Do silêncio ao grito: a construção de identidades na travessia poética de Paula Tavares

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Krempser, Ciomara Breder
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFJF
Texto Completo: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/7567
Resumo: O objetivo desta tese de doutorado é entender como se dá o processo de construção de identidades na poética da angolana Paula Tavares. Para tal, é analisado o processo de hibridação e de construção do entrelugar na poesia da escritora angolana. É observado que esse discurso poético é marca de hibridismo, que se efetiva como uma tradução cultural e é instrumento de formação de identidades feminina e nacional. Constata-se que essa poesia se consagra como lócus privilegiado da enunciação feminina. Além disso, outro aspecto marcante é constituído pela presença das religiosidades africanas, dos ritos da tradição do sul de Angola, região de Huíla, terra de origem da poeta. Essa terra é reterritorializada nos espaços de diáspora do discurso pós-colonial. Evidencia-se, também, o poder erótico e sagrado do corpo-mulher, que se traduz em corpo-poema e corpo-nação, por meio da aglutinação da oralidade e da escrita e da reedição da memória ancestral. É percebido que os ciclos da vida são cumpridos acompanhando o ritmo da natureza e que o silêncio da poesia abre espaço para a voz do subalterno gritar. Também é ressaltado que esse discurso está atravessado pelo lirismo amoroso e é envolvido pela metáfora da guerra, representando as guerras civis pelas quais passou Angola; a guerra pelo autoconhecimento; a guerra amorosa e a guerra com as palavras. A poesia-resistência perpetua e rasura a tradição africana, dá voz ao grito feminino, sacraliza a palavra e a vida e com força erótica constrói novas identidades. Para embasar esta pesquisa bibliográfica, usa-se o método hipotético-dedutivo. Em síntese, é traçado um panorama da circularidade temática presente na poesia de Paula Tavares para revelar a construção de identidades individuais e coletivas.
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É observado que esse discurso poético é marca de hibridismo, que se efetiva como uma tradução cultural e é instrumento de formação de identidades feminina e nacional. Constata-se que essa poesia se consagra como lócus privilegiado da enunciação feminina. Além disso, outro aspecto marcante é constituído pela presença das religiosidades africanas, dos ritos da tradição do sul de Angola, região de Huíla, terra de origem da poeta. Essa terra é reterritorializada nos espaços de diáspora do discurso pós-colonial. Evidencia-se, também, o poder erótico e sagrado do corpo-mulher, que se traduz em corpo-poema e corpo-nação, por meio da aglutinação da oralidade e da escrita e da reedição da memória ancestral. É percebido que os ciclos da vida são cumpridos acompanhando o ritmo da natureza e que o silêncio da poesia abre espaço para a voz do subalterno gritar. Também é ressaltado que esse discurso está atravessado pelo lirismo amoroso e é envolvido pela metáfora da guerra, representando as guerras civis pelas quais passou Angola; a guerra pelo autoconhecimento; a guerra amorosa e a guerra com as palavras. A poesia-resistência perpetua e rasura a tradição africana, dá voz ao grito feminino, sacraliza a palavra e a vida e com força erótica constrói novas identidades. Para embasar esta pesquisa bibliográfica, usa-se o método hipotético-dedutivo. Em síntese, é traçado um panorama da circularidade temática presente na poesia de Paula Tavares para revelar a construção de identidades individuais e coletivas.The aim of this doctoral thesis is to understand how the building process of identities in the poetry of the angolan Paula Tavares is. To do that, the process of hybridization and the construction of the “space in-between” in the poetry of the angolan writer were analyzed. It is observed that this poetic discourse is a mark of hybridity, which is effective as a cultural translation and an instrument for the formation of feminine and national identities. It is verified that this poetry has established itself as a privileged lócus of female enunciation. In addition, another striking aspect is constituted by the presence of African religions and the rites of the southern tradition of Angola, region of Huíla, land where the poet was born. This land is re-territorialized in the diaspora spaces of post-colonial discourse. It is, also, evident the erotic and sacred power of the woman-body, which translates into body-poem and body-nation, through the aglutination of orality and writing and the reprint of ancestral memory. It is perceived that the cycles of life are fulfilled following the rhythm of nature and that the silence of the poetry makes room for the voice of the subaltern scream. It is also emphasized that this discourse is crossed by the loving lyricism and is surrounded by the metaphor of war, representing the civil wars through which Angola passed; the war for self-knowledge; the war of love and war with words. The poetry-resistance perpetuates and erases the African tradition, gives voice to the feminine cry, sanctifies the word and life and with erotic force builds new identities. This