Impacto do distanciamento social e de circunstâncias acadêmicas causadas pela pandemia de COVID-19 na saúde mental de docentes e discentes de Programas de Pós graduação em Odontologia no Brasil

• Autor(a) principal: Barbosa, Lilian Lopes
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFJF
• Texto Completo: https://doi.org/10.34019/ufjf/di/2021/00436; https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/14058
• topic: CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE; Educação de Pós-Graduação em Odontologia; Saúde mental; Pandemia COVID-19; Education, Dental, Graduate; Mental health; COVID-19

A pandemia de COVID-19 trouxe uma série de desafios para a educação em Odontologia, especialmente para docentes e discentes de Programas de Pós-graduação, os quais tiveram seus estudos clínicos e laboratoriais interrompidos. Como as atividades acadêmicas começaram a ser desenvolvidas em ambiente remoto, em decorrência do distanciamento social, os indivíduos passaram a ter outras responsabilidades, como as tarefas domésticas e o cuidado aos filhos. Todos esses fatores, associados ao medo de contaminação e transmissão do vírus da COVID-19, poderiam gerar alguma alteração mental e, consequentemente, impactar o desempenho acadêmico de docentes e de discentes. Sendo assim, o objetivo deste estudo transversal foi avaliar o impacto do distanciamento social e de circunstâncias acadêmicas causadas pela pandemia de COVID-19 na saúde mental de discentes e docentes de Programas de Pós-graduação em Odontologia (mestrado e doutorado) no Brasil. Para isso foi utilizado um questionário pré-estruturado, auto-administrado e online através da plataforma Google Forms® para docentes e discentes de Programas de Pós-graduação em Odontologia de universidades públicas e privadas. O questionário online ficou disponível para os voluntários durante um período de isolamento social brasileiro (entre setembro de 2020 até janeiro de 2021). A pesquisa foi divulgada por meio de redes sociais (Instagram@, Whatsapp@) e por e-mail. Uma amostra de 608 voluntários participou do estudo (314 discentes e 294 docentes), e o cálculo amostral foi baseado na Fórmula Fleiss. O questionário foi composto por 42 questões relacionadas aos seguintes itens: 1) características sóciodemográficas; 2) circunstâncias durante a pandemia de COVID-19; 3) circunstâncias acadêmicas; associado àversão brasileira da Escala de Depressão, Ansiedade e Estresse (DASS-21). Os dados foram analisados descritivamente e pelos testes de Qui-quadrado e Modelo de Regressão Logística Múltipla ( = 0,05). Como resultados, foi observado que os discentes apresentaram níveis mais elevados de auto-percepção de depressão (Discentes – 22%, docentes – 9%,), ansiedade (Discentes – 25%, docentes – 9%,) e estresse (Discentes – 45%, docentes – 20%,) em comparação aos docentes. A satisfação com a produtividade e a pressão para publicar artigos aumentou a probabilidade de depressão e estresse para ambos os grupos. Para os discentes, não ter filhos foi um fator associado à maior probabilidade de autorelato de sintomas de depressão e estresse. Para os docentes, ser casado aumentou a probabilidade de apresentarem auto-relato de depressão, ansiedade e estresse. Além disso, fazer parte do grupo de risco de COVID-19 contribuiu positivamente para o aumento das chances de auto-relato de ansiedade nos docentes. Assim, pode-se concluir que o distanciamento social, as circunstâncias sócio-demográficas e as acadêmicas causadas pela pandemia de COVID-19, principalmente fazer parte do grupo de risco, ser casado, não ter filhos e estar sob pressão para publicar artigos, poderia afetar negativamente a saúde mental de docentes e discentes de Programas de Pós-graduação em Odontologia no Brasil. Este estudo mostra a necessidade de formulação de políticas institucionais para desenvolver intervenções com o intuito de melhorar o bem-estar e de prevenir perturbações mentais em docentes e discentes de Pós-graduação.