o Medical Outcome Study 36- item Short Form (SF-36), um questionário sociodemográfico e outro socioeconômico. Em seguida, foram realizadas análises descritivas e comparativas. Posteriormente, idosos com maiores e menores pontuações no Componente Físico Sumarizado (CFS) e no Componente Mental Sumarizado (CMS) foram selecionados para a Etapa 2. Assim, na segunda etapa, 32 idosos responderam uma entrevista semiestruturada referente à cinco componentes do estilo de vida, a saber: comportamento preventivo, fator nutricional, atividade física, qualidade dos relacionamentos e controle do estresse. As entrevistas foram gravadas e transcritas na íntegra, passando posteriormente pela análise de conteúdo categorial. Resultados: Em relação à Etapa 1, os homens apresentaram melhores médias de qualidade de vida do que as mulheres. A prática de exercícios e a ingestão de bebidas alcoólicas, também demonstraram estar relacionadas à melhores médias de qualidade de vida. Por outro lado, o IMC, o maior número de doenças diagnosticadas, a situação socioeconômica e o avanço da idade pareceram afetar negativamente a avaliação da qualidade de vida dessa população. Na Etapa 2, observou-se que os participantes com as maiores pontuações adotavam tanto estratégias curativas quanto estratégias que evitavam o surgimento das doenças. Em relação ao fator nutricional, notou-se que muitos idosos com uma baixa avaliação da qualidade de vida consideraram não ter uma alimentação saudável, citando as dificuldades encontradas para tal. No que diz respeito à prática de exercícios, a maioria dos inativos fisicamente pertencia à grupos que representavam as menores pontuação nos componentes do SF-36. Em relação à qualidade dos relacionamentos, idosos com melhores pontuações na avaliação da qualidade de vida relatavam bons relacionamentos, enquanto os participantes com as piores pontuações demonstraram maior tendência à conflitos familiares. Quanto ao controle do estresse, os idosos com as maiores pontuações de qualidade de vida demonstraram ter uma melhor capacidade de lidar com situações estressoras, ao contrário daqueles com pontuações mais baixas. Considerações finais: O estilo de vida demonstrou influenciar a percepção da qualidade de vida dos idosos. Além disso, existem importantes particularidades envolvidas no estilo de vida dos idosos que devem ser consideradas na elaboração de políticas públicas e de condutas voltadas para essa população.