bibliographical research is based on the hypothetical-deductive method. In summary, it is a panorama of the thematic circularity present in the poetry of Paula Tavares to reveal the construction of individual and collective identities.porUniversidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)Programa de Pós-graduação em Letras: Estudos LiteráriosUFJFBrasilFaculdade de LetrasCNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LETRASPoesiaIdentidadesPaula TavaresAngolaMulherPoetryIdentitiesPaula TavaresAngolaWomanDo silêncio ao grito: a construção de identidades na travessia poética de Paula Tavaresinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFJFinstname:Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)instacron:UFJFTHUMBNAILciomarabrederkrempser.pdf.jpgciomarabrederkrempser.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1105https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/7567/4/ciomarabrederkrempser.pdf.jpg16eb9ee056123c38ca78e437e249ab6bMD54ORIGINALciomarabrederkrempser.pdfciomarabrederkrempser.pdfapplication/pdf1478715https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/7567/1/ciomarabrederkrempser.pdf853efa0cb4eddddb751cdaf40538ff77MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82197https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/7567/2/license.txt000e18a5aee6ca21bb5811ddf55fc37bMD52TEXTciomarabrederkrempser.pdf.txtciomarabrederkrempser.pdf.txtExtracted texttext/plain493364https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/7567/3/ciomarabrederkrempser.pdf.txt53cf1b367669e9403a82725cf63e02e0MD53ufjf/75672019-06-16 09:08:55.011oai:hermes.cpd.ufjf.br:ufjf/7567TElDRU7vv71BIERFIERJU1RSSUJVSe+/ve+/vU8gTu+/vU8tRVhDTFVTSVZBCgpDb20gYSBhcHJlc2VudGHvv73vv71vIGRlc3RhIGxpY2Vu77+9YSwgdm9j77+9IChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l077+9cmlvIApJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVuaXZlcnNpZGFkZSBGZWRlcmFsIGRlIEp1aXogZGUgRm9yYSBvIGRpcmVpdG8gbu+/vW8tZXhjbHVzaXZvIGRlIHJlcHJvZHV6aXIsIHRyYWR1emlyIChjb25mb3JtZSBkZWZpbmlkbyBhYmFpeG8pLCBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYe+/ve+/vW8gKGluY2x1aW5kbyBvIHJlc3VtbykgcG9yIHRvZG8gbyBtdW5kbyBubyBmb3JtYXRvIGltcHJlc3NvIGUgZWxldHLvv71uaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIO+/vXVkaW8gb3Ugdu+/vWRlby4KClZvY++/vSBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l077+9cmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVW5pdmVyc2lkYWRlIEZlZGVyYWwgZGUgSnVpeiBkZSBGb3JhIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXvv71kbywgdHJhbnNwb3IgYSBzdWEgcHVibGljYe+/ve+/vW8gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZh77+977+9by4gVm9j77+9IHRhbWLvv71tIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTvv71yaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVbml2ZXJzaWRhZGUgRmVkZXJhbCBkZSBKdWl6IGRlIEZvcmEgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY++/vXBpYSBkZSBzdWEgcHVibGljYe+/ve+/vW8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7vv71hLCBiYWNrLXVwIGUgcHJlc2VydmHvv73vv71vLiBWb2Pvv70gZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYe+/ve+/vW8g77+9IG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY++/vSB0ZW0gbyBwb2RlciBkZSBjb25jZWRlciBvcyBkaXJlaXRvcyBjb250aWRvcyBuZXN0YSBsaWNlbu+/vWEuIFZvY++/vSB0YW1i77+9bSBkZWNsYXJhIHF1ZSBvIGRlcO+/vXNpdG8gZGEgc3VhIHB1YmxpY2Hvv73vv71vIG7vv71vLCBxdWUgc2VqYSBkZSBzZXUgY29uaGVjaW1lbnRvLCBpbmZyaW5nZSBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkZSBuaW5nde+/vW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2Hvv73vv71vIGNvbnRlbmhhIG1hdGVyaWFsIHF1ZSB2b2Pvv70gbu+/vW8gcG9zc3VpIGEgdGl0dWxhcmlkYWRlIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcywgdm9j77+9IGRlY2xhcmEgcXVlIG9idGV2ZSBhIHBlcm1pc3Pvv71vIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdO+/vXJpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVuaXZlcnNpZGFkZSBGZWRlcmFsIGRlIEp1aXogZGUgRm9yYSBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7vv71hLCBlIHF1ZSBlc3NlIG1hdGVyaWFsIGRlIHByb3ByaWVkYWRlIGRlIHRlcmNlaXJvcyBlc3Tvv70gY2xhcmFtZW50ZSBpZGVudGlmaWNhZG8gZSByZWNvbmhlY2lkbyBubyB0ZXh0byBvdSBubyBjb250Ze+/vWRvIGRhIHB1YmxpY2Hvv73vv71vIG9yYSBkZXBvc2l0YWRhLgoKQ0FTTyBBIFBVQkxJQ0Hvv73vv71PIE9SQSBERVBPU0lUQURBIFRFTkhBIFNJRE8gUkVTVUxUQURPIERFIFVNIFBBVFJPQ++/vU5JTyBPVSBBUE9JTyBERSBVTUEgQUfvv71OQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0Pvv70gREVDTEFSQSBRVUUgUkVTUEVJVE9VIFRPRE9TIEUgUVVBSVNRVUVSIERJUkVJVE9TIERFIFJFVklT77+9TyBDT01PIFRBTULvv71NIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0Hvv73vv71FUyBFWElHSURBUyBQT1IgQ09OVFJBVE8gT1UgQUNPUkRPLgoKTyBSZXBvc2l077+9cmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVW5pdmVyc2lkYWRlIEZlZGVyYWwgZGUgSnVpeiBkZSBGb3JhIHNlIGNvbXByb21ldGUgYSBpZGVudGlmaWNhciBjbGFyYW1lbnRlIG8gc2V1IG5vbWUgKHMpIG91IG8ocykgbm9tZShzKSBkbyhzKSBkZXRlbnRvcihlcykgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIGRhIHB1YmxpY2Hvv73vv71vLCBlIG7vv71vIGZhcu+/vSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHvv73vv71vLCBhbO+/vW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbu+/vWEuCg==Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufjf.br/oai/requestopendoar:2019-06-16T12:08:55Repositório Institucional da UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)false
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